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12/10/2011 - 06h30

Em ''A Vida da Gente'', Manuela será expulsa de casa pela mãe após acidente de Ana

FÁBIA OLIVEIRA
Do UOL, no Rio
  • Marjorie Estiano posa em divulgação da novela A Vida da Gente, da Globo

    Marjorie Estiano posa em divulgação da novela "A Vida da Gente", da Globo

Depois do acidente de carro de Ana (Fernanda Vasconcellos), a vida de Manuela -o patinho feio de "A Vida da Gente" interpretada por Marjorie Estiano- vai mudar completamente. "Primeiro, ela vai se sentir muito sozinha e vai se descobrir mais forte diante disso", observa Marjorie. Como as duas armaram um plano de fuga para a casa de Iná (Nicette Bruno), Manuela é expulsa de casa por Eva (Ana Beatriz Nogueira).

Por conta disso, ela passa a ter que trabalhar e vai até se casar com Rodrigo (Rafael Cardoso) para que juntos, possam criar a filha de Ana. "Ela era uma menina mesmo e cresce de uma hora para a outra de uma maneira muito intensa, em função de toda essa mudança na vida dela", justifica a atriz. Abaixo, uma entrevista com Marjorie Estiano que explica um pouco do novo momento de sua personagem na trama de Lícia Manzo.

UOL - Manuela vai estar com a irmã e a sobrinha no acidente que deixa a tenista em coma. Como a Manuela vai ficar depois disso?
Marjorie Estiano - A trama dela vai se desenvolver muito em função das relações. Ela vai acabar se encontrando durante o coma da irmã. Ela vai passar por desafios muito grandes, em função da cumplicidade e da união com a irmã. Primeiro, ela vai se sentir muito sozinha e vai se descobrir mais forte diante disso. Tem vários conflitos na relação com a mãe que já eram estabelecidos, mas ficam absolutamente claros depois que a irmã entra em coma.

UOL - Como assim?
Marjorie Estiano -
Depois do acidente, ela é expulsa de casa e a mãe não quer estabelecer mais nenhuma relação com ela. Ela responsabiliza a Manuela e se sente traída por ela, por causa do acidente com a Ana.

UOL - Manuela já é considerada como o patinho feio da família?
Marjorie Estiano - Eu acho que isso é um esterótipo que geralmente as pessoas se apoiam para poder explicar. Mas, não acho que seja isso não! Acho que isso simplifica muito a transição que a Manuela vai passar. Principalmente, porque ela não tem um problema muito forte de autoestima não. Ela tem umas convicções estabelecidas pela criação dela. Essa coisa com a perna, por exemplo, que é mínima, na cabeça dela tem um tamanho enorme, que foi colocado pela mãe. Mas, ao mesmo tempo, ela se conforma com aquilo, ela não é "deprê" nesse sentido. Não é uma pessoa que se acha feia. Ela simplesmente não se considera nesse lugar. Depois, ela vai estabelecer uma relação com uma amiga da faculdade, mas ela passa por essa transformação a partir do momento em que ela tem que cuidar da irmã, é aí que ela vai se perceber mais capaz, mais segura de si.

UOL - Na sua opinião, Manuela tem uma elevação de autoestima?
Marjorie Estiano -
Eu acho que sim. O fato de ela se sentir mais capaz, mais segura, vai mexer com a autoestima dela. Ela vai passar a se considerar mulher, mãe também. Com isso tudo, ela vai ganhar uma outra postura que não tinha antes. Ela era uma menina mesmo e cresce de uma hora para a outra de uma maneira muito intensa, em função de toda essa mudança na vida dela. Antes, ela era alguém que vivia em uma família, segura, tinha uma relação muito íntima com a irmã, que estava sempre presente, além da avó. De repente, a irmã entra em coma e ela começa a cuidar da sobrinha sem respaldo de absolutamente ninguém a não ser a avó.

