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27/05/2009 - 06h00

Cansado e satisfeito, Reginaldo Faria planeja "pausa" após "Paraíso"

PopTevê
Reginaldo Faria está tendo a chance de voltar à infância e à adolescência através de Eleutério, papel que vive em "Paraíso". É que, assim como o boa-praça fazendeiro, o ator, de 71 anos, foi criado em meio a campos e montanhas, mais especificamente em Friburgo, na Região Serrana do Rio. "Morei em Friburgo até os meus 19 anos. No final de semana, em vez de ir ao cinema, ia caçar, acampar", relembra ele, que se diz um fã declarado das novelas de temática rural. "O que me fascina nas novelas do Benedito é o apego às raízes, a simplicidade do homem do campo, seus valores e princípios que andam tão esquecidos hoje nas cidades grandes", derrama-se.

REGINALDO FARIA FALA DO ELEUTÉRIO DA NOVELA "PARAÍSO"

  • Divulgação
Tanta admiração pela obra de Benedito pode ser constatada pelas tramas do autor que Reginaldo tem participado nos últimos anos. De 2004 para cá, ele esteve em "Cabocla" e "Sinhá Moça". Apesar das experiências com o escritor, Reginaldo confessa que não é do tipo que conversa com ele sobre o personagem. O ator garante que prefere se ater ao texto e não incomodar o autor. Ele conta, inclusive, que criador e criatura só se veem muito de vez em quando, nas reuniões de elenco. "Conheço o Benedito apenas através do belo trabalho que ele realiza. Só o vejo raras vezes, em alguns encontros", confessa.

No lugar de consultar Benedito para construir Eleutério, Reginaldo preferiu interagir e pedir opinião aos atores e atrizes com os quais contracena diretamente. Até porque, de acordo com ele, são eles que o ajudam a dar vida ao personagem. "Tenho um ótimo relacionamento com meus colegas de elenco, especialmente com os mais novos", conta o ator, que, apesar dos 44 anos de carreira na televisão, se diz um aprendiz. "É sempre ótimo ver novos talentos surgindo. Nunca tive problema com nenhum jovem com quem trabalhei até hoje. Pelo contrário. Aprendo muito com eles", assegura ele, que contracena bastante com os jovens Eriberto Leão e Vanessa Giácomo.

Com tantos anos de carreira, você ainda se surpreende quando lê a sinopse de um personagem?

Surpreender não. Acho que hoje vou me encantando mais com as características do personagem. No caso do Benedito, por exemplo, não preciso criar artifícios para que o meu papel seja aceito, já que o texto dele já está repleto de verdades. Não preciso fazer nada, porque as verdades vão trazer para mim aquilo que o personagem exige.

Quando o texto é vazio, não tem profundidade, o ator muitas vezes é obrigado a buscar certos recursos. E não estou sendo obrigado a buscar nada. É muito bom, já que posso trabalhar o texto em diversos matizes. Tenho visto o resultado disso quando saio na rua e as pessoas elogiam o Eleutério.

Você gosta desse contato com o público?

Quando as pessoas comentam com sinceridade, sim. É muito bom ver o resultado do dom que Deus nos deu. Ainda mais quando se descobre esse dom ainda criança. Eu, por exemplo, adorava mentir para todos durante as minhas travessuras. Nasci com essa virtude e vou até o fim da minha vida com ela.

Apesar de ser declaradamente apaixonado pelo que faz, você não se cansa de engatar um trabalho atrás do outro?

R - Desta vez me cansei. Afinal, desde que tive um problema sério de saúde, há cinco anos, em que quase morri depois de uma angioplastia malsucedida, engatei uma novela atrás da outra: primeiro "América", depois "Sinhá Moça", "Paraíso Tropical", "Beleza Pura" e agora "Paraíso". Estou me sentindo bem cansado. Acredito que, quando a novela terminar, precisarei de um tempo mais longo para descansar. Preciso dar uma repousada.

(Por Carla Neves) Comente essa e outras notícias no Fórum UOL Televisão

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