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27/12/2008 - 06h23

Paula Burlamaqui torce por relação homossexual de Stela em "A Favorita"

PopTevê
Riqueza de conflitos. É isso o que mais atrai Paula Burlamaqui na hora de aceitar um papel. Por isso mesmo, Stela, sua personagem em "A Favorita", se tornou ainda mais interessante para ela. Longe de ser apenas uma mulher misteriosa que chegou à fictícia cidade de Triunfo com dotes culinários e abriu um restaurante, Stela carrega uma boa dose de elementos dramáticos. Afinal, depois de despertar o interesse de metade dos homens da cidade, descobriu-se que ela é homossexual e parece nutrir uma paixão platônica por Catarina, vivida por Lília Cabral. "Gostaria que elas tivessem uma relação. Seria interessantíssimo para mim. Estamos no século 21 e o preconceito não é mais como antigamente", aponta.

Apesar da novela estar entrando em sua reta final, ainda não está definido se as duas terão algum tipo de romance. Fato é que há tempos as amigas são perturbadas pela presença nada agradável de Léo, ex-marido de Catarina interpretado por Jackson Antunes. Embora esteja separado da mulher, o grosseirão não se conforma nem com a orientação sexual de Stela, nem com a aproximação das duas.

Pedro Paulo Figueiredo/CZN
Paula Burlamaqui torce para que sua personagem e a de Lília Cabral fiquem juntas
STELA E CATARINA DEVEM FICAR JUNTAS? COMENTE OS CAPÍTULOS DE "A FAVORITA"


As coisas só pioraram depois que Catarina ouviu uma declaração de amor de Vanderlei, verdureiro vivido por Alexandre Nero. O flerte deixou Léo e Stela bem enciumados. "Já aconteceram vários casos de homossexualidade em novelas, mas é raro ver isso em personagens mais maduras. A verdade é que para mim seria ótimo se acontecesse tudo. Que ela fosse mafiosa, louca, gay... Quero é história", afirma.

A personagem dá seqüência à boa fase da carreira de Paula. Apesar de ter quase 20 anos de profissão - ela estreou como a Bia de "Sexo dos Anjos", em 1989 -, a atriz de 41 anos penou para conquistar bons papéis. "Fiz várias novelas que não mostraram quem eu era", dispara. A "grande chance" veio com a Islene, de "América", em 2005, que tinha de batalhar para sustentar sozinha a filha Flor, de Bruna Marquezine.

"Antes da Islene, nunca tive a oportunidade de fazer um papel bom aqui dentro", comenta sobre o trabalho que lhe garantiu o primeiro contrato longo com a Globo. Logo em seguida, em 2006, Paula deu vida à não menos sofrida Teresa, de "O Profeta", que passou boa parte da trama em busca da filha desaparecida. "Depois dessas personagens, fiquei muito ligada às crianças. Era um mundo com o qual eu não tinha contato. Hoje penso em ser mãe. Antes, nem imaginava", conta a atriz que, desde então, visita constantemente instituições como a Pestalozzi.

Uma hipótese para tal demora no reconhecimento profissional é a beleza da atriz, que ficou famosa ao vencer o concurso "Garota do Fantástico", em 1987. Mas, embora afirme ter sentido preconceito por parte de alguns, Paula acredita que os atributos físicos não a atrapalharam. "Acho que a beleza não atrapalhou. Muita gente torceu o nariz para mim, mas eu estudei, me esforcei", pondera.

Quando a novela terminar, dia 16 de janeiro, Paula pretende voltar ao teatro e encenar um texto que, há cinco anos, lhe interessa. "Mas ainda não consegui os direitos", esquiva-se. Ela também gostaria de voltar ao cinema, apesar de não ter tido boas experiências recentemente. "Meu último filme foi um fracasso no Brasil, mas foi premiado no Puerto Rico Cinemafest. Aqui ficamos sujeitos à crítica. Um cara é capaz de alavancar ou destruir um filme com um bonequinho aplaudindo ou indo embora. Acho erradíssimo", desabafa ela, sobre o longa "Meteoro", do porto-riquenho Diego de La Texera.

Para Paula, o mais importante é exercitar constantemente a interpretação, seja onde for. "Essa carreira depende do amor que se tem por ela. Não dá para se acomodar. Estudei tanto quando fazia personagens menores que hoje me sinto preparada para fazer qualquer tipo de papel", acredita.

(Por Fabíola Tavernard)

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