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28/07/2010 - 16h31

Saiba como foi feita a cidade cenográfica de "Ribeirão do Tempo" e veja detalhes do bar Já Era

FÁBIA OLIVEIRA
Do UOL, no Rio

A direção da Record afirma ter gasto R$ 4 milhões para erguer a fictícia cidadezinha de nome Ribeirão do Tempo, encravada na Ilha de Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro. Pensado cuidadosamente pela equipe do diretor de cenografia da emissora Daniel Clabunde, o lugar tem cinco mil metros de área construída. E bem construída. Cada prédio vai muito além das simples fachadas. Há cenários dentro deles e locais estratégicos para gravar cenas do alto --por onde passam os trilhos onde ficam as câmeras. "São 35 fachadas no total e 33 interiores. O primeiro cenário a ficar pronto foi o Bar Já Era", conta a cenógrafa assistente Stela Pugliese.

CONHEÇA DE PERTO O BAR JÁ ERA,  1º CENÁRIO CONSTRUÍDO NA CIDADE

A cidade levou quatro meses para ficar pronta. A área era um descampado e mais de 150 homens trabalharam para colocar a construção de pé. "Tivemos que planar o terreno, colocar calçada, comprar os paralelepípedos e erguer cada centímetro da cidade", lembra Stela. As construções possuem cimento apenas no alicerce. Todas as paredes foram feitas com madeira, cobertas com massa. Depois, é feito uma pintura lisa e então, entra a pintura de arte para envelhecer os muros, descascar e até enferrujá-los, denotando sinal do tempo.

  • Ricardo Leal/UOL

    O carro de polícia tem placa com nome da cidade de Ribeirão do Tempo

Como o autor da trama, Marcílio Moraes, não queria situar a cidade de Ribeirão do Tempo, a equipe de cenografia buscou inspiração em lugares como Paraty, Goiás velho e Diamantina. "Pesquisamos fotos de casas reais. Uma das coisas que mais deu trabalho foi achar o paralelepípedo certo para a cidade. Porque não podia ser novo e é difícil encontrar estabelecimentos que vendam paralelepípedos usados em grande quantidade", observa. Marcílio não esconde que ficou surpreso com o resultado final. "A cidade cenográfica foi magnificamente construída em um lugar excepcional. Fiquei fascinado com o que vi", garante o autor.

A cidade cenográfica também conta com objetos móveis, que podem entrar em cena ou não. É o caso do carro da polícia, "emplacado" em "Ribeirão do Tempo", e das carrocinhas de pipoca e de sorvetes. As duas ficam guardadinhas no almoxarifado e, sempre que o diretor precisa, lança mão delas nas gravações. A pipoca e o sorvete, diga-se de passagem, são reais. Sim, porque nos cenários, quase tudo é fictício. No Bar Já Era, reduto dos boêmios da cidade, grande parte dos petiscos é falso. A jujuba feita de poliuretano tem a mesma consistência da comprada nas padarias. Com direito até a açúcar cristal de mentira por cima. De tão parecida com a verdadeira, ela é facilmente usada em pegadinhas com os atores do elenco. Todos esses detalhes são obra da diretora de arte Lígia Novaes, que trabalhou oito anos na Globo e está na Record desde 2006.    

Cada detalhe dentro do bar foi exaustivamente pensado. Os rótulos das embalagens possuem marcas próprias. A garrafa de um famoso uísque ganhou um novo nome: Original Whisky. A marca de cerveja vendida no Já Era é a Beer. Como não é permitido usar bebida alcoólica, na garrafa de uísque é colocado guaraná ou mate. A escolha vai depender da coloração que a cena precisa. Na garrafa de cerveja é colocado o líquido sem álcool. A cachaça Ribeirão do Tempo é feita com água e anilina, assim como os refrescos. Os maços de cigarro possuem selo, identificação e código de barras. A embalagem com 20 maços custa R$ 136.   

  • Ricardo Leal/UOL

    Cidade cenográfica de "Ribeirão do Tempo", com casarões inspirados em cidades como Paraty, Diamantina e Goiás

O dinheiro utilizado no bar é composto por moedas antigas, que já estão fora de circulação. E a tabuleta com o valor dos quitutes do bar está sempre sendo atualizada para que os preços não fiquem defasados. "Não posso negar que deu trabalho projetar tudo isso, mas por outro lado foi muito gostoso fazer. Ver tudo montado exatamente como a gente pensou que fosse ficar é maravilhoso", afirma Lígia.

Para o diretor Guto Botelho, ter uma cidade cenográfica como a de "Ribeirão do Tempo" para trabalhar é um privilégio. "Gravamos aqui praticamente todos os dias. Sabemos que essa cidade, onde há cenários dentro dos prédios, nos dá mais opção. Isso sem contar que fica muito mais bonito visualmente", elogia Guto.  

 

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