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24/06/2009 - 18h01

Fernando Meirelles faz comédia com vida do artista-funcionário público em "Som & Fúria"

JULIANA GUARANY
Colaboração para o UOL
Bem que ele tentou, mas o diretor Fernando Meirelles não conseguiu desviar o foco de si mesmo na entrevista coletiva sobre a minissérie "Som & Fúria" no Theatro Municipal de São Paulo, local usado em muitas das gravações dos 12 episódios, que vão ao ar de 7 a 24 de Julho, de terça a sexta-feira, na TV Globo.

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    Fernando Meirelles durante coletiva da minissérie "Som & Fúria", da TV Globo

O diretor de "Ensaio Sobre a Cegueira" e "Cidade de Deus" esteve o tempo todo rodeado de jornalistas, que pediam detalhes sobre seu projeto atual e também futuras produções. No Brasil, ele só pensa em fazer TV: "O alcance do veículo [TV] é absurdo. Você faz uma minissérie como essa e terá 20 milhões de pessoas assistindo. O cinema é muito mais caro e com um alcance muito menor", conta ele, que dividiu a direção dos episódios com mais quatro profissionais.

  • AgNews

    Felipe Camargo e Andréa Beltrão

A minissérie é composta de 120 atores, entre eles, Felipe Camargo, Andréa Beltrão, Marieta Severo, Dan Stulbach e Regina Casé. Camargo, que vive o protagonista Dante, seu primeiro personagem de destaque na Globo desde "Anos Dourados" (1986). "Eu o vi em 'Filhos do Carnaval', série da HBO. Ele morria logo no primeiro episódio, mas o achei fantástico", afirmou Meirelles sobre Camargo. Rodrigo Santoro também faz uma participação especial na minissérie, como um publicitário picareta.

VEJA TEASER DE "SOM & FÚRIA"

"Som & Fúria" foi adaptada de uma produção canadense intitulada "Slings and Arrows" (estilingues e flechas) e conta a história de uma companhia pública teatral que monta peças de Shakespeare no Theatro Municipal de São Paulo. O apoio financeiro do governo se dá por meio de muita burocracia e da intromissão de funcionários da Secretaria de Cultura, interpretados por Regina Casé e Dan Stulbach, os vilões da série.

Destaque para Pedro Paulo Rangel e seu personagem Oliveira, um diretor descrente do próprio trabalho que vai se tornar peça-chave na trama depois do primeiro capítulo, tragicômico.

A minissérie aborda o limite entre arte e publicidade. Os artistas, que são também funcionários públicos, vivem em crise entre a arte e o negócio. Regina Casé interpreta Graça, funcionária da Secretaria de Cultura que, com o diretor financeiro Ricardo (Dan Stulbach), quer transformar a companhia numa produtora de musicais. "Graça só quer saber se aquela peça vai dar dinheiro, não está nem aí para a produção", conta a atriz. Mas será que a vilania da personagem está nesse aspecto capitalista? "Não é só isso, ela é ruim mesmo, vocês vão ver", conta.

Homenagens e piadas internas

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    O ator Antonio Fragoso, que vive o diretor aparecido Oswald Thomas

As homenagens a grandes atores e diretores brasileiros são constantes, a começar pelo personagem de Antonio Fragoso, um diretor vanguardista chamado Oswald Thomas, numa referência direta ao diretor de teatro Gerald Thomas.

Meirelles chegou a mandar um e-mail para Thomas, que o autorizou a fazer algumas brincadeiras com ele. Mas Fragoso afirma que nunca conversou com Thomas. "Eu vi muitas fotos dele, peças e leituras que ele fez, mas não me baseei apenas em Gerald, e sim em diversos diretores teatrais como ele, que adoram aparecer", disse o ator.

Outros membros do elenco também fizeram suas piadas internas com colegas. Andréa Beltrão homenageou a dupla de protagonistas de "A Grande Família", Marco Nanini e Marieta Severo: "Nanini é simplesmente viciado em florais. Sempre que fica nervoso, ele toma aquilo, o tempo todo. Resolvi colocar isso na personagem. Outra piada é com Marieta Severo. Nós duas saimos sempre pelas portas erradas dos sets e dos teatros, nunca acertamos, então a Elen também faz isso", conta a atriz. Comente essa e outras notícias no Fórum UOL Televisão

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