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05/05/2011 - 07h00

Betty Lago estreia na Record no papel de uma empregada doméstica

CARLA NEVES
do UOL, no Rio

Betty Lago admite que nunca tinha pensado em interpretar uma empregada doméstica na TV. Mas a atriz mudou de ideia quando foi convidada pelo diretor Alexandre Avancini para encarnar a abusada Marizete em “Vidas em Jogo”, novela que marca sua estreia na Record. “Acho que ela é a personagem mais diferente que já fiz. Pena que vai ficar pouco tempo como empregada, já que vai ganhar na loteria, ficará milionária e aí vai querer ter uma empregada”, adianta Betty, aos risos.

Para dar vida à doméstica que namora o porteiro Francisco (Felipe Martins) e que enche a boca para falar mal da patroa, dona Regina (Beth Goulart), Betty não precisou ir muito longe. Ela pediu ajuda à própria empregada, que trabalha em sua casa há 30 anos. “Não me inspirei nela. Até porque, ela tem atitude de quem já ganhou na loteria. É mega metida. [risos]. E muito mais minha amiga do que empregada. Mas às vezes leio uns trechos da Marizete para ela e pergunto: ‘como é que você falaria isso aqui?’. Aí ela, abusada que só, usa sempre um tom abusado... É uma espécie de consultoria”, afirma.

Não me inspirei nela. Até porque, ela tem atitude de quem já ganhou na loteria. É mega metida. [risos]

Betty Lago, sobre sua própria empregada

Betty diz que também buscou inspiração na cultura brasileira, que desde sempre incentiva a prática do emprego doméstico. “Essa coisa do uniforme engomadinho, com essa pseudo pompa, você vê muito mais no Brasil do que em qualquer outro país desenvolvido. Esse ‘sim senhora, não senhora’ é muito daqui. Essa coisa subserviente é a cara da nossa cultura”, argumenta.

Embora saiba que o papel é um desafio em sua carreira, Betty acredita que tem muita chance de ele cair no gosto popular. “Quando estou gravando a Marizete e as pessoas riem no estúdio, penso: ‘bom, alguma coisa a gente está fazendo certo’. Porque a gente nunca sabe. Quando você trabalha nesse plano mais popular é interessante porque é a resposta do público que vai dizer se você acertou a mão ou não”, analisa ela, adiantando que a personagem não vai ficar tão boazinha quando enriquecer: “O discurso dela é muito assim: ‘não sou bem tratada, então no dia que eu ganhar na loteria, vou tratar meus empregados muito bem. Eles vão ter carteira assinada, eu vou dar todas as regalias, vou pagar acima do mercado’. Mas aí tem um reverso que ainda não li, mas acho que ela não vai ficar nada legal”.

Além de o papel representar a possibilidade de Betty mostrar uma nova faceta como atriz, ele também é um divisor de águas em sua carreira. Afinal, ela deixou a Globo – emissora na qual estava desde 1992 – para assinar um contrato de cinco anos com a Record. A atriz garante, contudo, que não ficou temerosa com a mudança. “Eu já tive contrato com a Globo. Depois não mais. Então acho que não faz muita diferença”, conta ela, acrescentando que não gosta da política de reserva de atores da emissora. “É um sistema que pode até funcionar quando você é contratado, mas quando não, a opção de onde quero trabalhar tem que ser minha e não da empresa”.

  • Divulgação

    Betty em cena de "Vidas em Jogo" (maio/2011)

Betty lembra que consultou o amigo Miguel Falabella para saber se estava tomando a decisão correta. “Na hora que contei, ele tomou um choque. Porque já estava bem adiantado no que estava escrevendo para mim, tanto na novela quanto no seriado que está preparando para a Globo. Mas depois da conversa ele falou: ‘tá bom, Betty. Vê se tem um lugar lá para mim também’ [risos]”, recorda.

Outro fator que contribuiu para que Betty mudasse de emissora foi o fato de Alexandre Avancini ser o diretor geral de “Vidas em Jogo”. “As melhores coisas que fiz na Globo foram com o Avec [apelido de Alexandre Avancini]: ‘Anos Rebeldes’, ‘Quatro por Quatro’, ‘O Quinto dos Infernos’, ‘Uga Uga’, ‘Kubanacan’... Acho que ele só não me dirigiu em ‘Bang Bang’”, conta.

Betty diz que ainda tem conciliado as gravações da novela com as do programa “Pirei”, do GNT. "Estou trabalhando bastante. Mas está sendo bom”, garante. O canal a cabo é o mesmo em que ela apresentou o programa "Saia Justa" durante cinco anos. Ela conta, inclusive, que ficou bem triste quando deixou a atração. "Fiquei arrasada. É um casamento, né? Foram cinco anos. Então chorava, ia à praia, chorava, fazia outra coisa... depois passou. Dá uma ressaca emocional, como no fim de um namoro", compara.

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