"Apenas um Show" chega à 8ª temporada agradando crianças e adultos

Thamires Andrade

Do UOL, em Los Angeles*

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    Mordecai e Rigby, de "Apenas um Show"

    Mordecai e Rigby, de "Apenas um Show"

Depois de faturar um Emmy em 2012 na categoria animação de curta duração, a série "Apenas um Show", exibida todas segundas, quartas e sextas-feiras às 21h15 no Cartoon Network, foi renovada para a oitava temporada e continua unindo diferentes gerações para acompanhar as encrencas de Mordecai, um pássaro azul de 1,80 m de altura, e Rigby, um guaxinim hiperativo, que trabalham como jardineiros no parque municipal.

Em entrevista ao UOL, o criador da série JG Quintel, 32, credita o sucesso da série com o público de diferentes faixas etárias por conta das histórias que todos são capazes de entender e se identificar. "Normalmente o episódio começa com Mordecai e Rigby querendo experimentar uma comida em um novo restaurante ou jogar videogame, por exemplo, e, por conta do jeito que eles resolvem esse problema, eles causam um outro ainda maior", explica.

Para Quintel, essa situação é comum entre as crianças e adolescentes que acabam deixando as tarefas designadas pelos pais para depois e aí precisam correr para terminar o que lhes foi mandado. "Por isso acho que tanto adultos quanto as crianças conseguem se identificar com esse período da vida e gostam de assistir ao desenho juntos", afirma.

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JG Quintel conta que se inspira em amigos e momentos na faculdade
A inspiração para criar os personagens principais veio, inclusive, do próprio dia a dia com os amigos na faculdade. "Mordecai e Rigby são basicamente eu e o meu amigo. Eles se relacionam da mesma forma como nós agíamos um com o outro. Nós adoramos, por exemplo, criar musiquinhas para tudo, sempre achamos divertido. Outra coisa que também fazíamos muito são as interjeições, como 'Oooooh', que acabei colocando bastante na série", afirma.

Os demais personagens também surgiram durante a faculdade por conta de um jogo chamado "Filme de 48 Horas". "No começo da semana cada um jogava palavras dentro de um chapéu e, depois, tínhamos que pegar uma e fazer um filme em 48 horas. Peguei a palavra 'pirulito' e foi assim que criei o Pairulito [um homem pirulito que nunca saiu de dentro do parque, onde a série se passa]. Aos poucos fui criando outros personagens para quem Mordecai e Rigby pudessem pedir conselhos ", relembra.

Além de estar envolvido na criação da série, Quintel também participa da dublagem dos personagens Mordecai e Fantasmão. "Como eu e meu amigo fazíamos as dublagens dos personagens nas animações da faculdade, queria muito que continuasse desse jeito. De início o Cartoon queria testar vozes diferentes para o desenho, pois não tínhamos experiência vocal, mas eles deixaram a gente aprender e praticar", afirma.

Para Quintel, o reconhecimento do trabalho com a estatueta do Emmy fez com que ele sentisse que fazia um desenho legal e diferente dos demais. "Ouvir os fãs amarem a série é ótimo, mas sempre quis que mais e mais pessoas assistissem. Quando fiz o show pela primeira vez era tudo tão diferente e bizarro, nem acreditava que o Cartoon tinha comprado a ideia de tentar algo tão diferente assim. Os estúdios acabam optando por copiar fórmulas bem sucedidas, pois custa caro investir em uma série que você não sabe se vai dar certo", afirma.

A internet também é uma aliada de Quintel para verificar como os fãs estão reagindo com os novos episódios. "Essa interação é muito positiva, pois me estimula a querer fazer histórias ainda melhores para que as pessoas continuem repercutindo a respeito", conta.

Apesar do sucesso da animação, o criador afirmou que trabalha em novas ideias para quando a atração for cancelada. "É inevitável que algum dia o 'Apenas um Show' será cancelado, portanto estou trabalhando em algumas coisas para tentar a transição para algo novo quando isso acontecer", explica.

* A jornalista viajou a convite da Turner
 

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