Após críticas a governo, Jô Soares chama jornalista de "apocalíptica"

Do UOL, em São Paulo

  • Reprodução/TV Globo

    Jô diz que jornalista é "apocalíptica" após crítica a Dilma

    Jô diz que jornalista é "apocalíptica" após crítica a Dilma

Após fortes críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), Jô Soares chamou a jornalista Lilian Witte Fibe de "apocalíptica" durante o "Programa do Jô", na madrugada desta quinta-feira (13). O apresentador, no entanto, voltou a afirmar em seu programa que é "um otimista" em relação à situação da crise no Brasil.

"[A Dilma] fez uma maquiagem nas contas públicas que está nos custando rebaixamento de agências de risco, mais inflação, o insucesso do atual ministro Joaquim Levy, em botar as contas em ordem. Foi tudo assinado pela presidente Dilma Rousseff no primeiro mandato, que acabou com os acertos das contas da União, e, agora, está com essa inflação, maior do que popularidade dela", avaliou Lilian. "Está nos custando a recessão, a pior desde a redemocratização, a pior desde Marechal Deodoro. Uma inflação que está estragando o Plano Real", completou.

Jô chamou os intervalos comerciais e, ao retornar, rebateu Lilian. "Estou aqui com a Natuza Nery, com a Lilian Witte Fibe, que hoje está apocalíptica", disparou. "Apocalíptica, não, realista", disse a jornalista. "Mas é uma realidade apocalíptica. Você está dizendo que o Levy não vai conseguir... Olha, o que eu acho, eu fui entrevistar presidentes em dois momentos de crise. Fernando Henrique Cardoso e, agora, Dilma Rousseff", dizia Jô, ao ser interrompido. "Ué, você está falando em crise?", cutucou Lilian. "Posso terminar de falar?", disparou Jô.

No fim do programa, Jô Soares reafirmou a sua posição em relação ao assunto. "E que o Brasil melhore. Eu sou um otimista irrecuperável. Então, eu acho que no final das contas o barco segue. Os cães ladram e a caravana passa", filosofou.

Em abril, um debate sobre o momento político do Brasil também provocou atrito entre Jô Soares e uma outra jornalista, desta vez, Ana Maria Tahan.

"Agora eu tenho muito medo dessa vitimização da presidente da República. Eu acho isso meio inconcebível", disse Jô. "Em qual sentido?", perguntou Ana Maria. "No sentido de que estão fazendo dela uma vítima de uma Eleição que foi absolutamente legítima", respondeu o apresentador. "Me desculpa, Jô, mas ela está pagando pelos erros dela mesma", retrucou a jornalista. "Mas isso vale o 'Fora Dilma'?", questionou o apresentador. "Jô, tem gente que pensa de toda forma. [O direito de] se manifestar está garantido pela Constituição", respondeu em seguida.

Semanalmente, Jô Soares reúne em seu programa quatro jornalistas --como Cristiana Lôbo, Christina Serra, Ana Maria Tahan, Lúcia Hipólito, Natuza Nery ou Lilian Witte Fibe-- para falar sobre política ou economia no quadro "As meninas do Jô".

Nesse mesmo quadro, o apresentador já se envolveu em  uma outra polêmica, em dezembro do ano passado, ao repreender um rapaz que estava no auditório e gritou palavras de apoio ao deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), 59 anos. O parlamentar é acusado de ferir o decoro ao dizer que "não estupraria Maria do Rosário [PT-RS] porque ela não merece".

"Viva, Bolsonaro!", gritou o rapaz, logo depois do programa exibir um VT com palavras de Bolsonaro. "Quem foi que gritou esse absurdo? Maluf está na plateia? Quem que gritou? É só para eu saber", perguntou Jô, surpreso.

Após segundos de silêncio, o homem se "entregou" e justificou o seu apoio a Bolsonaro. "Eu entendi o que ele quis dizer. Ele foi autor de um Projeto de Lei para castração química de estrupador (sic).  Ele não quis fazer apologia. Eu acredito que deu no contexto da fala dele", justificou o rapaz. "Eu já ouvi muita bobagem na minha vida, mas essa supera a do Bolsonaro", rebateu Jô.
 

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