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22/08/2011 - 12h33

Aguinaldo Silva diz que "Fina Estampa" tem personagens mais maduros e retrata a vida em família

Do Pop Tevê
  • Wolf Maya e Aguinaldo Silva posam para foto em estreia de Fina Estampa

    Wolf Maya e Aguinaldo Silva posam para foto em estreia de "Fina Estampa"

Protagonista de novela é, quase sempre, uma mulher jovem e romântica. Mas Aguinaldo Silva parece preferir um caminho diferente para as suas heroínas, que são, geralmente, mulheres ativas, produtivas e independentes – precisam trabalhar para sobreviver. Caso de "Senhora do Destino", que teve Maria do Carmo como personagem principal, vivida pela veterana Susana Vieira, e "Duas Caras", onde Maria Paula, de Marjorie Estiano, que virou caixa de supermercado depois de perder a fortuna. Agora o autor elegeu a personagem Griselda para o posto, em "Fina Estampa", próxima novela das nove da Globo.

Na trama, Lília Cabral vai incorporar uma mulher sem vaidades, que trabalha fazendo pequenos consertos para sustentar a família e não quer saber de homem, desde que o marido, o pescador Pereirinha, de José Mayer, desapareceu no mar. "A história gira em torno da família. E claro que as famílias são geridas por pessoas que são maduras ou têm maturidade. É uma coisa que procuro nas minhas novelas.", explica Aguinaldo. A personagem – inspirada em uma portuguesa que o autor conheceu na década de 70 –, que leva uma vida simples e tem integridade inquestionável, serve para ilustrar – assim como outros papéis – o fio condutor principal da novela: discutir se o que vale mais é o caráter ou a aparência. "Para se arrumar, é mais fácil. Mas, para compor, é a personagem mais difícil que já encarei na minha vida", surpreende-se Lília. "Griselda percebe que está se transformando com o dinheiro", pontua o autor.

O cenário é a Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, visto por muitos como um bairro de emergentes. "Sempre digo que o Leblon nunca foi o Leblon até que o Manoel Carlos o inventar. E como sou morador da Barra, gostaria também de inventá-la. É um lugar bonito e peculiar", elogia Aguinaldo. Mas lá moram desde pessoas mais simples até as mais ricas, como Tereza Cristina, de Christiane Torloni, a antagonista. Casada com Renê, de Dalton Vigh, e mãe de Patrícia, de Adriana Birolli, é uma vilã com traços de humor. "Socialite", se preocupa mais com luxo do que qualquer outra coisa. "É uma mulher que sabe bem quais são as cartas do seu baralho", filosofa Christiane. O braço direito de Tereza Cristina é Crodoaldo, interpretado por Marcelo Serrado. O mordomo, um tanto quanto "afetado", faz de tudo para agradar a patroa. "Ele venera Tereza Cristina e tem uma relação de gato e rato com ela", ressalta Marcelo.

A história gira em torno da família. E claro que as famílias são geridas por pessoas que são maduras ou têm maturidade. É uma coisa que procuro nas novelas

Aguinaldo Silva sobre "Fina Estampa"

Quem também flerta com a vilania é Antenor, de Caio Castro. O rapaz é filho de Griselda, irmão de Maria Amália e Quinzé, personagens de Sophie Charlotte e Malvino Salvador. Foi o único filho que chegou à universidade, onde estuda Medicina. Mas tem vergonha da origem humilde e sua ambição o leva a atos condenáveis. Antenor namora Patrícia e, com medo da sogra, contrata Gisela, de Ângela Vieira, para se passar por sua mãe, uma mulher supostamente fina e rica. "Eu defendo meu personagem. Não aceito, mas entendo. A insegurança dele é com a namorada e a família rica dela. Por isso que ele não quer apresentar a verdadeira mãe", destaca Caio. "Tem um confronto de mãe e filho que acho que todo mundo vai entender o lado dela e também o lado dele", acrescenta Lília. Porém Griselda verá sua vida mudar drasticamente após ganhar na loteria. Vai ser o momento de reavaliar seus valores.

Além de mostrar a provável dualidade das pessoas, a novela traz à tona um assunto pouco explorado pela dramaturgia: a fertilização "in vitro". Os personagens que giram em torno do tema são Esther, Paulo e Danielle, vividos, respectivamente, por Júlia Lemmertz, Dan Stulbach e Renata Sorrah. Paulo descobriu ser estéril depois de alguns anos de casamento com Esther. Apesar de querer ser mãe, ela decidiu não comentar mais nada para não magoar o marido. Mas um encontro inesperado com Danielle, uma médica especialista em fertilidade dirigida, traz a esperança de um filho para o casal. "Visitei clínicas e li sobre isso para a personagem. Comecei a pensar sobre esse avanço da Medicina", revela Renata. O lado mais dramático da trama fica por conta de Celeste e Baltazar, papéis de Dira Paes e Alexandre Nero. O casal irá retratar a violência doméstica. A diarista atura o marido violento e é justamente esse silêncio, tão comum a tantas mulheres que sofrem a mesma coisa, que Aguinaldo quer colocar em questão. "Eu não quero discutir a violência doméstica, quero discutir o que leva uma mulher a ser tão servil, apesar de tudo o que sofre", analisa.

 

(Luana Borges)

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