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12/07/2006 - 19h00

Ator Roberto Bomtempo estréia na direção de novelas e se sente com a corda no pescoço; leia entrevista

MARINA CAMPOS MELLO
Da Redação
  • Bomtempo atua na novela e interpreta o vaqueiro Piauí

    Bomtempo atua na novela e interpreta o vaqueiro Piauí

Conhecido do público por seu trabalho como ator --já atuou em mais de 20 filmes e em novelas como "Senhora do Destino" e "Chocolate com Pimenta"--, Roberto Bomtempo está passando para trás das câmeras. Na novela "Bicho do Mato", que estréia na próxima terça-feira (18) na Record, Bomtempo divide a direção do folhetim com Edson Spinello e César Rodrigues.

Experiente no teatro, Bomtempo ainda está se adaptando ao trabalho na TV, muito mais dinâmico. "Ainda estou aprendendo a ter essa realação com a velocidade. Em TV, a gente trabalha com a corda no pescoço", diz. Ele também faz uma participação especial na trama, interpretando o vaqueiro Piauí. O ator e diretor falou com o UOL sobre seu novo trabalho. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

Por quê você decidiu dirigir uma novela?

Roberto Bomtempo - A direção sempre esteve presente na minha vida pelo teatro. Antes de trabalhar como ator, também trabalhei durante cinco anos como assistente de direção em cinema. Na verdade, eu sempre me considerei diretor. Desta vez, o convite da Record para "Bicho do Mato" veio na hora certa. A Globo já havia me convidado várias vezes para trabalhar em direção, mas eu preferia me dedicar aos meus projetos. Eu gosto de fazer as minhas coisas, gosto de ser chefe de mim mesmo. E quero ver se consigo, ao longo da minha carreira, tocar minha vida assim. Eu tento equilibrar os tipos de trabalho. Quando a Record me chamou, eu estava disponível e curioso. E resolvi arriscar e ver no que ia dar.

Você também está atuando em "Bicho do Mato". Como está sendo o trabalho na novela?

RB - Eu farei o vaqueiro Piauí. Mas será uma participação especial. Participarei apenas dos 25 capítulos iniciais. Gravar e atuar uma novela inteira é uma loucura. Quando fomos para o Pantanal, eu gravei bastante. Mas agora, no Rio, o meu ritmo já diminui bastante. Como diretor, comecei a participar da novela dois meses antes do início das gravações. O autor e o diretor-geral [Edson Spinello] idealizaram a novela e nos passaram um conceito. A partir deste conceito, começamos a trabalhar com força. Teoricamente, o diretor-geral carrega uma carga maior nos dez primeiros capítulos. Mas, desta vez, não foi isso o que aconteceu. Em todos os capítulos iniciais, há cenas dos três diretores.

Divulgação
Roberto Bomtempo em cena da novela Bicho do Mato
No ano passado, estreou "Depois daquele Baile", seu primeiro longa como diretor de cinema. Como você compara essas duas estréias?

RB - Para mim, trabalhar em cinema e em TV é muito diferente. O cinema é muito pessoal, é um projeto meu. No cinema, eu tenho a idéia, eu tenho que ir atrás de dinheiro, faço a produção. É um projeto de vida, é como um sonho. O mesmo acontece com as peças que eu produzi e dirigi. Dirigir novela é diferente. Não é um projeto seu. É um projeto de um autor, de um diretor geral, de uma emissora. Então o envolvimento emocional é diferente. Não quer dizer que novela pior, mas é muito diferente. Em todos os meus trabalhos anteriores, em cerca de 70% deles, eu estava muito envolvido emocionalmente. Nesse trabalho, eu estou aprendendo a ter um distanciamento. E, ao mesmo tempo, como diretor, eu tenho que estar muito presente. Você tem que estar 24 horas presente. É uma loucura. Então, para mim, é estranho, porque é novo.

E o dia-a-dia?

RB - Na novela o ritmo é muito diferente. Em um dia, você sai para gravar 20 páginas de um roteiro. Daria para fazer um longa em cinco dias de trabalho de novela. Então não podemos ser tão detalhista quanto no cinema. Não dá para ficar tentando melhorar cada cena. O capítulo tem que ir para o ar, tem que ficar pronto. No filme, aquela cena fica imortalizada. Na novela, quando está passando o capítulo 30, ninguém mais lembra do capítulo 10. Então você vai tentando melhorar o trabalho ao longo da produção. E eu ainda estou aprendendo a ter essa ligação com a velocidade. Em novela, a gente trabalha com a corda no pescoço.

E quais são seus próximos projetos ?

RB - Estou com planos de estrear duas peças, uma já no final deste ano. E também estou trabalhando no meu próximo longa, um projeto bem grande que está em fase de captação. O filme se chama "Os sonhos não envelhecem", e contará a toda a história dos músicos mineiros do Clube da Esquina. Serão 20 anos de história. O filme é caro, e, se eu conseguir começar a rodar daqui a dois anos, vou ficar bem feliz.
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