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15/07/2009 - 00h14

No ar em "Caras e Bocas", Alexandre Moreno relembra início de carreira na TV

PopTevê
Participar de "Caras e Bocas" tem um sabor todo especial para Alexandre Moreno. É que o ator carioca - hoje com 40 anos -, estreou na TV aos 12, fazendo uma ponta em "Sol de Verão", trama de Manoel Carlos, exibida em 1982, e dirigida por Jorge Fernando, o mesmo diretor da atual novela das sete da Globo. "Fiquei muito feliz quando soube que o Jorginho iria me dirigir de novo. Ele é maravilhoso", derrete-se Moreno, revelando que foi convidado para encarnar o veterinário Aluísio no folhetim de Walcyr Carrasco pelo próprio Jorge Fernando. "Ele entrou em contato comigo e disse que ele e o Walcyr gostariam que fizesse o Aluísio", lembra, visivelmente orgulhoso.

ALEXANDRE MORENO É O VETERINÁRIO ALUÍSIO EM "CARAS & BOCAS"

  • Jorge Rodrigues Jorge/CZN

    Ator começou na TV na novela "Sol de Verão", de Manoel Carlos, em 1982

Para compor o personagem, que ama os bichos e tem uma ONG de proteção aos animais selvagens, o ator não teve grandes dificuldades. Além de amar gatos, cachorros e afins, Moreno é extremamente interessado por tudo o que diz respeito ao universo animal. Não à toa, quando soube que seu personagem teria o costume de levar para casa todos os cães abandonados que encontra na rua, ele começou a ler "Anjo de Quatro Patas", livro de Walcyr Carrasco que aborda a amizade e o companheirismo entre um cão e seu dono. "Queria entender a essência do personagem, do que o Walcyr queria", recorda.

Quando terminou de ler o livro, o ator conta que ficou encantado e passou a ter mais vontade ainda de adotar um cão. "Pensei: nossa, estou em falta comigo mesmo! Preciso de um cachorro", admite ele que, apesar de nunca ter tido contato com o mundo da Veterinária, hoje se diz "por dentro" do assunto. Tanto que, dia desses, enquanto gravava um "off" - ou seja, uma narração - de uma cena, se viu acrescentando informações ao texto. "Quando terminei o off, todo mundo falou: uau! E respondi: estou estudando. Afinal, sou um veterinário, né?", diverte-se.

Estudar para seus personagens, aliás, é o que o ator mais procura fazer. Ele leva tão a sério a preparação teórica dos tipos que interpreta que, para dar mais veracidade ao veterinário Aluísio, chegou a estudar até a anatomia dos animais. "Não sei se é algo meio caxias, mas costumo me aprofundar ao máximo para todo papel que interpreto. Dessa forma, tenho conhecimento do que faço. Não soa superficial", defende. Para Moreno, inclusive, o melhor da profissão de ator é dar vida a diferentes personagens de uma forma crível e natural. "Tenho de dar a minha alma para o personagem. Por isso estudo tanto. Costumo dizer que meu coração bate com a mesma força de quando comecei a atuar, aos 12 anos", teoriza.

Nascido e criado em Guadalupe, bairro da Zona Norte do Rio, Moreno começou a atuar por acaso. Aluno do Colégio Pio XII, sua primeira experiência como ator foi no filme "Águia Na Cabeça", de Paulo Thiago, aos 12 anos. "O pai de uma amiga por quem era apaixonado me convidou para fazer o filme e topei. Depois, fui para a porta da Globo, quando ainda era no Jardim Botânico, e perguntei como fazia para participar de uma novela", lembra, às gargalhadas. A atitude ousada, digna de um adolescente que não tinha nada a perder, lhe rendeu uma participação na novela "Sol de Verão". "Fui lá com a cara e a coragem e deu tudo certo. Foi uma participação super bacana. E, por isso, comecei a querer mesmo ser ator", relembra.

Daí em diante, a carreira de Moreno deslanchou. Depois de participar de peças na escola e de fazer três anos do curso de teatro Tablado, ele foi convidado para representar o jovem Kennedy em "Pátria Minha", exibida em 1994 na Globo. "O Kennedy foi o personagem que me jogou para o Brasil inteiro", analisa ele, que, após a trama de Gilberto Braga, engrenou um trabalho atrás do outro na TV, entre eles, "Xica da Silva", "Força de Um Desejo" e "Sinhá Moça". Apesar da experiência no veículo, Moreno se considera um aprendiz. "Sei que ainda tenho muita estrada a percorrer", avalia ele, não demorando a acrescentar. "Mas estou muito contente com tudo o que aconteceu na minha carreira até hoje", declara, com um simpático sorriso.

(Por Carla Neves)

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