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20/12/2010 - 08h00

André Arteche comemora a repercussão de Julinho de "Ti-Ti-Ti"


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  • André Arteche diz que dar vida ao Julinho de Ti-Ti-Ti chegou a deixá-lo receoso (18/12/10)

    André Arteche diz que dar vida ao Julinho de "Ti-Ti-Ti" chegou a deixá-lo receoso (18/12/10)

Dar vida ao Julinho de "Ti-Ti-Ti" chegou a deixar André Arteche receoso. Isso porque, na pele de um homossexual, o ator teve medo do que iria ouvir nas ruas. "No início, fiquei um pouco preocupado. Tive medo de ficar ouvindo piadas", assume. Passada a preocupação inicial, é visível a satisfação do ator. Tanto que ele se perde no tempo ao falar do personagem da trama de Maria Adelaide Amaral. "Só ouço coisas boas. As pessoas elogiam muito o meu trabalho, acho que pela forma que está sendo mostrado. Sem debochar, estereotipar e criticar", comemora.

O convite para atuar na atual trama das sete veio logo depois de terminar as gravações de "Caminho das Índias", na qual viveu o Indra, trabalho que o tornou conhecido na televisão. A estreia do ator, no entanto, foi bem antes. Aos 12 anos, André atuou em "A Comédia da Vida Privada". De lá para cá, ele acumulou oito trabalhos no cinema. Hoje, na terceira novela, o gaúcho de Porto Alegre comemora a visibilidade que a televisão oferece. "Comecei muito cedo na carreira de ator, mas as pessoas têm a impressão de que as coisas aconteceram rápido para mim. A TV dá muita popularidade", destaca. Apesar de ter iniciado nas artes cênicas ainda criança, André chegou a ter dúvidas com relação à profissão. O ator, inclusive, cursou faculdade de jornalismo, mas depois de passar seis anos no segundo período, desistiu. "Atuar é muito difícil. Tive medo, porque sempre quis sair logo de casa e ganhar a minha grana", conta.

O Julinho é um personagem dramático inserido em uma novela cômica. Como é misturar os dois gêneros?

Quando li a sinopse do Julinho, vi que ele carregava um drama muito forte. Então, senti necessidade e fiz questão de mostrar um lado bem-humorado nele. Principalmente, porque ele passa pelos momentos difíceis, mas que consegue dar a volta por cima. Acho que na vida é assim. Tem um pouco de drama e comédia. Sempre que dá para buscar os dois caminhos, procuro mostrar bem. O Indra de "Caminho das Índias" também era assim. Tinha relação com a Norminha, super fogosa e engraçada e também o drama, já que ele sofria bullying na escola.

Em "Ti-Ti-Ti", seu personagem não faz a linha do gay escrachado. Como você se preparou para dar vida ao Julinho?

Não tive nenhuma referência para compor o Julinho, não me inspirei em ninguém. Mais do que os trejeitos, procurei buscar as características interiores. Vi de cara que ele era muito sensível, muito perspicaz e que procurava sempre colocar as pessoas para cima e ajudar. Meu foco foi nessas características. As características externas eu deixei vir aos poucos. O jeito de andar, de falar, como ele usa a tesoura e corta o cabelo, deixei surgir à medida que íamos fazendo as leituras e ensaiando.

Quando você recebeu o convite, sentiu algum receio em interpretar um homossexual na televisão?

No início, fiquei um pouco preocupado. Ficava me perguntando como será que ia ser. Tive aquele medo de ficar ouvindo piada na rua.

Como é a repercussão do personagem nas ruas?

Só escuto coisas boas. As pessoas parecem felizes com a forma que o homossexual está sendo mostrado. Porque é sem debochar, estereotipar e criticar. Os homossexuais ficam satisfeitos com isso. O Julinho é um cara comum que gosta de outro homem. Acho que é um personagem que não cai no lugar-comum.

(por Natalia Palmeira)

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