Quando não grava "Morde & Assopra", Flavia Garrafa vive histérica no teatro

Flavia Garrafa nunca teve dias serenos quando estava em tensão pré-menstrual, a famigerada TPM. "Ficava histérica e imaginava coisas. Era quase uma louca", conta, aos risos, a intérprete de Carolina, em "Morde & Assopra", da Globo, enquanto se maquia para o seu espetáculo "TPM Katrina" - inicialmente em cartaz no Teatro Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Algo bem diferente da sua personagem na tevê. Na novela das sete, Flavia interpreta a centrada médica Carolina, que tem como missão supervisionar a perda de peso dos clientes do Spa Preciosa. "Esse é o meu papel mais longo na tevê e estou feliz porque ela ganhou vida própria", vibra, referindo-se à trama que a personagem ganhou.

No começo do folhetim de Walcyr Carrasco, Flavia atuava mais como o "braço-direito" e melhor amiga de Augusta, interpretada por Cissa Guimarães. Com o passar dos capítulos, o papel da médica "linha-dura" foi recebendo espaço e atualmente faz de tudo para tirar a virgindade do tímido Cristiano, vivido por Paulo Vilhena. "Acho que ela tinha de ter um amor, como em todo final feliz de novela. Desejo isso para todas as minhas personagens, porque a vida sem amor é sem graça demais", torce, aos risos.

Se na tevê Flavia vive uma mulher bem despachada, no teatro não é bem assim. A firmeza passa a dar lugar à insegurança e esse é um campo fértil para a imaginação da personagem do espetáculo "TPM Katrina". A ideia de falar sobre o ponto de vista masculino do "mal" que atinge mulheres e "vitima" homens, veio do autor - na época marido de Flavia - Paulo Coronato. Ele escreveu e ela colaborou no texto. Eles se separaram em abril de 2009. Em setembro do mesmo ano saiu o patrocínio para montar a peça e eles superaram as divergências. "Foi uma terapia. Ensaiamos juntos, claro que tivemos problemas, mas foi ótimo, hoje somos amigos. Não tivemos filhos, mas tivemos peças", explica, minutos antes de entrar no palco composto de um único cenário.

Na montagem, a cada semana há um ator convidado para o papel de marido, que entra mudo e sai calado. Os atores Giuseppe Oristanio e Pedro Vasconcelos - que também é diretor geral de "Morde & Assopra" - já encarnaram o papel da "vítima". "É importante ter o homem ali. Não ia ter graça se ele não estivesse ali, pois sem ele seria só mais uma peça sobre TPM. O fato de ter um homem e ter sido escrita por um homem, que viveu com a mulher na TPM, traz uma visão interessante e crítica", acredita.

Depois de um aquecimento vocal e um rápido ensaio, o espetáculo começa. A personagem principal se exercita no tapete da casa. Por celular, ela consola uma amiga que acabou de descobrir que o marido tem uma amante. Ela sai de cena. O marido entra. Ele aproveita a paz, fuma um charuto, bebe um whisky e ela volta. Ao voltar da casa da amiga, ela cisma que o marido também tem uma amante e "viaja" nas possibilidades de que a amante é mais nova, mais gostosa, deve ter dado um filho homem e que até conseguiu ganhar uma casa de veraneio. "Em cima do que ela imaginou, ela acha que é verdade e imagina outras coisas", explica Flavia.

O espetáculo "TPM Katrina" consegue arrancar gargalhadas da plateia masculina sem muitas dificuldades. "Geralmente a mulher vai ao teatro sozinha. Depois ela volta com o marido, pois é uma forma engraçada de nos criticarmos", conta ela, que afirma receber retorno positivo dos ambos gêneros. Flavia acredita que a principal mensagem do espetáculo é parar e se olhar. "As pessoas são felizes e não sabem, por uma ansiedade de estar no futuro. Podemos ser felizes no agora. Não falo para ser Poliana, mas valorizar o que tem", destaca, em tom de bom humor.

 Tablet

Vários modelos a partir de 10x de R$ 14,44

Relógios

Diversas marcas a partir de 8x de R$ 11,12