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08/11/2008 - 01h48

Conheça a atriz que será a Capitu de "Dom Casmurro" na Globo

PopTevê
A carioca Letícia Persiles, de 25 anos, nunca imaginou que sua estréia na tevê seria com um papel tão instigante quanto Capitu. O que a atriz e cantora da banda Manacá - que mescla rock e ritmos do folclore - também não cogitava é que seria descoberta para atuar na próxima microssérie da Globo, "Capitu", durante um show de seu grupo. Talvez por isso tenha levado um leve susto ao saber que ressuscitaria os famosos "olhos de ressaca" do romance "Dom Casmurro", de Machado de Assis. "Assim que o Luiz Fernando Carvalho disse que queria que vivesse a Capitu, levei um sustinho. Mas foi ótimo!", brinca ela, referindo-se ao diretor da série de cinco episódios que estréia no dia 9 de dezembro.

Jorge Rodrigues Jorge/ CZN
Letícia Persiles "à paisana" e caracterizada como Capitu, à direita


Depois de se recompor do susto, Letícia não perdeu tempo e tratou de reler a obra de Machado de Assis. Apesar de já ter lido na época do colégio, a releitura foi importante para o processo de montagem. Ainda mais porque ela viveria a personagem na adolescência - fase em que desperta a paixão no jovem Bentinho, narrador da história. A Capitu adulta seria vivida por Maria Fernanda Cândido. "Sabia que era uma responsabilidade muito grande pelo valor da Capitu dentro da Literatura Brasileira", confessa.

Justamente por saber que tinha em mãos uma personagem notável e objeto de estudo de inúmeras análises literárias, Letícia se debruçou sobre a bibliografia relacionada aos estudos da obra de Machado de Assis. Mas não se satisfez apenas com os trabalhos da Literatura e resolveu buscar outras influências para compor a sedutora Capitu.

"O importante foi buscar sensações e estados que me remetessem à personagem. A pesquisa foi muito vasta", conta ela, acrescentando que dias antes de começar a gravar a microssérie, no início de junho, descobriu que estava grávida. E a notícia, por sinal, contribuiu para ela captar a alma da personagem. "Na gravidez não tem como não ficar mais sensível, né?", interroga, encabulada.

Letícia começou então a remexer suas gavetas e a reler cartas de namorados da infância. Foi uma das formas que encontrou para tentar desvendar os mistérios da personagem.

"Montei uma caixinha de madeira, toda especial, com objetos, escritos e anotações e, toda vez que precisava resgatar um cheiro ou uma sensação da personagem, voltava a ela", relembra a atriz, que faz teatro de rua desde os 11 anos de idade, com a teatróloga já falecida Elbe de Holanda, na Ilha do Governador, bairro carioca onde sempre morou.

O que mais chamou a atenção de Letícia, porém, durante o processo de composição da personagem foi saber que ela ganharia algumas características atemporais, como a enorme tatuagem de bromélia e pássaro que exibe no braço direito. "Quando fui escalada para fazer a personagem, perguntei: Luiz, mas e a tatuagem? E ele disse: mas escolhi você só por causa dela!", lembra, aos risos. Mas a atriz faz questão de justificar a idéia de Luiz Fernando Carvalho. "É como se a tatuagem fosse uma continuação do quintal da Capitu. Porque ela é uma menina que cresceu nos quintais", metaforiza.

Tirando as características atemporais, as gravações de "Capitu" - que duraram de junho a agosto deste ano - foram extremamente fiéis ao texto de Machado de Assis, ao figurino e ao cenário do século XIX. "O Automóvel Clube, no Centro do Rio, foi preparado para receber as filmagens. E teve tudo a ver com a história de Machado. Afinal, durante um período, lá foi o prédio da Biblioteca Nacional", destaca ela, frisando a alegria que sente por ter sido escolhida para representar uma personagem do quilate de Capitu. "Viver a Capitu foi mágico.
Acredito que qualquer atriz gostaria de estar no meu lugar", derrete-se. Comente essa e outras notícias no Fórum UOL Televisão

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