Elenco de "Ribeirão de Tempo" grava cena de casamento de Tito e Filomena

Casar dá trabalho. Na ficção, então, uma simples cerimônia pode durar até três dias. Pelo menos esse foi o tempo necessário para realizar o casamento de Tito e Filomena, interpretados por Ângelo Paes Leme e Liliana Castro, em "Ribeirão do Tempo". A cena, que vai ao ar a partir do dia 11, mobilizou 29 atores, 60 figurantes e uma equipe de 110 pessoas em um sítio em Vargem Pequena, Zona Oeste do Rio de Janeiro. "A primeira dificuldade é contar com um dia bonito. Além disso, tem de tocar toda essa equipe. Lidar com todos, pedir silêncio... É mais trabalhoso, mas o resultado é mais bonito", avalia o diretor geral, Edgard Miranda.

O vestido de noiva, as flores da decoração e o clima descontraído entre atores dão a impressão de um enlace romântico. Na verdade, o casamento não passa de uma troca de favores entre o casal. "Essa cena foge de um casamento comum. A heroína está comprando um marido. E ele aceita para não perder a pousada para seu maior inimigo", analisa o diretor, citando o personagem de Heitor Martinez.

Nos bastidores, o clima era como em uma festa de verdade. Com grande parte do elenco reunido, os atores confraternizavam e tiravam fotos. "Gravar em externa é sempre delicado. Mas o que é legal é estarmos juntos com colegas que nem sempre contracenamos", destaca Ângelo, no intervalo da cena em que percebe que Karina, vivida por Juliana Baroni, chega à cerimônia. De vestido preto, simbolizando o luto pela ocasião, a loura surpreende a todos com a visita surpresa.

Nessa hora, a atenção do diretor é redobrada. Por isso Edgard optou por gravar por partes, para facilitar a captura de expressões e a troca de olhares do elenco em cena. "Acordei às 7 da manhã para fazer cabelo e maquiagem. A ideia é que a Karina vá ao casamento o mais bonita possível para dar o troco no Tito, fazendo um brinde irônico ao casal", adianta Juliana.

Para cuidar do visual dos atores e figurantes, foram necessários 18 profissionais, entre cabeleireiros e maquiadores. "No estúdio, a temperatura é de 17º C. Aqui, está fazendo uns 32ºC. Isso traz mais cuidado, porque temos de estar o tempo todo atento ao brilho no rosto deles", explica Wagner Rezende, coordenador de maquiagem da novela. Além disso, a decoração do ambiente também tem de ser monitorada a todo o momento.

Prova é disso, é que as flores eram repostas a cada vez que ficavam murchas. Até que para um casamento de mentira, a decoração não deixou nada a desejar. Ao todo, 50 dúzias de rosas, 28 dúzias de lírios, 80 maços de astromélias e 600 orquídeas foram utilizadas para enfeitar o ambiente. "Começamos a fazer as montagens dos arranjos um dia antes da gravação. Fora isso, também escolhemos 60 tipos de taças e copos diferentes", destaca a produtora de arte, Andréa de Moraes.

Além do casamento em si, sobrava espaço para as tramas paralelas. Enquanto alguns personagens aguardavam impacientemente a chegada da noiva, outros se viam em volta de mistérios. Era o caso de Léia, vivida por Angelina Muniz, que recebeu um bilhete misterioso das mãos de Fátima, de Jaqueline Macoeh. "Jaque, quando for entregar o bilhete, chega bem pertinho do rosto da Angelina", orientava o diretor. O diálogo entre elas teve de ser repetido inúmeras vezes. Ora por causa do canto de uma cigarra, ora por latidos. "É que a Léia demora para ler, porque ela é meio analfabeta", brincava Angelina, arrancando risos do elenco.

(por Natalia Palmeira)

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