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16/05/2011 - 08h30

Ator Enrique Díaz interpreta sertanejo 'do bem' em "Cordel Encantado", da Globo

PopTevê

Aos 43 anos de idade e mais de 20 de carreira, Enrique Díaz ainda não é um nome conhecido do grande público de televisão. O ator e diretor de teatro está no ar como o sertanejo Euzébio, um típico homem simples do sertão nordestino, em "Cordel Encantado", da Globo. E é com esse trabalho que ele percebe finalmente a repercussão imediata ocasionada pela exposição na TV. "Minhas produções no teatro sempre tomaram muito tempo. Além do trabalho constante como diretor. Esse assédio é um paradoxo para mim", assume ele, que interpreta o pai de Açucena, vivida por Bianca Bin.   

No folhetim de Duca Rachid e Thelma Guedes, Enrique também trabalha com sua mulher, a atriz Mariana Lima, que interpreta a mãe do príncipe de Jayme Matarazzo. A atriz não está gravando no momento --ela está envolvida na produção de um filme--, mas logo voltará à novela. Com a agenda lotada do casal, Enrique e Mariana tentam conciliar os compromissos profissionais com o tempo dedicado às duas filhas, Elena e Antônia. "Estamos que nem equilibristas com uma pilha de pratos. Mas está rolando", brinca.       

O sertanejo Euzébio foge de seus últimos papéis na TV, que em sua maioria estavam vinculados a comédia. Você se preocupa em fazê-lo de forma diferente?
Ele é um homem simples, religioso e muito afetivo. Mas, ao mesmo tempo, é uma figura patriarcal. Então fico equilibrando essa coisa de ele ter um pouco de peso mas ser um cara afetivo, um pai carinhoso. Justamente por ele não ser muito parecido com os meus últimos trabalhos na TV, estou tentando economizar mais na atuação. Uma interpretação mais cinematográfica, mais simples, contida e muito baseada no olhar. Algo diferente do que eu vinha fazendo na televisão.

Você escolheu direcionar a carreira mais para o teatro, com pequenos intervalos na TV?
Foi acontecendo, na verdade. Se não estou fazendo nada, não vou pedir emprego. Crio o meu próprio projeto. Então, quando me chamam para fazer alguma coisa na TV, eu já estou responsável por outro trabalho. Nos últimos dez anos, estive em diversas turnês internacionais com o teatro e que não podia desmarcar. Tenho muitos compromissos com coprodutores que investem dinheiro antes mesmo da peça acontecer. Não posso abandonar o barco. Tenho contatos com teatros em alguns lugares do mundo, onde me respeitam e me convidam para atuar. Nesses projetos não estou apenas me engajando, mas também a outras pessoas. Não posso sair de repente porque apareceu outro trabalho.

Você também é diretor, inclusive ganhou prêmios exercendo essa função no teatro, como em seu último trabalho de sucesso, "In On It". Isso muda a sua perspectiva como ator?
Com certeza consigo levar experiências para a atuação. No teatro a gente estuda muito e trabalha em coletivo. Temos um desejo de compreensão muito grande. Quando dirijo aprendo muito com os atores que eu estou comandando. E isso tudo faz parte do que sou e do que carrego. Não preciso só fazer televisão para saber fazê-la bem. A gente discute a estrutura dramatúrgica em geral, o estilo, todo o tempo.

Apesar de dirigir há mais de 20 anos, você nunca comandou uma produção na TV. Já considerou essa possibilidade?
Não tenho planos, mas já tiveram algumas conversas. Que foram, inclusive, bastante excitantes. Por um tempo me pareceu um pouco assustador, por conta de toda a estrutura que envolve a televisão. E, como o trabalho que eu faço é de muita autonomia, muita liberdade, fica ainda mais complicado me adaptar a um projeto que não é meu. Vamos ver se rola mesmo. É interessante a possibilidade de criar projetos para a televisão também. Mas como é uma coisa que eu não tenho vivido muito, é um processo um pouco mais lento. Tem muita gente legal fazendo tevê e isso possibilita boas parcerias. Seria ótimo e me tiraria do eixo.
 

(Por Manu Moreira)

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