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08/05/2009 - 06h31

Leinha é um gato vira-lata, diz Júlia Almeida sobre sua personagem em "Caminho das Índias"

PopTevê
Comodismo é um termo que parece não fazer parte do vocabulário de Júlia Almeida, a Leinha de "Caminho das Índias", da Globo. Afinal, mesmo depois de mais de três meses da estreia da novela - no dia 19 de janeiro -, a atriz diz que não se cansa de trabalhar na construção de sua personagem. "Estou sempre colocando coisas novas. Pego referências de pessoas que estão ao meu redor", explica ela, que aproveita algumas características de amigos próximos. "O jeito de colocar a mão na cintura, o colar de pérolas que ela usa e a maneira como mexe no cabelo são coisas de amigos meus", conta.

JÚLIA ALMEIDA FALA SOBRE SUA PERSONAGEM EM "CAMINHO DAS ÍNDIAS"

  • Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias
E a preocupação em buscar alusões reais não é à toa. Isso porque, para Júlia, Leinha é um tipo de menina que poderia existir em qualquer círculo de amizade. "Ela tem algo de muito real. Então, vou introduzindo pequenas coisas que fazem com que ela seja parte de todo mundo", filosofa.

Na trama de Glória Perez, Leinha é aspirante a cineasta e, apesar de ser filha do inescrupuloso César (Antonio Calloni), tem os pés no chão e consegue enxergar a malandragem do pai. Coisa que sua irmã Camila (Ísis Valverde) não faz. "Como a Leinha é a mais velha, teve de aprender a se safar sozinha. É como se ela fosse um gato vira-lata e a Camila, que sempre foi protegida, fosse um gato de raça", compara. E no que diz respeito a Zeca, de Duda Nagle, o amor de irmãos fala mais alto. Mesmo sabendo das atrocidades que o "badboy" comete, Leinha não sente raiva dele e, muito menos, o trata mal, o que não significa que ela não seja firme em certos momentos. "Acho a relação dos dois muito bonita. Ela sabe que ele é assim porque os pais não têm noção e tem um pouco de pena do irmão", analisa.

Mas imprimir esse ar de "gente boa" à personagem não é tarefa fácil. Ainda mais por que, para Júlia, Leinha também não é uma santa e sabe exatamente como conseguir o que quer. Um bom exemplo disso foram os caminhos que ela seguiu para conquistar a tão sonhada viagem à Índia, ao convencer o pai com sua "lábia" e até fazer um escândalo com a madrasta Ilana, de Ana Beatriz Nogueira. "Ela é bem esperta e até estourada. Mas acho encantador o jeito que ela tem de dar 'pitaco' em tudo", acredita a atriz, que procura não cair no didatismo. "Ela não tem o tom professoral de filha mais velha, senão ficaria um papel insuportável. É difícil encontrar isso, mas eu gosto", ressalta.

E Júlia também adora de dar palpites no "look" de suas personagens. Com Leinha não foi diferente. A atriz, que morou quatro anos em Nova Iorque, trouxe de lá influências do "Boho Chic" - uma releitura do estilo "hippie" de se vestir, aparentemente desalinhado, mas construído com peças exclusivas e caras. "Foi algo que vivi muito, então sugeri trazer para a novela e o pessoal adorou", comemora ela, que também colocou "mega hair" nos cabelos. "Para dar aquela coisa do 'hippie' chique e não ficar aquele 'hippie' sujo, que ninguém merece", brinca.

Mas o interesse pelo visual de cada papel se restringe apenas à ficção. Afinal, Júlia gosta de ter seu próprio estilo. "Você acaba sendo influenciada, mas eu não adoto coisas do personagem", garante.

Apesar de tentar separar realidade de ficção, Júlia possui um ponto forte em comum com seu papel: a paixão por cinema. A atriz aproveitou a estadia na em Nova York para fazer um curso durante um ano e pretende usar o que aprendeu no futuro. "Ainda quero brincar de ser cineasta e fazer algo como diretora", planeja ela, que já pensou em seguir várias carreiras diferentes, como designer de moda, jornalista, chef, cabeleireira e fotógrafa, entre outras.

"Sou todas as mulheres em uma. Como não dá para ser todas na vida real, resolvi ser na ficção", diverte-se. E a decisão pela profissão de atriz não poderia ser mais incentivada do que pelo seu próprio pai, o autor de novelas Manoel Carlos. "Talvez se eu fosse filha de uma veterinária com um endocrinologista, eles não incentivassem tanto", brinca.

(Por Luana Borges) Comente essa e outras notícias no Fórum UOL Televisão

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