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10/12/2008 - 01h20

Record quer combinar "análise sociológica profunda" e ação em nova série

PopTevê
Pessoas que têm suas vidas transformadas abruptamente pela violência. É esse o mote de "A Lei e O Crime", seriado semanal de 16 episódios que estréia dia 5 de janeiro na Record, que foi apresentado à imprensa nesta terça (09).

A série é filmada na comunidade Tavares Bastos, zona sul do Rio de Janeiro, que serve de cenário para a fictícia favela Alvorada. Lá, será retratado o dia-a-dia dos moradores, da polícia, dos bandidos, das milícias e as intermináveis disputas pelo controle do tráfico. "Será uma análise sociológica profunda, mas sem chatice. Vamos colocar tudo num contexto de ação", adianta o diretor Alexandre Avancini.

Pedro Paulo Figueiredo/CZN
Catarina (Francisca Queiroz) é uma milionária que vira delegada depois do assassinato do pai
VEJA IMAGENS DAS CENAS, BASTIDORES E LANÇAMENTO
DE OLHO NO MERCADO EXTERNO, RECORD USA CÂMERA DE US$ 500 MIL


A história se desenrola quando Nando, de Ângelo Paes Leme, mata o sogro Reinaldo (Roberto Frota) e entra para a vida criminosa. Antes do crime, Nando parecia ser um "homem de princípios", mas após constantes humilhações pelo pai da esposa, ele o executa com cinco tiros em um momento de fúria.

A partir daí, sua trajetória afeta a vida de várias pessoas, entre elas, Catarina, personagem de Francisca Queiroz. A socialite, que só pensava em curtir a boa vida que o dinheiro lhe garantia, resolve virar delegada e combater a marginalidade após a morte do pai, também assassinado por Nando em um assalto. "Mas não acho que ela aja motivada por vingança, e sim por vontade de fazer alguma coisa pela sociedade", avalia Francisca, equilibrada em um salto alto, além de muito bem maquiada e penteada. "Ela sobe o morro no salto. Mas não é para fazer tipo, é porque ela nasceu e foi criada assim. Adoro personagens que assumam a liderança em profissões consideradas masculinas. Fico orgulhosa", diz, sem disfarçar o sorriso.

Na verdade, quem dedica seus dias a se vingar é Romero, filho de Reinaldo, vivido por Caio Junqueira. Ele é um policial corrupto que não aceita a morte do pai e passa a perseguir o cunhado de todas as maneiras. Ou seja, Nando está, literalmente, na "linha de tiro" da história.

Em uma das cenas que vai ao ar já no primeiro episódio, Catarina e Romero fazem uma apreensão no morro. Entre os itens, granadas, pistolas, cocaína e metralhadoras. Mas o que mais choca a delegada é a foto do "dono do morro". Afinal, depois de matar o chefão do tráfico, Nando assumiu o controle do local. E ela o reconhece na hora. "Ele é um cara que tem uma certa liderança, o que facilita seu crescimento no mundo do crime", explica Ângelo Paes Leme.

Toda filmada em HD, a série pretende impressionar pela veracidade. Um bom exemplo é o armamento que, de cênico, não tem nada. "Isso aqui é uma metralhadora calibre 12. Não tem nada de mentira, não", diverte-se Caio Junqueira, já acostumado a esse universo. Um bom exemplo de sua trajetória em papéis de ação é o filme "Tropa de Elite", onde ele deu vida ao policial militar Neto. "Mas ele era honesto. Já Romero sonha em se tornar miliciano", compara.

Ainda na onda "polícia e ladrão", Marcílio Moraes está escrevendo um filme inspirado na novela "Vidas Opostas", exibida pela Record em 2006. A direção também ficará por conta de Alexandre Avancini, que já conhece bem o cotidiano de gravações no morro. "Dava para fazer uma novela das gravações de 'Vidas Opostas'. Levamos pedrada e tiro em ônibus, tivemos de sair correndo porque houve invasão na favela...", recorda, aos risos.

Mas, apesar da semelhança entre os universos - ambos retratam o dia-a-dia das favelas -, o autor é veemente ao explicar as diferenças entre o folhetim e o seriado. "De certa forma, o seriado é um resultado da novela, porque a idéia surgiu a partir da boa aceitação. Mas é uma história completamente diferente", avisa.

(Por Fabíola Tavernard)
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