"A Turma da Mônica não levanta bandeiras", diz criador sobre personagem gay

Do UOL, em São Paulo

  • Reprodução/SBT

    Questionado sobre a ausência de personagens gays, Maurício de Sousa disse que "a Turma da Mônica não deve levantar bandeiras nunca"

    Questionado sobre a ausência de personagens gays, Maurício de Sousa disse que "a Turma da Mônica não deve levantar bandeiras nunca"

Criador da Turma da Mônica em 1963, Maurício de Sousa comentou na tarde deste sábado (11) sobre o sucesso dos seus personagens no Brasil e no Mundo. O cartunista foi questionado também sobre a ausência de personagens gays na série, mas respondeu dizendo que "tudo tem o seu momento", e que antes é necessário acabar com a homofobia existente na sociedade. Segundo ele, a Turma da Mônica "não deve levantar bandeiras nunca", e sim "mostrar uma ação".

"Eu já vi que você tem um personagem negro, um outro deficiente físico. Você nunca pensou em criar um personagem homossexual?", questionou Tammy Miranda. "Tudo tem o seu tempo. E, logicamente, quando acabarmos com a homofobia, podemos pensar. Tem que ter cuidado para que os temas sejam aceitos pela maioria dos leitores. Tem muita gente agressiva", admitiu o cartunista. "Portanto, a Turma da Mônica não deve levantar bandeiras nunca, mas mostrar uma ação", acrescentou logo em seguida durante o "Programa Raul Gil", do SBT.

Os números da série em quadrinhos impressionam: atualmente, a Turma da Mônica é vendida para 40 países e traduzida para 14 idiomas. "Eu ficava me questionando 'como as pessoas vão entender o Chico Bento no Japão, por exemplo?'. Daí comecei a viajar. E descobri, maravilhado, que criança é igual em qual lugar do Mundo. Então, na China, [o personagem mais] querido era o Chico Bento. Na Europa, o Cebolinha. Na Indonésia, a Mônica é símbolo de 'mulher moderna'", detalhou.

Ele já criou cerca 400 personagens, mas admite ter aposentado um por vontade própria. "É o Zé Munheca. Eu não gosto de mostrar a história de personagem que está 'munhecando'", brincou.

Nascido no interior de São Paulo, Maurício de Sousa mudou-se para a capital onde foi repórter policial na "Folha da Manhã", mas afirmou que "desmaiava quando via sangue" durante a produção. Pouco tempo depois, ele se tornou cartunista, empresário de grande sucesso e membro da Academia Paulista de Letras. 

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