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26/11/2010 - 08h00

"É mais difícil, mas posso mostrar outras nuances", diz Juliana Baroni sobre sua vilã em "Ribeirão do Tempo"


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  • Juliana Baroni é a vilã Karina de Ribeirão do Tempo (25/11/10)

    Juliana Baroni é a vilã Karina de "Ribeirão do Tempo" (25/11/10)

Os olhos verdes, a pele clara e o sorriso doce sempre renderam a Juliana Baroni papéis de mocinhas. Com quase 20 anos de carreira, interpretar um papel mais denso na TV, no entanto, sempre esteve nos planos da atriz. E o contrato até 2012 com a Record veio bem a calhar. Logo na sua estreia na emissora, Juliana teve a chance de dar vida a um tipo inédito em sua carreira: uma vilã. Por isso, quando o assunto é a insuportável Karina, seu papel em "Ribeirão do Tempo", a empolgação com o atual trabalho não passa despercebida. "Quando o Edgar Miranda veio com essa proposta eu pensei 'vai ser ótimo'. Nunca tinha feito uma personagem assim", destaca.

Apesar da personalidade dúbia e vingativa, vez ou outra, Karina passa por momentos bons e até mesmo cômicos. Essa característica não-linear é o que mais dificulta o trabalho. E também o que mais instiga Juliana. "Tenho a possibilidade de passar por diversas emoções. É mais difícil, dá mais trabalho, mas posso mostrar outras nuances", analisa. E não é difícil ouvir de Juliana que a personagem tem potencial para ficar ainda mais malvada. Principalmente depois que Tito (Ângelo Paes Leme) se casou com Filomena (Liliana Castro). Mesmo sendo um casamento por interesse, Karina se sentiu humilhada e não está disposta a perdoar a atitude do ex-noivo. "Ela está se tornando mais amarga. Como é a minha primeira vez como vilã, seria interessante se ela ficasse ainda mais má", ressalta ela, que quando recebeu o convite para atuar em "Ribeirão do Tempo", imaginava uma rejeição do público. "As pessoas gostam dela, se divertem. Foi uma surpresa, porque ela é bem chatinha, né?", diz.

  • Pedro Paulo Figueiredo/CZN

    Apesar da personalidade vingativa, vez ou outra, a personagem de Juliana em "Ribeirão do Tempo" por momentos até mesmo cômicos

O encantamento com a primeira vilã da carreira é nítido. Mesmo assim, Juliana procura não demonstrar nenhuma predileção por gêneros. "Gosto de tudo, sendo drama ou comédia. Cada personagem exige uma coisa diferente. O legal é tentar imprimir as características que o trabalho pede", garante. Para dar vida a Karina, a primeira providência foi mudar o visual. Há alguns tempo com os cabelos longos e ruivos, Juliana já desejava passar por uma transformação em nome de um trabalho. "O louro claro e o corte já me deram um ar arrogante. Também mexi nas sobrancelhas. São detalhes sutis, mas que ajudam o ator", explica.

Na trama de Marcílio Moraes, Karina é uma patricinha, dona da butique mais chique da cidade. Foi o lado perua da personagem que mais divertiu a atriz no processo de composição da personagem. Isso porque, ela ficou dias passeando pela rua Oscar Freire, conhecida como paraíso das compras das mulheres ricas de São Paulo. "Observava como elas se comportavam, falavam, gesticulavam. Não foi um laboratório nem um pouco difícil de fazer", assume. Essa característica realista, típica dos personagens de Marcílio, é outro fator que instiga Juliana. "A Karina, apesar de ser uma perua, é uma personagem que pode ser encontrada longe da ficção. Não é caricata", explica.

O mesmo não se pode dizer da fogosa Miriam de "O Profeta", sua última novela na Globo, em 2006. "Ela era extremamente cômica e cheia de caras e bocas. Eu podia fazer qualquer loucura que cabia", lembra ela que, por mais diferente que um trabalho possa ser, sempre empresta às suas personagens um ou outro trejeito próprio. "Em algum momento, acabo passando alguma coisa pessoal. Empresto minhas emoções, por mais que sejam emoções inventadas", argumenta.

(por Natalia Palmeira)

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