Artistas defendem agente que parou juiz em blitz no Rio e foi condenada
Do UOL, em São Paulo
-
Reprodução/TV Globo
Artistas saíram em defesa da agente da Operação Lei Seca, Luciana Silva
Artistas saíram em defesa da agente da Operação Lei Seca, Luciana Silva, durante o "Encontro com Fátima Bernardes" desta quinta-feira (6), a. A servidora pública foi condenada a pagar uma indenização de R$ 5.000 por abuso de poder ao juiz João Carlos de Souza Corrêa, do 18º JEC (Juizado Especial Criminal) do Rio de Janeiro.
"Que lindo a coragem dela. Ela conseguiu uma força junto com os colegas dela, que mesmo ela tendo sido a ré do caso, agora, ela passa a ser a grande senhora dessa situação", disse a atriz Denise Fraga durante o "Encontro com Fátima Bernardes". "É tão cultural essa história do 'com quem você está falando no Brasil'. A história dela só foi descoberta porque a imprensa denunciou", avaliou Lair Rennó.
"Eu fiquei muito feliz que você teve o preparo. E ela teve o preparo de lidar com essa situação. E quando a pessoa é despreparada acaba cedendo a esse absurdo que acontece no nosso país", defendeu o ator Nando Rodriguez, que trabalhou em "Em Família". "No Brasil, acho que deveria ter aula de cidadania e que, para o medo, fosse esclarecido o que é o direito", acrescentou a atriz Cláudia Mello, em seguida.
"Eu acho que a mobilização das pessoas demonstram que as pessoas já não estão mais a fim de aturar esse tipo de coisa", comentou Fátima.
De acordo com decisão, em primeira instância, da 36ª Vara Cível do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Estado do Rio), a servidora pública "agiu com abuso de poder" e "zombou" do magistrado ao afirmar que ele "era juiz, mas não Deus". Corrêa estava sem a carteira de habilitação, com o carro sem placa e sem documentos quando foi parado. O veículo do magistrado, que era titular da 1ª Vara da Comarca de Búzios, foi rebocado.
Segundo a denúncia, houve um desentendimento verbal entre os dois e o caso foi parar na 14ª DP (Leblon). Luciana chegou a receber voz de prisão por desacato, mas se negou a ir à delegacia em um veículo da Polícia Militar.
"Entrei com um processo. Na audiência de conciliação, o advogado dele queria desistir do processo. Eu disse 'de jeito nenhum. Eu vou até o final'. [Essa decisão] foi uma surpresa para mim. Fica feio para a magistratura, mas isso não é realidade", finalizou Luciana.