Andréia Horta experimenta lado sensual e cômico como a Bartira de "Cordel Encantado"

Não faz muito tempo que Andréia Horta ficou conhecida por seus trabalhos na TV. Apesar de ter feito "JK", exibida pela Globo em 2006, e "Alta Estação", em 2007, na Record, foi com a personagem Alice, da série homônima do canal por assinatura HBO (2008) que ela chamou mais atenção. Tanto que, dois anos depois, voltou para a Globo, convidada para viver a Rosângela em "A Cura". Agora, faz sua primeira novela na emissora como Bartira, em "Cordel Encantado". "Me convidaram para ter um contrato. Estou sendo muito bem tratada. Posso adiantar que o acordo é por um bom tempo", diz.

Andréia tem grande experiência em comédias teatrais. E agora, na Televisão, volta a praticar o humor. A personagem divide o marido, Farid (Mouhamed Harfouch), com duas outras mulheres: Neusa (Heloísa Perissé), e Penélope (Paula Burlamaqui). Só que nenhuma sabe da existência da outra. Mas isso não significa que o núcleo seja cômico, segundo a atriz. "Eles estão inseridos em uma história que por si só é cômica", analisa ela, que tenta encontrar o tom a partir das indicações do texto, escrito por Thelma Guedes e Duca Rachid.

Na trama, Bartira é a única mulher que tem filhos com Farid, são três no total. Ele é um barbeiro itinerante que quase não para em casa. Mas, quando chega, Bartira sempre o recebe com muito amor para dar. Apesar de fogosa e sensual, ela é uma mulher simples e generosa. "A Bartira tem um fogo extraordinário e muita brasilidade. Usa decote e dança de Sherazade para ele”, ressalta.

A atriz acha que este  "quadrado" amoroso vai dar o que falar e que o público não poderá ficar "em cima do muro": terá de escolher para quem torcer. "Ou as pessoas vão querer que o próprio Farid nunca seja pego para continuar com as três mulheres, porque isso vai ser engraçado", imagina. "Ele entra em muitos apuros por conta de uma não saber da outra".

Viver esta personagem, que está inserida em uma trama de época, é quase uma transformação para Andréia. Ainda mais depois de interpretar um papel contemporâneo, como a médica legista Rosângela em "A Cura". Para a atriz, esse é um tipo de trabalho que exige uma construção mais minuciosa. A começar, pelo cabelo, que está comprido pela primeira vez. "Meu cabelo é curto. Nunca tive 'cabelão' na vida. Então, entro em um outro universo".

Depois, vem o trabalho de voz, que ganha um tom diferente do usual. Principalmente porque as referências de sotaque são nordestinas. Mas, diferentemente de parte do elenco da novela, Andreia não teve aulas de prosódia. Encontrou por si só uma maneira de falar. "Todo mundo tem uma ideia unificada do sotaque e ajudamos uns aos outros", explica. O figurino também é um aspecto da caracterização que a empolga. Ela veste roupas com bordados e saias com anáguas. "O fato de construir um personagem não cansa, porque você entra em um outro lugar. Não fica aquela coisa linear, de falar com a mesma voz", afirma.

Ela diz ainda que não tem do que reclamar, já que está tendo a chance de contracenar com artistas renomados, como Osmar Prado, Marcos Caruso e Genézio de Barros, entre outros. "Estou 'amarradona'. Olho para o lado e vejo atores que admiro, com quem me interesso em fazer trocas artísticas. Sabe o que é isso para uma atriz?", indaga.

Desde que deixou, há dez anos, a cidade natal Juiz de Fora (MG) para viver da interpretação, Andréia dedicou-se à integralmente a seus personagens na TV e no teatro. "Tem uma construção de carreira ao longo desses últimos anos. Acho que cada vez vai ficando mais sólido com trabalhos muito bons e diferentes uns dos outros. É isso que eu busco", avisa ela, que prefere se dedicar totalmente à novela. "Não tenho nenhum trabalho paralelo. Às vezes, não dá tempo de ter dois projetos simultaneamente".

(por Luana Borges)

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