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02/04/2011 - 08h30

No ar em "Morde & Assopra", Mateus Solano conta como é contracenar com um robô

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Dono de uma trajetória sólida no teatro e com algumas participações na TV, o ator Mateus Solano ficou nacionalmente conhecido após interpretar o compositor e jornalista Ronaldo Bôscoli em "Maysa - Quando Fala o Coração", minissérie escrita por Manoel Carlos e exibida em 2009. O posto de galã ganhou mais força quando deu vida aos gêmeos Jorge e Miguel, em "Viver a Vida", da Globo, em 2010. Agora, em "Morde & Assopra", ele interpreta um "nerd" apaixonado por robótica. Com Ícaro, ele experimenta a comédia na televisão, o que deixa Mateus entusiasmado com o novo trabalho. "Acho que a comédia abre mais possibilidades. Fiz alguns bons moços, mas o Ícaro é mais um cara querido do que com apelo sexual", ressalta.

  • Francisco Cepeda/AgNews

    Mateus Solano na festa de lançamento da novela "Morde & Assopra", em São Paulo (2011)

Na trama de Walcyr Carrasco, Mateus vive um médico que resolve construir uma máquina com as feições e gostos iguais as de sua esposa, morta em um acidente de barco alguns anos antes. Por mais obsessiva que a história possa parecer, o ator garante que compreende as atitudes do personagem. "Essa obsessão fica diluída no foco que ele tem no trabalho. O Ícaro realmente acredita que possam existir máquinas que tirem suas próprias conclusões e, porque não, sentirem, amarem e serem amadas", explica. E é com esse mesmo olhar compreensivo que esse brasiliense de 29 anos fala de trabalhos anteriores. "Na época que fazia os gêmeos, as pessoas falavam mal do Jorge. Eu entendia perfeitamente o Jorge e todos os meus personagens", conta, entre risos.

Compreender a relação de Ícaro com a tecnologia não foi tarefa fácil. Mateus procurou ler muito a respeito desse assunto tão complexo. A maior referência foi o livro "A Era das Máquinas Espirituais", de Ray Kurzweil. "O autor diz que daqui algumas décadas, o robô vai falar: 'estou triste, me consola'. E você pensa: 'mas é um robô. Será que tem sentimentos? Será que faz conexões por conta própria?", questiona ele, admitindo ter ficado impressionado com os avanços tecnológicos. Principalmente quando descobriu que essas máquinas são dotadas de um "software" de aprendizagem e não como um computador que já possui todas as informações. "Agora, o robô aprende por conta própria com as experiências que vai tendo. Ele aprende uma coisa, depois outra, junta tudo e, daqui a pouco, tira uma conclusão disso", explica.

Outro ponto que chama atenção de Mateus é poder de contracenar com uma das máquinas mais avançadas do mercado de entretenimento. Apesar de a robô construída por Ícaro ser interpretada por Flávia Alessandra, o melhor amigo do personagem é Zariguim, um robô de 55 centímetros de altura, capaz de expressar sentimentos e interpretar emoções através de análise da linguagem corporal. "Esse personagem é muito desafiador por propor todas essas questões. Também acho gostosa essa mistura de uma mulher que pesquisa o passado e um cara que está à frente do seu tempo", analisa, se referindo à antropóloga Júlia, vivida por Adriana Esteves. Apesar da aparência e movimentos humanos, é a voz do dublador que ajuda Mateus a contracenar com uma máquina dotada de inteligência artificial. "O robô sozinho não me dá emoções, mas o cara que dubla a voz dele. É da mesma forma que fazia os gêmeos. Não contracenava comigo mesmo, mas com um dublê que me passava emoções para eu responder", exemplifica.

(Por Natalia Palmeira)

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