Giselle Itié diz que atitude feminista de Zípora divide o público
Giselle de Almeida
Do UOL, no Rio
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Michel Angelo/TV Record
Giselle Itié como Zípora em "Os Dez Mandamentos"
Atitude é o que não falta para Zípora, personagem de Giselle Itié em "Os Dez Mandamentos". Desde que surgiu em cena, a morena mostrou que não nasceu para ser submissa e não admite que um homem a trate sem respeito. A postura, que lhe distingue das próprias irmãs e de muitas personagens femininas da novela, tem dividido o público.
"É muito curioso. Ouço comentários machistas, de homens e mulheres, questionando por que ela tratava Moisés daquela maneira, por que ela não é como as outras irmãs. Por outro lado, vejo homens e mulheres feministas que batem palma, que entendem o pensamento dela. Por que é a mulher que tem que servir comida? É um pensamento de igualdade. Estou muito feliz de viver uma mulher que levanta essa bandeira. As pessoas infelizmente têm uma ideia errada do feminino, trata-se de igualdade, só isso. E hoje em dia, em 2015, a gente ainda não tem isso, até nos nossos salários", analisa.
A personalidade forte de Zípora conta para diferenciá-la, e Giselle atribui tantas "patadas" ao desconforto inicial provocada pela paixão por Moisés (Guilherme Winter), um sentimento ao qual ela não estava acostumada. Mas a preparação para o papel já mostra o quanto a filha de Jetro (Paulo Figueiredo) se destaca: enquanto as atrizes que interpretam suas irmãs na trama aprendiam a fazer pães, a intérprete de 32 anos tosqueava ovelhas e fazia aulas para manusear a funda, uma espécie de atiradeira.
"Nunca imaginei fazer isso na vida! Antes de uma cena em que tinha que usá-la, fiquei treinando. Todo mundo almoçando e eu lá, transpirando, estragando a maquiagem. No dia seguinte senti uma dor no pescoço! Só fui me dar conta depois que tinha sido pelo esforço", conta ela, que preferiu se guiar pelo texto da autora Vivian de Oliveira para construir a personagem. "Zípora é mulher com M maiúsculo, cresceu no meio deserto, sabe se proteger é intuitiva. Assim como ela, também amo a natureza. Busquei esse contato para chegar nela", diz.
A mulher de Moisés se junta a um time de mocinhas no ar atualmente que não levam desaforo para casa - Karina (Isabella Santoni), de "Malhação", Marizete (Bruna Marquezine), de "I Love Paraisópolis" e Regina (Camila Pitanga) de "Babilônia". Ela mostram que as heroínas de hoje não têm mais tempo de ficar se lamentando e vai à luta.
"Espero que essa onda fique, porque o público consegue se espelhar nos personagens", torce ela, que assim como a personagem, faz de tudo para proteger a família. "Eu sou muito de proteger os que eu amo. Quando sinto que aconteceu alguma injustiça, compro o barulho. Às vezes é inteligente da minha parte, às vezes não tenho por que me meter (risos). Mas tenho esse senso de justiça desde pequena, gosto de carregar as pessoas no colo", diz.
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