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22/11/2008 - 02h58

Estreante, atriz de "Três Irmãs" conta as dificuldades de viver três personagens ao mesmo tempo

PopTevê
Olhar-se no espelho tem sido motivo constante de susto para Daniela Récco. Dá para entender. Em menos de dois meses, a atriz, que tinha cabelos curtos e castanhos, colocou um megahair, tirou, adotou um figurino masculino, cortou ainda mais as madeixas, pintou de louro, passou a usar lentes de contato azuis e assumiu uma postura mais "mulherzinha". Tudo em nome de Duda, Carlinhos e Laila, personagens que ela vive sazonalmente em "Três Irmãs".

Luiza Dantas/ CZN
A estreante Daniela Récco, que vive Duda, Carlinhos e Laila
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"As pessoas não me reconheceram no set. Antes, eu estava de menino. Agora, de mulherão. Foi uma mudança de visual, postura, voz, de tudo", avalia a atriz que, apesar da disposição para mudanças, confessa ter seus limites. "Essa história de mudar radicalmente por um personagem, não sei... A experiência está me fazendo ver que tenho limites e preciso respeitá-los", avisa.

Tamanha diversidade de papéis explica-se pela confusão que gira me torno da história de Duda - verdadeira identidade da personagem. Desconfiada com a misteriosa morte da mãe, ela investigou e descobriu que seu padrasto, Vidigal, de Luis Gustavo, é o verdadeiro assassino. Desde então, o vilão passou a persegui-la e, para se proteger, não restou outra saída à moça além de disfarçar-se. Ainda mais porque Duda é a milionária herdeira de uma rede de empreendimentos hoteleiros. Mais um motivo para Vidigal querer livrar-se dela.

"Fiz aulas de fonoaudiologia para diferenciar a voz da Duda e do Carlinhos. Não queria que ficasse caricato", explica, destacando o envolvimento da personagem com Eros, de Paulo Vilhena, e Paulinho, de Kayky Brito. "Ela fica dividida", resume.

Os três personagens marcam a estréia da paulistana de 26 anos na tevê. Mas o interesse de Daniela pela atuação começou ainda na infância, já que a tímida menina só conseguia se "soltar" mesmo, nos palcos. Formada pelo curso de teatro Célia Helena aos 18 anos, Daniela passou a fazer inúmeros testes para produções da Globo, mas nunca era aprovada. Desmotivada, ela optou pela Faculdade de Rádio e TV e acabou indo para trás das câmaras. Trabalhou como produtora, assistente de direção e fez alguns trabalhos publicitários. Até que, no primeiro dia de aula da Oficina de Atores da Globo, Dennis Carvalho disse que ela se encaixava perfeitamente no papel de Duda. "Nem pensava em voltar à interpretação, porque não tinha retorno algum. Então, fui para onde conseguia trabalhar. De repente, a vida me apresentou de novo a possibilidade de atuar", comemora.

Embora tenha um tom de voz baixo e tranqüilidade para se expressar, Daniela garante que tem uma enorme inquietação interna. Prova disso é a rápida resposta quanto ao que mais lhe instiga na profissão. "Essa instabilidade, esse andar na corda bamba me estressa, enlouquece e apaixona. É como o remédio e o veneno, onde a diferença é a dose", compara, aos risos. Embora já conhecesse o "por trás" das câmaras, ela confessa que ainda se assusta com a velocidade da tevê, mas está se adaptando. "Não tenho os parafusos no lugar. Artista não é muito certo da cabeça", diverte-se.

Contratada até o fim da novela, Daniela não esconde que gostaria de voltar aos palcos. Antes, ela estava aguardando a aprovação da peça "Entre Quatro Paredes", de Jean-Paul Sartre, pela lei Rouanet, e pretende dedicar-se ao projeto assim que a trama terminar. Atuar no cinema é outro sonho da atriz, que tem como uma de suas maiores preocupações a função social de sua profissão. "O ator tem uma responsabilidade maior do que imagina porque viramos exemplos para quem nos assiste", exagera.

(por Fabíola Tavernard) Comente essa e outras notícias no Fórum UOL Televisão

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