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10/02/2012 - 06h30

Fã gay usa Michel Teló para dar cantada em ator que faz repórter de "Fina Estampa"

Carla Neves
Do UOL, no Rio

O ator Danilo Sacramento entrou em “Fina Estampa” há pouco mais de uma semana, mas já está abalando a estrutura da trama de Aguinaldo Silva na pele do repórter Beto Júnior. Embora esteja há pouco tempo no ar, Danilo também parece estar mexendo com o público – especialmente o gay. “Esses dias recebi o e-mail de um cara que escreveu a música do Michel Teló para mim: ‘ai, se eu te pego!”, contou Danilo, aos risos, durante entrevista exclusiva ao UOL na praia do Pepê, na Barra da Tijuca, zona oeste carioca.

O ator, de 34 anos, contou que o público gay tem se mostrado bem mais atirado que o feminino. “O assédio gay é grande. Outro dia recebi uma mensagem que tinha o link para um blog onde fizeram uma montagem com fotos minhas e escreveram: ‘o jornalista magia’. Nem conheço essa gíria [risos]. Mas no Twitter vejo mensagens que eles se referem a mim dessa maneira”, afirmou ele, que namora há um ano e meio a modelo e consultora de moda Fernanda Wagner, de 34 anos.

Na trama das nove da Globo, o jornalista investigativo Beto Júnior já descobriu o segredo de Tereza Cristina (Christiane Torloni), tanto que quase foi empurrado da escada da mansão dos Velmont pela vilã. Nos próximos capítulos, o personagem vai investigar o caso de Vitória, bebê de Esther (Júlia Lemmertz) que é fruto da combinação do óvulo de Beatriz (Monique Alfradique) com o esperma de Guilherme (Isio Ghelman), irmão de Danielle (Renata Sorrah). “Soube que a mãe do Beto Júnior é amiga da dona Celina (Ana Rosa). E por isso ele entra no caso da Vitória”, explicou o ator.

Leia a entrevista completa com Danilo Sacramento:

UOL – Como foi entrar na novela na reta final e interpretando um personagem com uma importância tão significativa na trama?
Danilo Sacramento –
Entrei na novela quando na reta final, quando as histórias já estão no ponto máximo para se resolver. É difícil entrar num elenco que já está trabalhando junto há meses. Todos já estão muito à vontade e dominando seus personagens. E chegar de repente, no meio dessa harmonia muito grande, e com uma responsabilidade grande como a do Beto Júnior, não é fácil. Ele entrou com a responsabilidade grande de trazer esses segredos à tona. Ao mesmo tempo que é muito difícil, também é muito prazeroso. É muito melhor do que se fosse um personagenzinho de passagem. É ótimo! É um desafio muito bom.

UOL – E como surgiu o convite para fazer o Beto Júnior?
Danilo Sacramento –
Já tinha sido convidado pelos produtores de elenco para fazer outras participações em “Fina Estampa”. Seriam participações rápidas, que acabaram não acontecendo. Aí veio esse terceiro convite, que era uma participação pequena também. Seria um repórter que chegava na história e nem sabia o que ia acontecer. Mas parece que o Aguinaldo [Silva, autor da novela] mandou um e-mail para a produção de elenco dizendo que era um personagem importante e que ficaria até o final da trama. Quando veio essa informação, me ligaram e falaram: ‘olha, aquela participação a gente precisa confirmar agora se vai ser você mesmo. Porque agora tem que ser aprovado pelo Wolf [Maya, diretor] e talvez até pelo próprio Aguinaldo. Eles, graças a Deus, passaram o meu material adiante e o Wolf resolveu arriscar num ator novo. Não num ator novo, mas numa cara nova.

UOL – Até porque, você já fez outras participações na Globo.
Danilo Sacramento –
Exatamente. Já participei de “Pé Na Jaca”, “Malhação”, “A Favorita”, “Insensato Coração”... Estava batalhando por essa oportunidade que, graças a Deus, chegou. O Wolf comprou o meu barulho e o Aguinaldo aprovou. Houve um consenso. Espero não decepcionar.

UOL – Uma vez decidido que seria você, como foi construir esse jornalista investigativo?
Danilo Sacramento –
Não tive muito tempo, na verdade. Fui confirmado no elenco numa sexta-feira à noite e comecei a gravar na segunda. E gravei a semana inteira. O meu primeiro dia de gravação foi a cena com a dona Eva Wilma e o resto do dia a cena da escada com a Christiane Torloni. Já cheguei no susto! [risos].  Fiquei sábado e domingo passando o texto com a Chris Bittencourt, que é preparadora de elenco da novela. A gente sentou, leu o texto junto e tentou garimpar no texto informações que dessem o desenho de quem é esse personagem. Com as informações do roteiro daquela semana que ele entrava, tentamos criar um perfil para ele. A gente tentou criar uma personalidade, alguma motivação, quem era esse cara, por que ele estava fazendo essas matérias, por que ele queria tanto desmascarar a Tereza Cristina.

