"É complicado não se repetir", diz Ricardo Waddington sobre "Amor & Sexo"
Marcela Ribeiro
Do UOL, no Rio
Depois de sete temporadas discutindo, brincando e sensualizando em "Amor & Sexo", o que esperar da nova fase, que estreia nesta quinta-feira (9) para que o programa não caia na rotina? Por outro lado, se o formato tem agradado, por que mexer? O desafio da equipe de Ricardo Waddington é grande, e o UOL foi conversar com os responsáveis e saber quais as intenções deles para manter o público animado.
"Essa temporada está sendo muito difícil porque é complicado não se repetir, surpreender, trazer novos temas de uma maneira diferente. O Antônio [Amâncio, roteirista] e a Fernanda estão quase enlouquecendo. Mas a própria maneira, a dinâmica que a gente propõe, dá uma oxigenada", conta o diretor de núcleo Ricardo Waddington, após passar cinco horas gravando o programa de estreia no Projac, na última sexta-feira (3).
"O desafio é seguir falando sobre os assuntos que as pessoas gostam de discutir e aprender, sempre com uma nova roupagem, novas brincadeiras e surpresas, claro", completa Fernanda Lima.
Com uma proposta de falar abertamente sobre sexo, o programa tem alguns temas tabus que são vetados: as patologias e bizarrices. "É um programa na TV aberta, mas ainda assim é visto por família, principalmente por casais. Se a gente decide comentar, a gente tem que ir de uma maneira séria, com a Regina [Navarro Lins, psicanalista e colunista do UOL Mulher] colocando isso de uma maneira esclarecedora.", explica o diretor.
"Tudo também passa pela chancela do Ricardo. Ele é nosso sensor", acrescenta Fernanda, que também assina o roteiro. Para seu parceiro de criação, o roteirista Antônio Amâncio, é "uma censura do bom gosto", para evitar que o programa fique vulgar.
O descontrole fica por conta de Otaviano Costa e Mariana Santos, os jurados mais espontâneos, que mergulham no programa e falam com liberdade sobre o assuntos propostos. "A ressaca moral dura cinco minutos, me sinto num parque de diversões no programa, aí penso, 'não sou adolescente' e me arrependo de algumas coisas", conta a humorista.
Ricardo Waddington gosta disso. Tanto que, ao longo do ano fez reuniões com grupos separados e excluiu parte dos jurados, propositalmente, para que eles não percam a espontaneidade. Otaviano Costa, que já fez até striptease no programa, diz que gosta de ser surpreendido. "Esse método de trabalho, de segredo, é gostoso, dá uma excitação. É quase como você ir para a cama com alguém pela primeira vez."
Pai de Fernanda Lima participa de quadro
No programa de estreia, Fernanda Lima recebe o pai, Cleomar Lima, para discutir o tema "É dos carecas que elas gostam mais?". Gaúcha e, segunda ela, de família conservadora, a apresentadora conta que o "Amor e Sexo" a ajudou a falar abertamente sobre o tema com a família. "Agora falo de sexo em casa com minha mãe, meu pai, meu marido e filhos. Você acaba conhecendo mais sobre diversidade sexual", acredita.
Além do pai de Fernanda, a estreia terá Chay Suede e Fiorella Matheis, que discutirão o tema só sobre sexo, sem amor. "O programa sugere uma fantasia para quem está em casa e isso é muito bom. Neste primeiro dia, ele questiona que você pode fazer o sexo sem amor, sem culpa. Mas ninguém faz sexo por amor, você faz por necessidade, para exercitar esse momento", opina Xico Sá.
O programa, que teve a sétima temporada anunciada como a última, voltou à grade da Globo devido ao desejo dos telespectadores, disse Waddington, que pensa em mudar o formato após a oitava temporada. "Já é uma marca muito forte, a gente pode transformá-lo em outro projeto", explicou o diretor.
Amor e Sexo estreia logo após "The Voice", o que deixa a noite de quinta-feira da Globo forte, com bons índices de audiência, o que agrada a direção. "Esse casamento 'The voice' e 'Amor & Sexo' é muito feliz", conclui Ricardo Waddington.