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15/07/2011 - 16h16

"Neco é um dos maiores vilões que eu já fiz", conta Humberto Martins sobre o personagem de "O Astro"

Do Pop Tevê
  • Humberto Martins volta a fazer o perfil abrutalhado em O Astro

    Humberto Martins volta a fazer o perfil abrutalhado em "O Astro"

O tipo físico e o semblante sério de Humberto Martins já lhe renderam muitos papéis viris e broncos. Mas, nos últimos anos, o ator se distanciou do perfil abrutalhado, e encarou personagens mais dramáticos, como o Doutor Ricardo, em "Escrito nas Estrelas". Apesar de ter evitado os "grosseirões", seu personagem no "remake" "O Astro", Neco, é rude, mulherengo e apresenta um enorme desvio de caráter.  "A índole do Neco é péssima e ele cria muitas situações perigosas dentro da história", avalia o ator, que vive o personagem mais perverso de sua carreira. "Ele é um dos maiores vilões que eu já fiz. O Neco é barra pesada. Ele é malvado, ganancioso e duas caras", enumera.

Na trama, Neco é cúmplice nas armações de Herculano Quintanilha, vivido por Rodrigo Lombardi. Mas acaba dando um golpe no próprio parceiro de crime e foge com o dinheiro que eles conseguiram em uma obra superfaturada. A cena na qual ele vai embora em uma caminhonete, aliás, foi uma das mais divertidas para Humberto. "O Rodrigo Lombardi teve de ficar correndo atrás de mim várias vezes seguidas sem conseguir me alcançar. Dei muita risada dele", diverte-se. Por causa do perfil semelhante ao do colega de cena - os dois são grandalhões e têm uma fisionomia forte - Humberto decidiu montar o personagem de forma contrastante. " Eu faço a voz do Neco em um tom um pouco mais agudo para não ficar tão grave quanto a do Rodrigo", conta o ator, que não se inspirou no personagem da versão original de "O Astro", interpretado na época por Flávio Migliaccio. "Quis fazer do meu jeito", defende. Depois de ter emendado "Lara Com Z" e "O Astro", agora o ator pretende se dedicar também a projetos fora da tevê. "Tenho várias peças de teatro e roteiros de cinema para analisar e acredito que alguns irão se concretizar", adianta.
    
Pop Tevê – Depois de "Kubanacan", em 2003, você evitou papéis de homens broncos e descamisados. Por que aceitou voltar a fazer esse tipo de personagem agora em "O Astro"?
Humberto Martins – O Neco é viril e se assemelha aos papéis que fiz no início, mas o que está sendo usado nele é a malícia. Não há o propósito de usar o corpo na construção do personagem. Mas, com certeza, eu não teria aceitado o papel se fosse há alguns anos atrás porque eu queria me afastar disso. Antes reparavam muito na exposição corporal exagerada dos meus personagens. Agora, as pessoas viram o outro lado do meu trabalho e eu já mostrei do que sou capaz.

    
Pop Tevê –  Você diz que não buscou referências na versão original de "O Astro", de Janete Clair. Então, como se preparou para viver o Neco?
Humberto Martins – Fui criado em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Então, a minha origem já foi uma preparação para viver o Neco. A essência do personagem é essa origem simples, de um cotidiano sem preocupações com "glamour". Isso reflete no jeito de ser, no corporal e no gestual do papel. Eu convivia muito com pessoas assim, só que elas não tinham essa má índole.

Pop Tevê –  Como você analisa a proposta de "O Astro" ser um "remake" curto e exibido em horário mais tardio?
Humberto Martins – Para os atores, a duração é boa porque impede um estresse que poderia acontecer em um projeto mais longo. Acho que a agilidade, a vontade de ver novas coisas é uma tendência e a televisão tem de se adaptar. Já o horário abre novas possibilidades, principalmente no que diz respeito à censura. É uma nova colocação de horário e tamanho e uma homenagem às grandes novelas anteriores. É ótimo que essas obras possam ser vistas pelo público mais jovem

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