"Paixão recolhida por mim", diz Dona Dulce de "Amor & Sexo" sobre Otaviano

Giselle de Almeida

Do UOL, no Rio

Num programa que trata dos temas mais picantes e íntimos de maneira descontraída, ela virou sensação sem dar um sorriso. De volta ao "Amor & Sexo" nesta quinta-feira (18), na última edição desta temporada, a atriz Dulce Maristany, ou Dona Dulce, como ficou conhecida, comemora a repercussão de sua participação na TV, a mais expressiva em seus 30 anos de carreira, mais focada no teatro. "Quem espera sempre alcança", afirma a intérprete, de 70 anos, que se descreve como "gatosa, uma gata idosa".

"Todo mundo me reconhece, pede para tirar foto. Eu tô levando. Gostam, dizem que eu e Otaviano combinamos bem, temos entrosamento", afirma ela, que já apareceu em programas como "Na Moral" e novelas como "Malhação", "Cama de Gato" e "Pé na Jaca". Já que uma próxima temporada do programa e o seu retorno ainda são incógnitas, ela torce por uma chance no "Zorra Total" ou numa novela, o que pintar. "Trabalho é comigo mesmo, não preciso nem saber o que é", declara ela, viúva há dois anos. 

A pedido do UOL, Dulce encarnou a personagem carrancuda para uma entrevista. Mas avisou: "Olha lá, que quando estou muito mal-humorada solto um palavrão. No programa, eles cortam ou cobrem com um sinal. Eles me dão essa liberdade. Você pode colocar 'três pontinhos'".

UOL - Você costuma falar pouco no programa. É timidez ou falta de interesse pelo assunto?
Dona Dulce - Às vezes é falta de interesse, não tô nem aí, deixo eles falarem o que quiserem. Mas você acha que eu com 70 anos não vou ter interesse em sexo? Não tenho marido, mas não tô morta.

Ao contrário de você, a Fernanda Lima ri de tudo. O que acha dela?
Um doce de coco. Tem horas que acho que ela tem vontade de dar um soco na cara na pessoa, mas não pode, então começa a rir. Não tenho nada contra. Deixa ela rir, quanto mais, melhor pra mim. Também não sei se estou agradando ou não, se ela está disfarçando, mas também não me interessa.

Quem você convidaria para a bancada do "Amor & Sexo"?
Tatá Werneck, acho ela gozada, é meio doida também. Ficaria uma jovem e uma velha doida. De homem, aquele gordinho, o Marcus Majella, acho ótimo esse garoto. Fala "veaaaaado". Eu vou falar "piraaaaanha". Não ia ficar legal?

Já teve alguma crise de riso na vida? Com o quê?
Não acho graça em nada.

Na hora do amor e do sexo, você também é mal-humorada?
Sabe que eu ainda não pensei nisso, vou começar a pensar pra te dar uma resposta. Além do mais isso é uma coisa muito íntima, sabe, minha filha?

Passou a ser mais cantada depois que apareceu no programa?
Ninguém me cantou. Ainda não. Mas eu não tô ligando pra isso. Se cantarem, vão levar uma porrada, e eu processo essa gentalha.

O que você tem contra o Otaviano?
É porque ele fica enchendo o meu saco. Não deixa eu falar, prestar atenção nas coisas. Sabe o que é isso? Acho que ele tem uma paixão recolhida por mim de outras encarnações. Só pode ser.

Quando a Fernanda perguntou quem você gostaria de beijar, você não pensou duas vezes. Essa atração pelo Leo já é antiga?
Não, saiu na hora. Eu não queria dar o gostinho para os outros homens da bancada. Só pra contrariar, eu falei o Leo Jaime.

O que um homem precisa ter pra te conquistar?
Primeiro, não gosto de garotão. Segundo, tem que ser um homem inteligente e charmoso, como era o meu marido. Quer dizer, vai ser difícil de encontrar. Então não precisa nem me conquistar.

Qual foi a última vez que você riu?
Você sabe que eu nem lembro? Não tô achando muita graça nas coisas não. Vou dizer uma coisa pra você: a situação toda tá muito esquisita. Tem horas que eu tenho vergonha até de ser honesta. Só vejo desonestidade.
 
Qual tema gostaria de discutir no programa se fosse apresentadora por um dia?
Gostaria de discutir sobre o pessoal da melhor idade. Porque a gente é rejeitado em tudo. Não falam nada, acham que velho não trepa, não tem direito a trabalhar, não tem direito a nada. Nós, velhinhos, estamos na moda. A população não está envelhecendo? Feliz daquele que pode ficar velho. E também tem uma coisa: os velhinhos estão consumindo mais. Ou vocês acham que os velhos ficam em casa, fazendo crochê, tricô? Não, eles saem, vão namorar, vão passear, ficam vendo "Amor e Sexo" até tarde. Porque a maior parte das pessoas que me param na rua são idosos e jovens de 15, 16 anos, na idade escolar. São os que ficam atrás de mim, precisa ver. Tô parecendo até creche!
 

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