Com apresentação do ator Felipe Titto, a versão brasileira do reality show "Are You the One" mostrará o confinamento de 10 casais em uma casa no Rio de Janeiro. O objetivo é fazer com que cada um encontre seu par perfeito. O prêmio para os 20 solteiros é de R$ 500 mil, que só é dividido entre eles caso todos encontrem seus pares. 

Cacá Marcondes, diretor da atração, garantiu que o moralismo não tomou conta da primeira edição brasileira -- que já foi gravada -- e promete exibir cenas "quentes". "Aconteceram vários atos, o programa irá exibir [cenas de sexo], mas esse não é o ponto alto. Tem outras coisas tão interessantes quanto o sexo. O programa não fica explorando apenas o sexo em si", afirmou. O vice-presidente da MTV no Brasil Tiago Worcman adiantou que houve ocasiões em que uma pessoa se envolveu com mais de uma. "Teve um dia que uma menina beijou mais de um menino."

Tiveram mais de 40 combinações amorosas entre os participantes durante o programa, ou seja, teve gente que se envolveu com mais de duas pessoas. 

"No fim já falávamos: 'vamos testar um pouco de cada'"

"Me dava muito bem com todas as meninas. Dava 'match' com todo mundo. O ser humano é uma coisa afetiva. Você começa a conviver, dormir junto, aí as afinidades vão falando mais alto", contou o estudante de direito Igor Freitas, 24 anos, um dos participantes. "Fui pensando em encontrar meu par ideal, mas o mais certo era o dinheiro para mim [risos]. No início, você acha que todo mundo vai encontrar seu par em uma semana, depois percebe que é impossível e no fim já falávamos: vamos testar um pouco de cada. Foi muita emoção, misturada com quase nada de razão", declarou o empreendedor Henrique Tristão, 28. 

Sem celulares, relógios e acesso a internet, os participantes ficaram confinados durante dois meses, entre novembro e dezembro -- e não receberam cachê.

Os participantes se inscreveram pela internet e, durante três meses, a diretora geral da produtora Floresta, Elizabetta Zenatti, e sua equipe se dedicaram a analisar os questionários e as entrevistas realizadas por psicólogos para fazer a seleção e produzir o reality. "Quando víamos que uma pessoa dava mais de um 'match' (combinava com mais de uma pessoa), eliminávamos", contou ela.

"É quase uma experiência antropológica observar o comportamento humano de buscar seu par ideal. Tem um certo romantismo, a brincadeira do cupido. E para ganhar o prêmio, eles têm que jogar juntos, e isso conflita com interesses pessoais, com o gostar de alguém", completou Elizabetta.

Antes mesmo de sua estreia, que será no dia 1° de fevereiro às 19h30, a atração enfrentou problemas de logística e deixou a produção apreensiva. "Tivemos que mudar de residência no meio das filmagens e a casa era uma espécie de personagem, cada um já tinha seu espaço estabelecido. Ficamos tensos com a possibilidade de alguém desistir do confinamento", contou Tiago.

A primeira locação ficava em um condomínio fechado no bairro do Joá, em São Conrado, mas foi autuada porque não tinha alvará que permitia o uso da residência para fins comerciais, e os vizinhos estavam incomodados com o barulho. Por coincidência, Worcman mora no local com a mulher, a atriz Carolina Dieckmann, e disse ter ficado chateado com a reação dos vizinhos. 

Sem revelar o investimento, que foi 100% financiado pela Viacom, proprietária da MTV, Tiago disse apenas que o valor foi alto e que o programa agradou aos criadores americanos. "Estamos animados com a primeira temporada. O pessoal dos EUA elogiou muito a maneira como adaptamos, ficaram com vontade de morar no Rio. E se tudo der certo, teremos uma segunda temporada. A produção nacional faz parte da nossa meta". Na versão americana, os casais vencedores dividem US$ 1 milhão, cerca de R$ 2,5 milhões.