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30/08/2011 - 07h00

Caio Blat, o Leandro de "Morde e Assopra", compara seu personagem com filmes de Tim Burton

Do Pop Tevê
  • Caio Blat vê filosofia e profundidade em seu personagem da trama de Walcyr Carrasco

    Caio Blat vê filosofia e profundidade em seu personagem da trama de Walcyr Carrasco

Falar sobre a sua profissão deixa Caio Blat visceral. Um visível apaixonado pela atuação, o intérprete do sensível Leandro de "Morde & Assopra" vê filosofia e profundidade em seu personagem da trama de Walcyr Carrasco. Mesmo que ela seja uma típica novela das sete. "Com essa história, entramos no universo fantástico. Algo que o cinema explora muito bem. Acho interessante o folhetim assumir o risco de se aventurar por histórias diferentes. Parece história em quadrinhos ou algo do Tim Burton", opina, se referindo ao diretor norte-americano. O conflito principal de seu personagem é a paixão pela versão androide de Naomi, de Flávia Alessandra. Leandro demora a aceitar o amor pelo robô. Mas agora só se ocupa em encontrar o "coração" da máquina para que ela possa ser religada e assim assumir o sentimento. "Um dos fortes apelos filosóficos da novela é o questionamento dessa relação. A Naomi se pergunta quem é, qual é a razão dela estar ali. São perguntas que todos se fazem. E o Leandro mostra que o homem pode se apaixonar por uma máquina", ressalta.

O folhetim da Globo passou por algumas modificações no desenrolar da trama. A falta de credibilidade do telespectador na ficção fez com que Walcyr afastasse a Naomi robô da história e sumisse com os dinossauros. Depois de recuperar a audiência, o autor retomou a história da "roboa". Apesar dessa mudança de rumo, o personagem de Caio foi um dos que manteve as mesmas características do começo. "O Leandro continuo bem fiel ao desenho inicial. Foi preservado porque o autor queria manter a função dele na trama que é discutir o amor por um robô. As máquinas muito sofisticadas acabam tendo reações e sentimentos", explica.

Um dos fortes apelos filosóficos da novela é o questionamento dessa relação. A Naomi se pergunta quem é, qual é a razão dela estar ali. São perguntas que todos se fazem. E o Leandro mostra que o homem pode se apaixonar por uma máquina

Caio Blat sobre seu personagem na trama

Com 31 anos, 22 deles dedicados à carreira de ator, Caio está em seu segundo folhetim de Walcyr. A primeira vez que interpretou um texto do escritor foi em "Fascinação", do SBT, exibida em 1998, seu último trabalho na emissora. Depois foi convidado para estar na série "Chiquinha Gonzaga", da Globo. "A minha carreira se divide em dois períodos: os primeiros dez anos, onde tudo era apenas uma aventura, uma experiência, e os últimos dez anos, que começaram quando escolhi ir morar no Rio para estar na série", define ele, que depois da produção assinou um contrato longo com a emissora. Por conta da mudança, Caio trancou o curso de Direito na Universidade de São Paulo e escolheu a interpretação como profissão. "Tive que ficar por minha conta pela primeira vez", lembra.

Apesar de fazer parte da nova safra de atores do cinema nacional, os longas só apareceram na carreira de Caio depois de seus trabalhos na tevê. "Diferentemente de muitos atores, que começam no teatro, eu aprendi a atuar na televisão. Tudo que eu sei, devo às novelas. Acho extremamente difícil manter um personagem por tantos meses", ressalta. O ator, que tem entre seus trabalhos mais significativos na telona o filme "Carandiru", prioriza o cinema justamente pela boa fase que as produções nacionais estão passando. Apesar disso, tenta sempre conciliar com trabalhos na tevê. "Vou fazer sempre televisão porque adoro. Não penso em abandonar e só fazer publicidades, coisas assim", garante.

Dentre seus projetos para o cinema, o ator está prestes a estrear "Xingu - O Filme", longa de Cao Hamburguer sobre o trabalho dos irmãos Cláudio, Orlando e Leonardo Villas-Bôas, que mapearam regiões desconhecidas do Brasil, entraram em contato e protegeram diversas populações indígenas. Caio interpreta Leonardo, o mais jovem do trio, e divide a cena com Felipe Camargo e João Miguel. "A pesquisa foi fundamental para este personagem. Tive que conversar com os índios, aprender um pouco sobre os dialetos... Foi especial", emociona-se. Além disso, no teatro o ator está produzindo "Os Irmãos Karamazov", de Dostoiévski, no qual também adaptou o texto. "Resumindo, gosto muito de trabalhar e não quero parar", sintetiza.

(Manu Moreira)

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