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14/10/2004 - 23h50
Record aposta em "A Escrava Isaura"; saiba quem é quem

MANOELA PEREIRA
Editora do UOL Televisão


A saga de uma escrava branca, vítima da paixão doentia do filho de seu senhor, começou em 1976 e rodou mais de 70 países, entre eles China, Hungria, Cuba e Estados Unidos.

Exibida pela TV Globo entre outubro de 1976 e fevereiro de 1977, a primeira adaptação para a telinha do romance de Bernardo Guimarães (1825-1884) teve apenas 100 capítulos e tornou-se o primeiro sucesso internacional da telenovela brasileira. Só na China foi vista por cerca de um bilhão de pessoas.

Com protagonistas e antagonistas fortes e uma trama centralizada, "A Escrava Isaura" volta à TV nesta segunda-feira (18) não mais com Lucélia Santos no papel principal, tampouco no início do horário nobre da Globo, que já reprisou a trama cinco vezes --a última em 1990. Quem aposta agora no sucesso do folhetim ambientado numa fazenda do século 19 é a TV Record, na ressaca da malsucedida experiência com "Metamorphoses", novela que inovou ao utilizar tecnologia digital de ponta, porém "desandou" no enredo e teve o final antecipado.

Com "A Escrava Isaura" a expectativa é outra e se depender da trama o sucesso da novela está praticamente garantido. Mesmo assim, o diretor Herval Rossano (o mesmo que dirigiu a versão global em 1976) prefere dizer que não se trata de um "remake", mas sim de uma "nova versão", apesar da caracterização dos atores estar bem próxima daquela que transformou o folhetim num fenômeno mundial. A ex-paquita Bianca Rinaldi, por exemplo, com lentes de contato castanhas e cabelos escuros, ficou a cara da atriz Lucélia Santos. Já o ator Rubens de Falco, que marcou a primeira versão como o vilão Leôncio, foi convocado para estrelar a nova adaptação na pele de outro personagem.

Para ficar ainda mais parecida com a versão original, a emissora comprou ainda os direitos da música "Retirantes" (a do refrão "lerê, lerê"), de Dorival Caymmi e Jorge Amado, que tanto marcou a saga da bela Isaura em busca da liberdade. A gravação, não entanto, não será a mesma da versão original já que os direitos pertecem à gravadora Som Livre, da Globo.

Mesmo com tantas semelhanças Herval Rossano insiste em dizer que "A Escrava Isaura" de 2004 "não tem nada a ver" com a adaptação feita por Gilberto Braga para a TV Globo, que incluiu situações e personagens diferentes como o fazendeiro Tobias (Roberto Pirillo), inserido livremente na história para dar mais dramaticidade ao texto original (1875).

Gravada numa fazenda no interior de São Paulo e com 35 atores fixos, cada capítulo de "A Escrava Isaura" na Record custará cerca de R$ 150 mil, orçamento um pouco abaixo do atual da Globo para novelas (R$ 160 mil).