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13/07/2009 - 00h53

"Não vale a pena fazer um vilão por fazer", defende Marcelo Serrado, o Bruno de "Poder Paralelo"

PopTevê
Não seria exagero classificar Marcelo Serrado como um "workaholic". Basta analisar os 22 anos de carreira do ator, intérprete do Bruno de "Poder Paralelo", para perceber que, desde que estreou na TV - na novela "Corpo Santo", exibida pela extinta Manchete em 1987 - ele emendou um trabalho no outro. "Curto aquele papo de que o trabalho dignifica o homem. É bom até para a saúde. Gosto do meu ofício, de fazer coisas bacanas", afirma.

MARCELO SERRADO CONSTRÓI COM HUMOR E LOUCURA SEU VILÃO NA NOVELA

  • Jorge Rodrigues Jorge / CZN

    Ator tem outros projetos e já planeja interpretar Noel Rosa no teatro em 2010

Sua trajetória na Record, onde está desde 2005, segue a mesma linha. Um bom exemplo é que, mesmo depois de pedir um "respiro" da TV após "Vidas Opostas", onde viveu o lunático Nogueira, Marcelo não sossegou. Foi para o teatro e deu vida a Tom Jobim na peça "Tom & Vinicius, o Musical", de Daniel Herz. Enquanto ainda vivia o poeta nos palcos, foi convidado para um papel em "Chamas da Vida", que não pôde fazer. Mas ele não resistiu mesmo ao dissimulado Bruno da trama de Lauro César Muniz. "Não vale a pena fazer um vilão por fazer. A gente pode botar nele coisas como humor, carência, loucura... Primeiro, vilão não sabe que é vilão. Por isso é importante humanizá-lo. Quando li a sinopse do Bruno, pensei: 'esse é o cara!'", diz.

Em uma trama permeada de mistérios, Bruno se apresentou, desde o início, como um dos mais enigmáticos personagens. Enquanto ainda era casado com Maura, milionária vivida por Adriana Garambone, ele levava uma vida dupla, já que mantinha um caso com a inconstante Fernanda (Paloma Duarte). Ao descobrir a infidelidade do marido, Maura se separou, e o romance de Bruno com Fernanda começou a bambear, já que a atriz anda "cheia de graça" para o lado de Tony, vivido por Gabriel Braga Nunes.

Mas a disputa entre Tony e Bruno vai além das conquistas amorosas. Afinal, há pouco descobriu-se que Bruno é o tal "Guri", "chefão" da máfia e possível responsável pelo assassinato da família de Tony. Ou seja: uma briga de "cachorros grandes" vem pela frente. "A trajetória dele é bem animada. Vem uma coisa nova a cada semana", empolga-se, salientando a importância da bipolaridade do mafioso. "Acho que tudo que é louco é interessante. A loucura sempre instiga a nós e ao público de alguma maneira", acredita.

Seguro em relação aos caminhos que vem dando ao personagem, o ator de 42 anos demonstra tranquilidade ao avaliar a carreira, e distanciamento ao pensar nos bons e maus momentos. "Se pudesse voltar atrás, teria começado mais tarde. Cheguei a pegar personagens que não estava preparado para fazer. Foi um período de inexperiência da minha vida", pondera ele, que trabalhou na Globo por 15 anos, com uma pausa em 1990, quando atuou em "Brasileiras e Brasileiros", do SBT. Marcelo também garante não se inflar com críticas positivas, tampouco desanimar com as menos amistosas. "É bacana tirar um meio termo. Hoje, sou focado, me considero mais maduro como ator. Erro, mas mantenho a qualidade no meu trabalho", avalia.

Sempre na linha incansável, Marcelo já tem planos de interpretar Noel Rosa no teatro em 2010. "Estou fazendo aula de voz sistematicamente toda semana. Faço planos, mas também deixo as coisas acontecerem", garante. Por enquanto, o ator prefere focar-se na trama, dedicando-se às surpresas do papel. "Já estou com o Bruno na mão. Às vezes, faço alguma coisa errada, mas o personagem é tão bom que me dá a possibilidade de chutar na trave. Mas eu faço o gol, de qualquer maneira", diverte-se.

(por Fabíola Tavernard) Comente essa e outras notícias no Fórum UOL Televisão

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