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19/01/2012 - 06h30

Marjorie Estiano diz que duas mulheres podem dividir o mesmo homem, menos Ana e Manu

Amanda Serra
Do UOL, em São Paulo
  • Em A Vida da Gente, triângulo amoroso e conflitos familiares dividem a opinião do público sobre desfecho (2011)

    Em "A Vida da Gente", triângulo amoroso e conflitos familiares dividem a opinião do público sobre desfecho (2011)

No ar como Manuela, Marjorie Estiano, 29 anos, tem impressionado os telespectadores quando expõe seu minimalismo ao abordar os conflitos amorosos e os embates familiares em “A Vida da Gente”, da Globo. “As pessoas ficam sem chão quando não conseguem achar o vilão e o mocinho", afirmou Marjorie em entrevista ao UOL, sobre o embate entre Ana, Rodrigo e Manu. A atriz também disse que não acha impossível duas mulheres dividirem o mesmo homem. "Este universo é muito rico, mas no caso da Ana e da Manu acho impossível, não faz parte do mundo delas."

Na trama não há certo ou errado, assim como o próprio nome, “A Vida da Gente”, expõe os sentimentos e os efeitos que a vida traz.. Cada escolha uma sentença. “Todo mundo tem seus acertos, mesmo quando erra”, acredita a atriz..Sem vilões ou mocinhos, o folhetim divide a opinião do público, que não sabe se Rodrigo (Rafael Cardoso) deve ficar com Manu ou Ana (Fernanda Vasconcellos); ou se as irmãs traíram ou não uma a outra quando a história delas tomou um novo rumo. Leia abaixo a entrevista completa:

UOL - Em sua opinião, quem tem mais razão nesta história?
Marjorie Estiano - Todo mundo tem razão e um ponto de vista. Mas neste momento eu compartilho da raiva da Manuela, pois ela abriu o jogo com o Rodrigo, com a Ana, mas foi traída, não recebeu a sinceridade que teve. Erramos querendo acertar.

UOL - Como funciona sua preparação para as cenas?
Marjorie Estiano - Eu uso a música para me concentrar, faço trabalho de corpo, para entrar no ambiente. Gosto de canções com memórias, como as do Villa Lobos. Eu, a Fernanda (Vasconcellos) e o Rafael (Cardoso) discutimos algumas passagens, opiniões.

UOL - A Eva vive dizendo que a Manu é uma fraca, mas na verdade ela é a campeã. Qual o problema da Eva com a Manu?
Marjorie Estiano – A Eva venera a perfeição. Talvez ela enxergue nos olhos da Manuela a imperfeição que ela tem como ser humano e se sinta inferior. Ela sabe que a Manu vê as imperfeições, as falhas dela como mãe. A Eva é uma pessoa muito triste, solitária. Tenho dó.

A Ana e o Rodrigo precisam viver esse romance, até para uma possível reconciliação entre a Manu e o Rodrigo, diz Marjorie

UOL – A Manuela corre o risco de se tornar uma pessoa amarga, após a traição da irmã e do marido? Como você vê a evolução da personagem?
Marjorie Estiano – Não. A Manuela está vivendo uma fase que todos nós passamos em algum momento da vida. É o momento em que ela perdeu a ingenuidade, a idealização do amor e está se organizando. Ela é uma pessoa muito inteligente emocionalmente. O que me encanta na Manuela é o crescimento dela. É linda a maneira como a Lícia (Manzo – autora da novela) e a equipe transformam poesia em prosa. As pessoas ficam sem chão quando não conseguem achar o vilão e o mocinho. É algo muito subjetivo, encantador.

  • AgNews

    Lícia Manzo e Jayme Monjardim na coletiva de "A Vida da Gente", no Rio de Janeiro (13/9/11)

UOL - A Manu pode até não perdoar o Rodrigo, mas e a irmã, a qual ela ama tanto, ela não deveria perdoar?
Marjorie Estiano – Ela vai perdoar, mas neste momento ela não quer pensar na situação. Ela não quer aceitar os erros humanos. Todo mundo tem seus acertos, mesmo quando erra. Ela vai fugir, mas no fim vai se acertar, com o tempo. Brigar faz parte da evolução humana.

UOL - Como tem sido a recepção do público nas ruas? As pessoas torcem pela Ana ou para Manu?
Marjorie Estiano – As pessoas adoram, sou recebida com muita ternura. Existe uma identificação muito grande. Alguns dizem que a Manu e o Rodrigo devem ficar juntos, outros dizem que a Ana deve ficar com o Rodrigo. Está dividido.

UOL - A Manuela e a Ana dividem o amor da filha, são cúmplices uma da outra e ainda assim tem o Rodrigo. Você acha que um homem pode separar o amor dessas duas irmãs?
Marjorie Estiano – Depende da Ana e da Manu retomarem essa relação. A trama mostra que tudo depende das ações e dos desejos humanos. Nada se resolve sozinho. Em uma situação em que ninguém entenda o outro, aí acredito que um homem pode separar. Mas a Ana e a Manu não deixarão.

UOL – Você acha possível duas mulheres dividirem o mesmo homem?
Marjorie Estiano – Sim, este universo é muito rico. Cada um tem seu contrato de valores. Não acho incomum, mas no caso da Ana e da Manu acho impossível, não faz parte do mundo delas.

UOL Você acha que a Ana e o Rodrigo são imaturos?
Marjorie Estiano – Não. Na verdade acho maduro eles quererem viver uma história da adolescência, até para seguirem seus caminhos. Eles passaram por muitas mudanças, momentos difíceis. Involuntariamente o homem cria expectativas sobre o outro, não tem como driblar isso. A Ana e o Rodrigo precisam viver esse romance, descobrir o que sentem um pelo outro, o que criaram, até para uma possível reconciliação entre a Manu e o Rodrigo. A Manu e o Rodrigo podem até voltar, mas ele precisa mostrar que realmente mudou.

UOL A Manuela é o seu papel mais importante?
Marjorie Estiano - Não. Tive papéis de sorte, com consistência, enredo bom. Talvez quando eu tiver feito 40 personagens possa pontuar os principais. A Manu é uma inspiração, um amadurecimento, um encontro de atores e texto. Houve uma sinergia entre a equipe. Parece até clichê dizer isso, mas o segredo de uma boa novela é o conjunto.

UOL – Como foi gravar a cena do acidente, já que você não sabia nadar?
Marjorie Estiano – Foi a cena mais difícil da minha vida, o ambiente era o mais adverso. Fiquei nervosa, tinha que controlar meu tempo e me concentrar. Passei algumas noites embaixo da água, mas no fim fiquei feliz com o resultado. Trabalho cumprido.

UOL – Você prefere comédia ou drama?
Marjorie Estiano – Adoro comédia, mas também gosto muito de drama. Quando comecei a estudar teatro achava que só ia fazer personagens engraçados, surpreendi-me com os personagens dramáticos. Gostaria de caminhar por todos os conflitos, testar os assuntos. Serve como uma terapia para mim [risos].

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