UOL - Ela e a Tônia, sua personagem em "Caminho das Índias", são parecidas?
Marjorie Estiano -
A história do patinho feio também é um lugar onde colocaram a Tônia. Mas, não acho que era a bela que era feia. Tanto que não houve nenhuma transformação de menina para mulher. As pessoas achavam que ela ficava de lado, mas eu não sei porque ela teve uma relação com o irmão, que era intenção. Ela tinha atenção. Até demais. Só que ela não se considerava nada, a não ser na zona de conforto dela. Nenhuma das duas personagens são extrovertidas, grandiloquentes e aquelas pessoas que chamam a atenção para isso. Ela era mais minimalista neste sentido, as duas têm essa característica em comum.

UOL - Existe uma história de que a Manuela abandona a carreira que gosta por conta de ter que se virar para sustentar a sobrinha...
Marjorie Estiano -
Ela não engrena muito em psicologia, porque logo acontece o acidente e ela vai precisar trabalhar com alguma coisa, de alguma maneira, se virar para poder cuidar da Júlia. Então, eu não tenho até esse ponto, como ela vai fazer. Eu sei que ela vai abrir um buffet, não sei se é exatamente agora.

UOL - Como foi sua preparação para a Manuela?
Marjorie Estiano -
Eu sou da galera que fez culinária. Acho até que eu sou "a" galera que fez culinária. Eu acho que fui só eu e a Neusa Borges. Mas, tivemos isso, tinha uma relação um pouco mais íntima com a culinária, que eu não tinha nenhuma. Tivemos duas aulas em período integral com uma boleira daqui da Globo. Eles utilizam o trabalho dela na novela. E foi ótimo. Na verdade, acho que é mais uma intimidade.

UOL - Antes você não tinha nenhuma relação com a culinária?
Marjorie Estiano -
Nada. Mas vou te dizer que estou melhorando. Já arrisquei fazer algumas tortas em casa sozinha. Mas não são as tão elaboradas. De qualquer forma,  é um começo. Já mudou a minha rotina familiar e cotidiana. Hoje, eu já penso antes de pedir alguma coisa para comer. Se tem alguma coisa em casa, um macarrão que seja, eu já me meto para fazer.

UOL - E o visual? O que mudou para a Manuela?
Marjorie Estiano -
De visual, tem o figurino, que foi elaborado para ela sem muita forma, é muita sobreposição. O inverno de Gramado e Porto Alegre que são as cidades que elas moram e frequentam é rigoroso. Então, ela parte de muitos vestidos largos, meia, muita sobreposição. O figurino dela tem uma cara meio "brecholenta".

UOL - E a história de Manuela mancar um pouco de uma perna. É difícil para você?
Marjorie Estiano -
A gente foi pesquisar. Eu conversei com alguns fisioterapeutas para ver como faria. Fomos descobrindo a causa e através da causa, descobrimos qual seria a maneira de se fazer esse tipo de ação. E depois, fomos equilibrando com o tamanho que o Jayme Monjardim queria. Que ele não queria que fosse absolutamente nítido. Que fosse algo que gerasse um estranhamento, mas que você não sabe dizer o que é. E aquilo só fica claro quando ela fala. Ela fala porque considera aquilo um limitador, embora ela não seja aquela que passa o dia reclamando. É um limitador, mas não é um problema para ela.

UOL - Você faz algum tipo de preparação especial para isso?
Marjorie Estiano -
Faço um alongamento antes e um depois. Porque esse tipo de coisa acaba gerando problema na coluna também. Nisso, eu também tinha pensado, em colocar um problema na coluna, um desnível no ombro. Isso tudo foi analisado também com os médicos que eu procurei. Eles me colocaram que não. O que você faz é continuar mantendo essa diferença e esse andar que a gente descobriu. Disseram para eu não tentar fazer nada na coluna porque ela compensa, a questão só dá alguma dor, por isso o alongamento. E eu também procuro colocar o sapato ou a palmilha só na hora de gravar. Fiquei treinando um tempo, descobrindo a medida. E foi aí que eu descobri que precisava do alongamento.

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