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30/11/2005 - 21h56

Miguel Falabella sonha encaixar "Toma Lá Dá Cá" nas noites de domingo

FABÍOLA TAVERNARD
Do PopTevê
  • Miguel Falabella está em <i>Toma Lá Dá Cá</i>, especial de fim de ano da Globo

    Miguel Falabella está em Toma Lá Dá Cá, especial de fim de ano da Globo

Miguel Falabella ainda estava escrevendo "A Lua me Disse" quando soube que haveria uma reunião entre roteiristas e a direção da Globo para selecionar os especiais de fim de ano da emissora. Totalmente às pressas, se juntou com Maria Carmem Barbosa, esboçou em duas páginas o que seria o "Toma Lá Dá Cá", pegou um helicóptero até Angra dos Reis, litoral Sul do estado do Rio de Janeiro, e apresentou o projeto. "Foi um caos. Mas adoro "sitcom" e há muito queria fazer algo do tipo", justifica.

Fãs de carteirinha de séries como "Sex And The City", "Friends" e "Seinfield", que retratam cotidianos quase sempre inusitados, Falabella e Maria Carmem criaram uma situação bastante bizarra para o especial que vai ao ar na noite de 29 de dezembro na tela da Globo.

Na história, Falabella vive o corretor de imóveis Mário Jorge que, embora casado com Celinha (Adriana Esteves), mora no apartamento em frente ao da ex-mulher, Rita (Débora Bloch). Rita é casada com Alberto (Diogo Vilela). Só que Alberto e Celinha também já foram casados e têm um filho, o precoce Adônis (Daniel Torres).

Resumindo, são dois casais "trocados" e obrigados a conviver quase diariamente. Ainda mais porque Mário e Rita também têm dois filhos ao estilo "rebeldes sem causa": Isadora (Mitzi Evelyn) e Tatalo (George Sauma). "É uma situação divertida, extrema. E muito rica, dá para criar bastante em cima dessa loucura", brinca Falabella.

O elenco, escolhido a dedo entre amigos de longa data de Falabella
--volta e meia ele escreve papéis para Débora Bloch e Adriana Esteves--, traz ainda a estreante Alessandra Maestrini como a empregada paranaense Bozena, que tem um sotaque tão carregado que chega a doer os ouvidos.

A presença de Diogo Vilela é algo que Falabella ansiava há tempos, já que nunca trabalhou com o amigo. "Imagina só, daqui a pouco a gente morre e não contracena!", diverte-se. A direção fica por conta de Roberto Talma e Mauro Mendonça Filho.

PLATÉIA AO VIVO

Sem esconder que pretende ganhar as noites de domingo da emissora em 2006, Falabella se apressa em diferenciar o programa do extinto "Sai de Baixo". O antigo humorístico era gravado ao vivo, nos moldes de um "teatro televisionado". No "Toma Lá Dá Cá", embora haja platéia e suas manifestações --diga-se gargalhadas--, o público não aparece, o elenco jamais se dirige a ele e as gravações são em estúdio. E não há dúvidas que ouvir a resposta "automática" do que fazem contribui para que os atores saibam o tom, ainda mais se tratando de comédia. "Eles são espontâneos. Se não acham graça, não riem mesmo", acrescenta.

Sem disfarçar a intenção de "exorcizar" de vez o Caco Antibes, seu personagem em "Sai de Baixo", Falabella quis dar a Mário Jorge um ar mais leve, com camisas floridas e bermudas. Um "cariocão" nato, bem despojado, para contrastar bastante com o intratável "almofadinha" paulistano que odiava pobres. Mas o próprio ator sabe que desvincular-se de um personagem que viveu durante seis anos não é tarefa das mais fáceis. "Para o público, sempre serei o Caco. Isso chama-se carisma, e não há nada que eu possa fazer a respeito", conforma-se.

Embora não tenha a modéstia como uma de suas virtudes, o ator, diretor e escritor Miguel Falabella jura que não tem grandes pretensões com o programa, além de divertir. Ele diz que a intenção é explorar diferentes situações entre os dois casais, abordando dificuldades típicas de famílias de classe média. Conhecido por seu humor apimentado, ele garante que vai diminuir o tom desta vez, imprimindo até certos toques de ingenuidade. "A melhor forma de retratar o Brasil é com a comédia. Se for com drama a gente se mata, corta os pulsos", conclui, aos risos.
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