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07/11/2008 - 02h49

Christine Fernandes aposta na ética da Rita de "A Favorita". Mas não garante

PopTevê
Christine Fernandes se estranhou um bocado logo nos primeiros capítulos de "A Favorita". Ela teve de escurecer as inseparáveis madeixas louras para compor a correta Rita. "No primeiro momento, foi um susto. Mas acho que deu um bom tom à personagem. E me livrou um pouco da imagem que sempre tive", brinca. Hoje, cinco meses depois de estrear na morenice, a atriz está "se sentindo em casa". "Já me reconheço nas fotos", diverte-se.

Para Christine, o visual moreno foi essencial para dar o toque de realidade que Rita exigia. "O moreno deu o fio-terra a ela. Até porque, o louro tem sempre aquele astral glamouroso por trás", acredita.



Mãe solteira e extremamente pé-no-chão, Rita luta para ganhar a vida e sustentar sozinha Camila (Hanna Romanazzi), sua filha com o sedutor Zé Bob (Carmo Dalla Vecchia). Aliás, ter um filho na dramaturgia também é inédito na carreira de Christine. "O interessante é que tenho um filho de cinco anos, o que me permite estabelecer uma relação mais fiel e verdadeira com a minha filha da ficção", opina ela, que é casada com o ator Floriano Peixoto, da Record, com quem tem o pequeno Pedro.

Christine conta que teve ainda de se ambientar a uma outra situação desconhecida. "Fui buscar a realidade do Brasil, em que muitas mães são chefes de família e não têm como pagar as contas no final do mês", lamenta. Como se não bastasse ter de arcar com os gastos da casa, a personagem ainda tem de lutar contra a mãe, a ambiciosa Dulce (Selma Egrei), que vive cobrando dela que se case com um homem rico. Mas, apesar de estar realizando o desejo da mãe - já que está se relacionando com Didu (Fabrício Boliveira), filho do corrupto e rico Romildo Rosa (Milton Gonçalves) -, a personagem é tão ética que é incapaz de ficar com o rapaz só por causa disso. "Acho que a personagem vai manter o padrão ético dela", aposta.

E Christine tem razão. Tanto que, além de ajudar o beberrão Didu a largar o vício, Rita tem feito de tudo para ele abandonar a "mamata" do pai. Prova disso é que ela vai declarar que está orgulhosa dele por ter dado um fim assistencialista ao dinheiro que pegou do cofre do pai.

Mas, mesmo sabendo que sua personagem está bem definida dentro da história, ela prefere não palpitar sobre o final dela. "O João Emanuel corre muitos riscos. Ele muda tudo, da água para o vinho, de um dia para o outro. Então tudo pode acontecer com ela", despista a atriz, referindo-se ao autor.

O que Christine faz questão de reafirmar, porém, é que, assim como Rita, ela também é para lá de realista. Basta fazer uma breve recapitulada em sua trajetória. Nascida em Chicago, nos Estados Unidos, ela se mudou para o Brasil ainda criança. Desde então, se aventurou pelas mais variadas áreas, das quadras de vôlei, onde chegou a se profissionalizar, às passarelas, nas quais foi um sucesso e chegou a morar nos Estados Unidos, no Japão e na Europa. A vontade de se tornar atriz, porém, falou mais alto e ela resolveu se entregar aos palcos. "Mas sempre tive de batalhar muito na minha carreira. Nunca tive as portas abertas porque conhecia alguém, ou porque era magra, ou porque era bonita. Pelo contrário", ressalta.

Christine acredita, contudo, que não ter conseguido tudo de mão beijada foi fundamental para o seu crescimento profissional. Afinal, hoje, ela valoriza cada personagem vivido e garante que, cada um deles, à sua maneira, lhe deu muito mais jogo de cintura e maturidade. Até mesmo para compreender que a profissão de ator é um constante aprendizado. "Acho que hoje as pessoas percebem o quanto cresci, o quanto da caminhada já andei. E isso é muito bom. Me sinto muito feliz", confessa a simpática atriz. (Carla Neves)
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