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21/03/2009 - 06h00

Audiência não é o que nos move, diz Rafinha Bastos do "CQC"

PopTevê
Se hoje é fácil ligar o nome de Rafinha Bastos à tevê, o mérito pertence ao "CQC". No início de sua segunda temporada, o programa exibido pela Band nas noites de segunda-feira transformou o apresentador em rosto conhecido. "Recebi muita proposta para fazer tevê e só aceitei essa porque achava que era algo com espírito diferente. Eu só poderia ir para um programa que tivesse a minha cara", conta. Uma cara irreverente e que continua ganhando destaque. "Muita gente deve estar assistindo pela primeira vez e teve a oportunidade de ver um programa de qualidade e criativo, dentro da nossa lógica de fazer tevê", acredita.

RAFINHA BASTOS FALA DA SEGUNDA TEMPORADA DO "CQC"

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A observação ganha força diante dos números do Ibope: a reestreia do programa, no dia 9 de março, teve média de seis pontos, pico de oito, e colocou a Band em terceiro lugar na audiência. A situação se repetiu na última semana, quando o segundo "CQC" de 2009 esteve no ar. O discurso de Rafinha, porém, está longe de uma comemoração exacerbada pelo bom desempenho. "A gente nem se liga muito nessa coisa de audiência, do fundo do coração", diz ele, com voz serena, referindo-se aos oito integrantes da produção - entre eles, os colegas de bancada Marcelo Tas e Marco Luque. "É muito bom que estejam nos assistindo, óbvio. Mas não é o que nos move. O que queremos é apresentar um bom conteúdo", garante.

A missão não é fácil, mas conta com aliados. Além da experiência de quem está à frente das câmaras, Rafinha também destaca o trabalho dos roteiristas. As piadas contadas pelos apresentadores não vêm só da criatividade e a irreverência deles. "A gente tem liberdade para brincar da maneira que quiser. Mas tem muita coisa que precisa ser dita, então tem um roteiro", revela. Com a missão de preparar esse "guia", Alex Baldin e Marco Aurélio Góes dos Santos trabalham com foco no trio que comanda o programa. "Eles são muito bons. São pessoas que conhecem a nossa personalidade, o nosso tipo de humor. Eles já sabem com quem aquela piada funciona", enfatiza.

Mas não é só de brincadeiras que vive o gaúcho do "CQC". Além de apresentar o programa, Rafinha também é responsável pelo quadro "Proteste Já!" - uma espécie de canal de denúncia para o público. "Ele tem uma lógica diferente dentro do programa. É uma parte mais jornalística, mas acho que o povo gosta da mesma forma", conta. Não é para menos: o segmento realiza as vontades de muita gente que gosta de ver autoridades sendo cobradas por abusos, excessos e ausências em suas administrações. As sugestões de pauta chegam - e cada vez mais - via e-mail. "As pessoas têm entendido muito bem o que a gente está fazendo ali. É um quadro importante, que tem uma receptividade muito boa", observa.

A internet, aliás, é companheira do apresentador há tempos. Desde 1998, época em que usuários ainda se aborreciam com a lentidão dos serviços discados, Rafinha já disponibilizava vídeos de suas apresentações como comediante. "Se não fosse pela Internet, pela receptividade e pela divulgação ali, não estaria em programa de televisão algum. Ali, eu tive a oportunidade de mostrar o meu humor", argumenta ele, que recebeu os convites para participar do "CQC" e da série "Mothern", do canal pago GNT, depois de se tornar conhecido na rede, onde publicou trechos de seu espetáculo de "stand-up comedy". Ele, aliás, já está preparando material novo para apresentar. A idéia é que até o final do ano - ou no início de 2010 - Rafinha entre em cartaz com o espetáculo que substituirá o bem-sucedido "A Arte do Insulto", que tem sido apresentado desde 2007. "Estou dando essa última "rodada" com ele, que é um material que muita gente ainda não viu", avisa ele, que tem agendadas apresentações em Brasília, Belo Horizonte e outras cidades.

(Por Louise Araujo) Comente essa e outras notícias no Fórum UOL Televisão

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