"Jornalismo da Record é mais democrático que o da Globo", diz Celso Freitas

THIAGO STIVALETTI

Da Redação

Adriana Araújo e Celso Freitas no Jornal da Record

Em meio a um acirramento na disputa de audiência com a Globo no horário nobre, a Record estréia hoje às 20h15 o seu novo "Jornal da Record", tendo como apresentadores o veterano Celso Freitas (32 anos de Globo) e a novata Adriana Araújo (ex-repórter da sucursal da Globo em Brasília).

Freitas, 52 anos, passou por todos os programas jornalísticos relevantes da emissora carioca - "Jornal Nacional" (por seis anos), "Fantástico" (nove anos), "Globo Repórter" (três anos) - e foi até apresentador do "Você Decide" por dois anos. Também trabalhou na GloboNews antes de migrar para a Record em 2004 e assumir o comando do "Repórter Record" e depois do "Domingo Espetacular".

"O jornalismo da Record é mais aberto e democrático que o da Globo. A Globo desenvolveu manias e vícios ao longo dos anos por causa da falta de concorrência. Começou até a surgir uma forte competição interna entre os jornais da casa", alfineta o jornalista. "Lá os profissionais sentem falta de poder sugerir e opinar. Quem sabe agora, com uma concorrência externa mais forte, a produção da Globo não melhora".

Freitas rebate as críticas de que o novo jornal tentaria imitar o padrão do "Jornal Nacional". "Quase todo mundo que está trabalhando aqui já trabalhou na Globo, é natural", diz. Valdir Zwetsch, editor-chefe do jornal que chega à Record depois de nove anos de Bandeirantes, comenta a semelhança entre os cenários: "É como o de muitos telejornais por aí, com a redação aparecendo ao fundo atrás dos apresentadores. Se lembra o do 'JN', eu tomo isso como um elogio".

De acordo com o editor-chefe, o telejornal deve dar ênfase a alguns temas que vêm interessando os espectadores em outros jornais, como vida moderna, tecnologia e cidadania. "Vamos ampliar um pouco o cardápio das pautas e tirar um pouco a sidudez", afirma, fazendo a comparação com o formato anterior, idealizado por Boris Casoy. Celso Freitas diz que os primeiros programas devem ser marcados por reportagens de denúncia e outras inéditas, para tornar o espectador fiel.

Quanto à audiência, o "Jornal da Record" deve testar um método contrário ao da Globo. Enquanto esta apresenta o "Jornal Nacional" antes de sua principal novela, o novo jornal entra no ar depois de "Prova de Amor", a novela que está tirando o sono da Globo e chegou a empatar no Ibope com o "JN". "Não podemos negar, o objetivo da televisão é sempre a audiência. E sim, queremos nos aproveitar da boa audiência da novela", diz Zwetsch.