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20/09/2011 - 06h00

"Sou um dos galãs de 'Cordel Encantado'", brinca o ator Osmar Prado

Do Pop Tevê
  • Osmar Prado tem aproximadamente 55 anos de carreira e quase 60 produções televisivas no currículo

    Osmar Prado tem aproximadamente 55 anos de carreira e quase 60 produções televisivas no currículo

Osmar Prado, o delegado Batoré de "Cordel Encantado", da Globo, é daqueles atores que dispensam apresentações. São aproximadamente 55 anos de carreira e quase 60 produções televisivas no currículo. Aos nove anos de idade, ele iniciava sua trajetória na tevê – época de novelas ao vivo. "Sou um dos galãs de 'Cordel Encantado'", brinca, aos risos, igualando-se a atores como Cauã Reymond, Jayme Matarazzo e Domingos Montagner, entre outros.

Na reta final do folhetim de Thelma Guedes e Duca Rachid – que termina dia 23 –, Osmar diverte-se com as reações do público sobre seu personagem, um carismático delegado da fictícia cidade nordestina de Brogodó. "Outro dia fui ao supermercado com minha mulher e um rapaz virou e falou carinhosamente: 'cadê a pombinha?'", lembra, aos risos, referindo-se ao apelido da personagem Antônia, de Luiza Valdetaro, que era a musa do oficial no começo da trama. Contudo, a veneração pela angelical Antônia deu lugar ao amor real pela rainha Helena, de Mariana Lima.

Outro dia fui ao supermercado com minha mulher e um rapaz virou e falou carinhosamente: 'cadê a pombinha?

Osmar Prado lembra, aos risos, referindo-se ao apelido da personagem Antônia

Para o ator, sem falsa modéstia, o delegado Batoré já fala por si só. A atitude, por vezes covarde, ou medrosa, para uma autoridade policial é um dos trunfos para fazer graça. Além disso, outra "ferramenta" que "caiu" no gosto do público foi o uso da peruca. Esta, aliás, foi a primeira referência que ele teve para compor seu papel. "Falei: 'vou investir no patético, no tragicômico, no palhaço, mas no palhaço triste'", frisa ele, que é admirador do ator e diretor britânico Charles Chaplin. "Todo artista verdadeiro é movido por grandes paixões, e você faz personagens apaixonantes, sejam quais forem. O sistema me aceita da forma como sou. Se até agora não mudei, então vou morrer assim", prevê, em tom de bom humor.

Pop Tevê - Como veio o convite para fazer o personagem Tabaco, de "Roda de Fogo", a primeira novela das oito da Globo, em 1986?
Osmar Prado - Me falaram que ele era o motorista do personagem do Tarcísio Meira, o Renato Villar. Eu perguntei: 'mas só isso?'. Falaram: 'não, ele tem uma particularidade, ele tem três mulheres'. Eu falei: 'é meu!'. Tendo de driblar todas elas, é maravilhoso (risos).

Pop Tevê - Em 1973, você participou da primeira versão de "A Grande Família". Lá seu personagem era o Júnior, filho de Lineu e Dona Nenê, um estudante de Medicina e também comunista. Gostaria de ver o mesmo personagem na atual versão?
Osmar Prado - O Júnior não foi reeditado, acho que por questões políticas. Com o nosso sistema democrático, teríamos um Júnior bem atuante, misturando com o conservadorismo do Agostinho, personagem do Pedro Cardoso. "A Grande Família" hoje é belíssima. Adoro e assisto, mas as criticas são outras. Eu gostaria de ver o Júnior abordando temas internacionais, e questões da corrupção, entre outros.

Pop Tevê - O personagem Tião Galinha foi um dos destaques da novela "Renascer", da Globo. A que você deve o sucesso do personagem?
Osmar Prado -  Foi um tripé: o autor Benedito Ruy Barbosa, o diretor Luiz Fernando Carvalho e a minha vontade, que estudava a Guerra de Canudos, sobre a tragédia de Antônio Conselheiro. Juntou isso tudo e deu no que deu, que, até hoje, as pessoas falam. O que vem a provar que, se o trabalho é, ele supera a limitação da tela.

Pop Tevê - Já em "Pedra Sobre Pedra", da Globo, a morte do doente Sérgio Cabeleira ainda é lembrada. Como foi gravar essa cena?
Osmar Prado -  Foi difícil porque foi sacrificante fisicamente. Eles usaram um munck, tipo de caminhão especial, em que fiquei pendurado com um "baudrier", uma espécie de cinturão, na barriga. O peso do corpo ia para trás e eu fazia força abdominalmente para ir à frente e, ao mesmo tempo, sorrir. O câmara na cestinha do munck, gravando em "close" e a rua ia sumindo. No fim, o personagem subia em direção à lua e desintegrava. Foi um efeito fantástico.

Pop Tevê - Existe algum segredo para assimilar diferentes sotaques?
Osmar Prado - O sotaque é ouvido e a musicalidade é do dialeto. É preciso ter essa musicalidade, adaptar ao texto que está estudando e dentro disso pincelar e sugerir, acreditando no que está falando. Esse é o grande barato. Parece que está falando nordestino, mas não está, ele está sugerindo.

(Gabriel Sobreira)

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