Depois de fazer sucesso como Elis Regina no espetáculo "Elis, a Musical", Laila Garin encerra nesta sexta-feira (28) sua primeira novela, "Babilônia". A atriz, que dá vida à Maria José, mulher do corrupto - e infiel - Aderbal (Marcos Palmeira), comemorou a reação da personagem ao descobrir tudo o que o marido aprontou, e espera que, ao fim da trama, ela tenha uma "libertação".

"O público me parava na rua para dizer 'meu Deus, quando ela vai fazer isso?' Foi um momento muito esperado, por mim e por muita gente", disse Laila ao UOL, referindo-se ao momento em que Maria José expulsou Aderbal de casa. No momento da entrevista, a atriz ainda não sabia qual seria o destino de sua personagem, mas já deu seu palpite: "Espero que aconteça essa libertação da Maria José, que ficou um tanto quanto cega com essa fé".

A experiência no núcleo – elogiado tanto por crítica como pelo público – foi positiva para a atriz, que elogiou a colega Arlete Salles, a Consuelo. "A gente teve um núcleo que teve uma aceitação muito boa, movido por Arlete, que faz um personagem terrível, mas que é tão carismática e tão engraçada que a gente adora. É muito bom poder fazer críticas com humor".

Laila vê como saudáveis as discussões levantadas pelos temas controversos de "Babilônia", frequentemente apontados como motivo de rejeição do público à trama, que teve a menor média de audiência para uma novela do horário. "Acho que a novela teve a proposta de tocar em assuntos polêmicos e mexer em discussões. Esse também é o papel da novela. Tem o entretenimento, mas também tem o intuito de provocar, de fazer a gente refletir. e as respostas refletem como a sociedade anda pensando as coisas. Acho tudo muito saudável".

Estrear em uma novela das nove, por si, já foi uma experiência intensa para a atriz, que tem um longo currículo no teatro. "Já havia uma coisa inicial muito intensa que era fazer a novela, uma coisa que eu nunca tinha feito. Tem isso de ser uma obra aberta, de você não saber o que vai acontecer com a personagem, tem essa visibilidade imensa de ter o horário nobre de uma TV aberta como a Globo e estava superansiosa".

Sucesso pós-Elis

Pouco após o fim de "Babilônia", Laila Garin já voltará à telinha no domingo, quando estreia a série "Santo Forte".

"É um privilégio, foi uma coincidência muito boa", comemorou a atriz em entrevista ao UOL. As duas produções na TV foram frutos diretos do reconhecimento de "Elis", pelo qual Laila ganhou nove prêmios, incluindo o Prêmio Shell de Teatro: o papel chamou a atenção de Roberto Dávila, diretor de "Santo Forte"; e Dennis Carvalho, que a dirigiu no musical, a levou para "Babilônia".

Para Laila, que até então só havia feito participações na TV, "Elis" foi um divisor de águas. "Acho que a peça teve um reconhecimento quase absoluto. Foi o trabalho que fiz com mais visibilidade, até vir a novela das nove, que tem um alcance imenso. Para mim, foi crescendo desde que vim para o Rio. Fiz o 'Gonzagão", que ficou três anos em cartaz, aí veio 'Elis', que teve um reconhecimento grande mesmo, uma sorte. A partir daí, vários diretores e vários atores, passaram a me conhecer. E vieram vários convites".

"Santo Forte" e carreira musical

Quem se acostumou ao comportamento mais submisso de Maria José pode esperar uma personagem bem diferente em "Santo Forte". Segundo Laila, Dalva – mulher do protagonista João (Vinícius de Oliveira) – será uma mulher de personalidade forte. "Ela é extrovertida, ela é uma mulher superativa que não deixa a peteca cair. Ela vende produtos de beleza, vende shakes, é uma mulher do subúrbio carioca, bem popular".

Mas a maior surpresa reservada por Laila para a série está na sua trilha sonora. A artista gravou três canções com exclusividade para a trama. "Não era uma coisa minha, gravei a pedido do Roberto [Dávila, diretor]. Falei 'vou fazer com o maior prazer'. Espero que tenha ficado bonito", disse ela, que ainda não ouviu o resultado.

Laila, que sempre cantou no teatro e fez trabalhos pontuais como cantora, deve lançar um show em 2016, mas não deu mais detalhes. "Vou fazer um show no domingo, que é uma residência que vou fazer no Beco das Garrafas, eu experimentando um show, experimentando um reportório, e conhecendo novos compositores para um show maior que vou fazer ano que vem".