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10/05/2006 - 21h08

Entrevista: Isis Valverde revela a nova cara de Ana do Véu

Do PopTevê

Jorge Rodrigues Jorge/CZN

Sem o véu, Isis mudou sua interpretação

Sem o véu, Isis mudou sua interpretação

"Você está preparada?". Esta foi a pergunta que partiu do diretor Ricardo Waddington para Ísis Valverde, logo que ela conquistou o papel de Ana do Véu, em "Sinhá Moça". Após um convicto "sim", coube à menina manter a identidade em sigilo durante os 32 capítulos iniciais da trama.

Ísis tratou de se esconder da maneira que pôde. Mas foi flagrada na janela de seu apartamento, o que, em parte, acabou com o mistério em torno da enigmática personagem. O suplício só chegou ao fim quando Ana do Véu livrou-se do tal pano e apareceu de cara limpa em cena. "Foi uma agonia ficar sem aparecer. Finalmente ela tirou o véu e já dei até autógrafo", conta.

Na trama de Benedito Ruy Barbosa, Ana do Véu é uma menina misteriosa, obrigada pela mãe a usar o "acessório" devido a uma promessa feita para Santa Rita. Inicialmente prometida para Rodolfo (Danton Mello), ela acaba envolvida com Ricardo (Bruno Gagliasso). Assim que se livra do "incômodo", uma nova Ana aparece.

Sem o véu

Cínica e perspicaz, ela ganha vivacidade em cena, e muda completamente o jeito de ser. "Foi ótimo que eu tenha começado com o véu. Aprendi a usar outras partes do meu corpo. E sem o véu, a Ana fica mais sagaz", acha Ísis.

Apesar de estar em sua primeira novela, a atriz já possui uma grande intimidade com as câmaras. Aos 15 anos, saiu de sua cidade natal, a pequena Aiuruoca, no sul de Minas Gerais, para concluir os estudos em Belo Horizonte. Enquanto passeava em um shopping, despertou o interesse de um olheiro e foi convidada a trabalhar como modelo.

"Fazia trabalhos, nacionais e internacionais, e foi assim que fui descoberta pelo Ricardo", explica a menina, de 19 anos. Sem pestanejar, encarou a concorrência de 30 candidatas, fez cinco testes e acabou convencendo o diretor global. "Desde criança eu gosto de ser outras pessoas. Agora, descobri que atuar é brincadeira de gente grande", diz.

Como você define a Ana do Véu?

Ísis Valverde - Ela é uma menina muito ingênua, inocente, mas não boboca. Ela quer saber de tudo, é ardilosa. Quando percebe que alguém não quer falar sobre algo, vai em cima de propósito, para deixar a pessoa constrangida. Porém, quando percebe que a situação complicou, pula fora. E não é que ela seja má com a mãe. Às vezes ela grita e tem um jeito mais duro apenas para a mãe não prendê-la de novo em casa.

Como foi a preparação para o papel?

IV - Para compor a Ana, eu tive aulas de boas maneiras, de como se portar à mesa e tive que aprender a dançar valsa, uma dança bem comum na época. Além disso, li muitos livros sobre História do Brasil e vi filmes como "A Época da Inocência" e "Romeu e Julieta", tanto o antigo como o atual. Acho que a Ana tem um olhar puro semelhante ao da Julieta.

Você pediu alguma ajuda para Patricia Pillar, atriz que interpretou a Ana do Véu na primeira versão da novela?

IV - Conversamos muito, mas não perguntei nada sobre a Ana, para não ter nenhuma referência. Optei por não assistir à primeira versão, porque eu queria ter a minha personagem, a minha Ana do Véu. Acho que cada uma faz do seu jeito, com um modo próprio de representação.

Sua maneira de interpretar mudou depois que ela tirou o véu?

IV - Muito. Na minha opinião, o olhar é a alma da personagem. E como eu não pude usá-lo, tive que aguçar outros sentidos. Trabalhei muito a movimentação corporal, me senti mais móvel em cena. Também trabalhei o tom de voz, afinal era como ela passava tudo o que sentia. Sem o véu estou me sentindo viva em cena. E todos vão poder observar o olhar curioso que ela tem. Agora todos vão ver a Ísis ali.

(Natalia Castro)

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