"Ti-Ti-Ti" aposta na mistura de tramas de sucesso para alavancar o horário das sete

Nos anos 80, o horário das sete foi ocupado por novelas de grande sucesso. Caso de "Elas por Elas", "Guerra dos Sexos" e "Vereda Tropical", entre outras, que alcançaram surpreendentes índices de audiência para a época. "Ti-Ti-Ti", nova novela que, a partir desta segunda-feira (19), passa a ocupar o lugar de "Tempos Modernos", mistura duas tramas desse período. Isso indica uma vontade em resgatar a audiência perdida, já que o horário vem mantendo uma média insatisfatória de 23 pontos no Ibope. A novela "Ti-Ti-Ti" de 2010 traz elementos da trama original, de 1985, e acrescenta a isso uma história mais ligeira, com humor escrachado, ação e romance --elementos de fácil identificação com o público--, misturado a personagens de "Plumas e Paetês", de1980. "Além disso, faço citações a personagens de outras novelas, como o Mário Fofoca, detetive desastrado de 'Elas por Elas' e Kiki Blanche, de 'Locomotivas'", acrescenta a autora, Maria Adelaide Amaral.

A história gira em torno de André Spina/Jacques Leclair e Ariclenes Martins/Victor Valetim. Protagonizados por Alexandre Borges e Murilo Benicio, respectivamente, eles interpretam dois estilistas que vivem às turras e vão ser responsáveis pela maior parte das cenas cômicas da novela. Inimigos desde a infância, os dois sempre disputaram brinquedos, amigos e garotas. Agora, a rivalidade é pela fama. O sonho de Jacques Leclair é se tornar um estilista famoso. "Ele é dúbio. Está sempre querendo seduzir e usa isso para chegar no topo", define o intérprete Alexandre Borges. Já Ariclenes se passa por Victor Valentim, um homem ambicioso que faz de tudo para enriquecer, menos trabalhar duro. "Ele é um picareta. Tem uma coisa de moda, mas não é nada disso", revela Murilo.

Com um estilo espalhafatoso e exagerado, Jacques só começa a sobressair no mundo da moda quando conhece a irreverente Jaqueline, vivida por Cláudia Raia. "Ela é inadequada e não tem limites, mas adorável. Parece um moleque de rua, só que com o glamour da moda", explica Cláudia. E é justamente o extremo bom gosto de Jaqueline que leva as criações de Jacques do cafona ao chique. Já Victor conta com criatividade do filho para tentar se transformar em um famoso costureiro espanhol. Ele leva os desenhos feitos por Luti, de Humberto Carrão, para a costureira Marta, interpretada por Dira Paes. "O André/Jacques trocou a Marta por uma mulher rica e ela carrega esse ressentimento. Por isso, se torna a grande cúmplice do Ariclenes na transformação para Victor Valentim", adianta a atriz.

A história se passa em São Paulo, mas as cenas iniciais do núcleo romântico foram gravadas em Belo Horizonte. No folhetim, Marcela, personagem de Ísis Valverde, é abandonada grávida pelo namorado. Desiludida, a jovem pega uma carona com Osmar, vivido por Gustavo Leão, para São Paulo. Só que os dois sofrem um acidente de carro, no qual ele não sobrevive. É a partir daí que o drama vai rodear a vida de Marcela. "Ela não vai ser aquela mocinha chata que vive chorando. A criação dela é dramática, mas tem pitadas de comédia", garante Ísis, que após o acidente vai morar na casa da família de Osmar e se envolve com o irmão dele, Edgar, vivido por Caio Castro. Mas, a personagem de Ísis vai ter dificuladades com o galã, já que a vida amorosa de Edgar é complicada: ele é noivo de Camila, papel de Maria Helena Chira, e tem um caso com Luísa, de Guilhermina Guinle, sua sócia na agência de modelos. "Os amigos de elenco estão me chamando de José Mayer das sete. Mas ele não é galinha e safado", defende Caio, aos risos.

(por Natalia Palmeira)

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