UOL – Você acha que ele tem alguma ligação com a Marcela?
Danilo Sacramento –
Ainda não deu tempo de pensar nisso [risos]. Mas a gente sabe que eles trabalham no mesmo jornal. Vai que mais para a frente... Será que não tem alguma ligação? Foi uma coisa que a gente pensou também.

UOL – Mas o Beto Júnior é um jornalista íntegro, já que a Tereza Cristina ofereceu uma fortuna para ele não revelar o segredo e, mesmo assim, ele recusou.
Danilo Sacramento –
Ele queria dar o furo de reportagem! Para ele o furo era mais importante do que todo aquele dinheiro. Tanto que comecei a viajar depois disso: ‘será que ele é rico e não precisa do dinheiro?’. O primeiro ponto da personalidade dele que a gente pegou foi aí: ele é um cara íntegro e sagaz, como todo jornalista tem que ser.

UOL – Como tem sido a repercussão do personagem nas ruas?
Danilo Sacramento –
Acho que ainda é um pouco cedo para o público gravar tanto o meu rosto. Porque o Beto ficou no ar uma semana. Mas tem crianças que chegam perto e pedem para tirar foto. O que mais ouço de quem passa do meu lado na rua e me reconhece é: ‘cuidado com a escada!’. Isso é básico. Meus amigos, o porteiro do meu prédio, as pessoas na rua... [risos].

UOL – Mas as pessoas não tem te abordado?
Danilo Sacramento –
Tenho muito retorno pela internet. Tenho um Twitter, que não tinha quase nenhum seguidor, e agora está aumentando. É o @danilosacra. Tenho recebido diversas mensagens legais e engraçadas. Tem muita gente que manda e-mail elogiando e parabenizando pelo trabalho. Recebi uma mensagem de um médico dizendo que acompanhava meu trabalho desde o “Macho de Respeito”, programa que fiz na Sony. Ele contou que até hoje, quando chega muito estressado em casa, bota os vídeos para assistir e morre de rir. Também recebo e-mail de gente querendo mandar texto, gente querendo emprego, tudo...[risos].

UOL – E o assédio do público, como tem sido? Qual é maior: o dos gays ou o das mulheres?
Danilo Sacramento –
O assédio gay é grande. Esses dias recebi o e-mail de um cara que escreveu a música do Michel Teló para mim: ‘ai, se eu te pego!’ [risos]. E outro dia recebi uma mensagem que tinha o link para um blog onde fizeram uma montagem com fotos minhas e escreveram: ‘o jornalista magia’. Nem conheço essa gíria [risos]. Mas no Twitter vejo mensagens que eles se referem a mim dessa maneira

UOL – E como você lida com os fãs nessas situações?
Danilo Sacramento –
Já passei por isso com outros trabalhos. A gente consegue contornar a situação. Já tenho as minhas estratégias para sair sem criar problema [risos].

UOL – Antes de se dedicar à carreira de ator, você já foi apresentador e atleta de esportes radicais. Como a interpretação surgiu na sua vida?
Danilo Sacramento –
Fui estudar interpretação para me ajudar na minha desenvoltura como apresentador. Depois de um tempo, já no curso profissionalizante, me apaixonei e decidi: ‘agora quero ser ator!’. Fui apresentador durante cinco anos da TV Cultura, em São Paulo. Apresentei programas de escolas estaduais, trabalhei uns meses no “Vitrine”, que não chegou a ir ao ar porque a emissora estava com alguns problemas internos. Trabalhei num programa chamado “Guerrilha”. Ficou no ar um tempão e era uma delícia, tinha bandas independentes. Também fui repórter do ESPN Brasil. Era atleta de esportes radicais. Praticava patins in line em rampas. Foi por causa do esporte que comecei a trabalhar como apresentador. Depois virei produtor de eventos, era mestre de cerimônias de todos os eventos do ESPN. Então comecei a aprender essa coisa da comunicação e pintou a oportunidade de trabalhar como apresentador por causa disso.

UOL – Então você virou ator por acaso?
Danilo Sacramento –
A profissão de ator é uma coisa que nunca imaginei na vida. Nunca imaginei ser ator, nunca tive essa pretensão. Falo que foi um presente da vida. Porque era atleta. De atleta começou a pintar essa coisa de mestre de cerimônias, depois a apresentação e depois veio o ator. Foi uma coisa que veio acontecendo e hoje falo que foi um presente que a vida me deu.

UOL – Mas hoje ser ator é a sua prioridade?
Danilo Sacramento –
Hoje não sei viver fazendo outra coisa. Sou extremamente apaixonado por artes. Adoro televisão, cinema, teatro. Tenho uma produtora, então, além de atuar, sei operar uma câmera, sei dirigir. Dessa área eu não saio nunca mais.

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