"Jurado malvado" do "Bake Off", Fasano gosta que competidores tenham medo

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

Descendente de uma das famílias mais famosas da gastronomia brasileira, Fabrizio Fasano Jr. estreou como jurado na mais recente produção culinária do SBT, o "Bake Off Brasil – Mão na Massa". E sua primeira aparição causou rebuliço nas redes sociais, após ele ter comparado o brigadeiro de um dos competidores, Ayrton, a um "cocô de cavalo".

Conhecido como o "jurado malvado" da competição, Fasano Jr. disse ao UOL não gostar do rótulo, admitiu ter ficado "um pouco assustado" com a reação dos espectadores após a estreia e afirmou que faz suas críticas para ajudar os participantes a melhorar o desempenho na competição.

"Foi muito importante dar as minhas críticas, foi muito importante terem medo de mim, um 'medo' entre aspas, um respeito exagerado, porque fazia com que eles tirassem deles o melhor", afirmou. "Eles não queriam passar pelo meu crivo e ouvir coisas que não queriam. Agora, eu nunca fui malvado. Malvado é quando você chega e fala 'pô, isso está uma bosta', e nem sabe do que está falando. Não estou ali pra destruir o sonho de ninguém."

Reprodução
O polêmico bolo de cenoura, com aparência de "cocô de cavalo"
A comparação polêmica com o "cocô de cavalo" foi motivada pelo próprio ambiente em que as gravações do programa aconteceram, uma fazenda em Sorocaba, no interior de São Paulo.  "Estava um horror aquilo, com uma aparência horrorosa. Estou em uma fazenda, tinha acabado de ver um monte de cocô de cavalo, olho um monte de brigadeiro que parece uma bola de tênis ovalada. E o que parece uma bola de tênis ovalada? Aí fazem esse drama todo, que eu sou um carrasco, um filho da p***. Mas em nenhum momento achei que isso ia virar essa polêmica toda e nem isso foi falado com essa intenção".

O lado crítico do jurado não é encenação – ele contou que também deixa claro o que pensa em sua vida pessoal. "Eu sempre fui uma pessoa muito crítica e sempre tive a intenção de criticar para tirar o que elas têm de melhor. Isso não é nos doces, na culinária, isso é na vida de forma geral. Minha mulher já brigou comigo várias vezes, mas hoje ela tem esse quesito muito claro. Se ela perguntar, ela vai ouvir o que eu acho. Se eu gosto de você, não vou falar bem do que você faz bem, porque isso está implícito. Se você faz bem, continue fazendo. Mas se eu falar mal daquilo que você está fazendo mal, aquilo vai ser muito melhor para você."

Divulgação
Fabrizio Fasano diz que foi bom os participantes terem medo dele no "Bake Off Brasil"

Formado em economia, Fasano Jr. trabalha como fotógrafo profissional desde 2003 e só havia tido uma experiência na TV: o "Nestlé Com Você", que apresentou em 2011 na RedeTV. "Eu não podia sair falando mal, mas muitas coisas eu não gostava, e eu ficava incomodado em fazer o papel de moço bonzinho", disse, acrescentando que só não é mais ele mesmo no "Bake Off Brasil" por conta do nervosismo. "Como não sou um cara da TV, existe um nervosismo, existe um processo de ir se adaptando às coisas, mas estou sendo exatamente eu. Muita gente me odeia, muita gente me ama, mas ninguém sai daqui sem ouvir o que eu penso".

"Provador da família"
Da família, dona de um renomado restaurante em São Paulo, Fasano Jr. herdou o gosto por comer bem. E já era considerado o 'provador da família' pelos parentes. "Sempre fui o provador da família, sempre que tinha alguma coisa que não sabia se ia agradar as pessoas falavam 'pô, chama o Fabrizio, vamos ver o que ele acha'. E isso acontecia muito em doces".

O jurado também gosta de cozinhar no seu tempo livre. "Eu sou apaixonado por risoto, por algumas massas, adoro fazer tiramissu, modéstia a parte faço um tiramissu como poucos. Mas eu não gosto de cozinhar profissionalmente, gosto de cozinhar para amigos, umas cinco dez pessoas, bater um papo, tomar um vinho conversando. Modéstia a parte, 99,9% das vezes sai muito bom", contou, aos risos.

O tiramissu, aliás, irá aparecer no "Bake Off Brasil". "Vai, infelizmente vai", brincou. "É uma receita que eles não devem estar acostumados a fazer, uma receita italiana. E até para que essa receita pudesse entrar no programa, eles tiveram que fazer as bolachas, o que obviamente acabou de complicando mais a vida deles, mas aí é um pouco do bacana do programa. Você não é confeiteiro? Vai lá e faz a bolacha".

Mas o reality, ressaltou o jurado, não avalia o melhor doce, mas sim "quem se vira melhor" em condições adversas, com fogões e fornos diferentes, limites de tempo para a prova e a própria pressão de estar na TV. "Eles são bons, alguns são melhores, outros piores, mas são bons confeiteiros. A pressão emocional a que esses seres humanos estão sendo submetidos, é óbvio que  atrapalha, e muito, o rendimento deles. Em programas como esse, muitas da pessoas que ganham, são pessoas que têm, eventualmente, o melhor controle emocional".

O requisito básico para quem quer se manter na disputa, acredita Fasano Jr, é fazer seu melhor.  Ele relembrou a primeira eliminada, Juliana, que não tirou as sementes da maçã antes de preparar a torta que seria servida a ele e à jurada Carolina Fiorentino. "Você está em um programa de TV, não importa se ficou feio, se ficou bonito, você tem que fazer o seu melhor. Não tirar a semente da maçã é tentar fazer o melhor?"

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos