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31/08/2006 - 21h33

"Passei a beber quase nada", diz Adriana Garambone, a alcoólatra de "Bicho do Mato"; leia mais

Do PopTevê
  • Sua personagem foi prejudicada pelo vício

    Sua personagem foi prejudicada pelo vício

Até pouco tempo atrás, Adriana Garambone associava bebida a divertimento. A atriz não via mal nenhum em ocasionalmente, numa festa ou evento social, tomar alguns "drinques". Apesar de sempre ter sido comedida, ela conta que hoje sua relação com o álcool é totalmente diferente. Desde que foi convidada para interpretar a ex-modelo alcoólatra Silvia em "Bicho do Mato", passou a conhecer os malefícios da droga e passou a beber de pouco a "quase nada".

"Agora, vejo a bebida como uma droga perigosa, porque sei o estrago que faz. Muita gente começa bebendo socialmente e só depois descobre que tem a doença, pela quantidade de álcool que ingere", constata. Para entender um universo que, até então, lhe era desconhecido - ela diz que, pelo menos até onde sabe, nunca conviveu com um alcoólatra -, Adriana freqüentou diversas reuniões do AA - Alcoólicos Anônimos.

Lá, teve a chance de ouvir as mais diferentes histórias. "Muitas vidas são destruídas, mas muitos lutam contra a doença. É uma loteria", opina. Não satisfeita, a disciplinada carioca de 35 anos leu livros sobre o assunto e assistiu a filmes como "Vício Maldito", de Blake Edwards, "Barfly - Condenados Pelo Vício", de Barbet Schroeder, e "Quando Um Homem Ama Uma Mulher", de Luis Mandoki. "Foram filmes esclarecedores já que antes, eu não tinha uma opinião formada sobre o assunto", confessa.

Personagem complexa

Por aí, não é difícil perceber que a personagem é para lá de complexa. Além de ter tido a carreira de top model internacional destruída pelo vício, Silvia tenta, sem sucesso, se livrar dele. Como se não bastasse, ainda arruma mais problemas quando se envolve novamente com Ramalho (Jonas Bloch), o grande vilão da trama.

Mas tantos conflitos em uma só personagem parecem não assustar Adriana, que fala com tranqüilidade sobre a moça que vira e mexe perde a linha quando está "possuída" pelo álcool. "Na hora da cena, eu deixo fluir. Ela tem suas complexidades como qualquer outro personagem", diz.

O toque "glamourizado", que não poderia faltar nem em uma modelo decadente, ficou por conta do visual. Depois de ter vivido Adelaide, a megera de longos cabelos ruivos em "Essas Mulheres", Adriana cortou e descoloriu as madeixas para ficar loiríssima - cor que jamais pensou em adotar. "Mas até que eu gostei. Combinou com meu tom de pele e com os olhos", aprova.

A atriz conviveu conta que conviveu com o mundo fashion dos 15 aos 20 anos, quando trabalhou como modelo publicitário. Na época, as campanhas e comerciais de TV eram apenas um meio da então aspirante a atriz juntar dinheiro e bancar seus cursos de interpretação. "Nunca tive vontade nem pretensão de ser modelo. Meu negócio sempre foi atuar", conta.

Apesar de ainda estar às voltas com os altos e baixos de sua problemática personagem, Adriana já começou a ler textos para voltar ao teatro assim que a novela terminar. Em sua última peça, a atriz pôde mostrar não apenas seus dotes de interpretação, mas também de canto e dança. No musical "Chicago", de 2004, ela viveu Roxie Hart.

Agora a atriz tem um projeto diferente para o teatro: fazer uma peça sem pretensões comerciais. É no teatro, aliás, que a atriz acredita ter seu maior público. "É engraçado porque quando estou no ar e as pessoas vêm falar comigo, eu sempre acho que é por causa da novela. Mas a maioria diz que me viu no teatro", surpreende-se.

(Fabíola Tavernard)
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