Rainha americana dos talk shows faz doação para escola na África do Sul

Por Nicholas Kotch

HENLEY-ON-KLIP, África do Sul (Reuters) - Conhecendo a fama que Nelson Mandela tem de conseguir arrancar doações beneficentes de pessoas ricas e famosas, a rainha americana dos talk shows, Oprah Winfrey, abriu os bolsos sem que lhe fosse pedido.

Custou 10 milhões de dólares, mas com isso ela conseguiu manter-se nas graças do homem que ela descreve como seu maior mentor vivo.

Com Mandela, de 84 anos, a seu lado, a celebridade afro-americana, dona de uma fortuna que se aproxima da marca de 1 bilhão de dólares, lançou as sementes do que vai ser a Academia Oprah Winfrey de Liderança para Meninas.

"Procuramos meninas fortes e corajosas, com coração. Acredito que as moças vão assumir a liderança do mundo. Os homens já estão em controle há tempo suficiente. Mas não se preocupem, estamos dispostas a dividir o poder", disse a apresentadora na cerimônia realizada no terreno onde será erguida a escola, 40 quilômetros ao sul de Johanesburgo.

As portas da academia serão abertas em janeiro de 2005, e os milhões doados por Oprah serão gastos ao longo de uma década para construir e administrá-la, em conjunto com o Ministério da Educação, disse à Reuters a diretora-executiva da Fundação Oprah Winfrey, Caren Yanis.

"Vou supervisionar até os menores detalhes. Haverá uma lareira na biblioteca para criar um clima de lar na escola", disse Oprah, 48 anos, na última escala de uma viagem de quatro semanas à África do Sul, país pelo qual ela diz ter se apaixonado.

A academia será uma escola interna, com 450 vagas para meninas de 12 a 18 anos, voltada especialmente aos estudos de ciências e matemática. Os patrocinadores disseram que as alunas serão selecionadas entre as comunidades mais carentes.

Vítima de abuso quando era criança, Oprah disse que a violência contra mulheres e meninas está sendo tolerada na África do Sul, nos EUA e em outras partes do mundo.

"Em nossa academia, isso é inaceitável", disse ela.

A apresentadora, que começou a vida muito pobre, na zona rural do Mississippi, e ascendeu graças a seus próprios esforços, disse que as instalações da academia vão incluir "um sistema de telecomunicações com o qual eu possa ensinar as garotas desde Chicago".

Nelson Mandela a abraçou e chamou de "rainha". "Ela quer tornar esta escola notável, uma instituição que vai atrair pessoas desde muito além das fronteiras de nosso país", afirmou ele.

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