Em nova temporada de "O Infiltrado", jornalista tenta virar ator pornô

Beatriz Amendola

Do UOL, em São Paulo

Sucesso do canal pago History Channel, a série "O Infiltrado" retorna nesta terça-feira (30), às 23h, com novos desafios para o jornalista Fred Melo Paiva. Ele irá dar início à segunda temporada do programa de uma forma inusitada: tentando virar um ator pornô, missão que resultou em uma produção "soft" de Paiva com a atriz Sarah Lopez.

A experiência não foi fácil. "Foi incrivelmente constrangedora", definiu o jornalista em entrevista ao UOL. Na preparação, ele sofreu ao ter que fazer um striptease em uma casa de swing para perder a vergonha de ficar nu em frente aos outros. "Depois que acabei aquela cena, voltei para uma salinha que havia na casa e queria morrer. Fiquei altamente constrangido. Esse episódio teve uma dificuldade verdadeira".

Casado, Paiva garante que sua mulher não teve problemas com o desafio. "Minha mulher é a pessoa mais legal desse mundo. Ela só me pergunta se tem algo com o que se preocupar, e eu digo para ela que não", contou, ressaltando que tentou encontrar uma forma de cumprir o desafio sem desrespeitar o acordo que tem com a mulher. "É muito bom como narrativa que eu seja casado e que meu relacionamento não seja aberto. 'O Infiltrado' é uma novelinha, tem esse drama e eu vou tentando lidar com ele. Eu não desisto, vou em frente, tentando cumprir aquilo de forma que não acabe com meu casamento".

Divulgação
Fred Melo Paiva tem de organizar seu próprio funeral

O conflito, aliás, é uma constante na série, que nesta temporada ainda exibirá Paiva tentando compor um funk e preparando seu próprio funeral. "Vou tentar me tornar um funkeiro sendo que musicalmente eu fui punk, não tinha a ver com aquilo. Da mesma forma em que, na primeira temporada, eu tento abrir uma igreja sendo ateu. Esse conflito está muito à mostra e é a válvula propulsora da narrativa. Vou sempre me debatendo com aquilo. Isso a gente já calcula quando estamos definindo os temas da temporada. Se é uma coisa que eu concordo demais, a gente descarta", revelou o jornalista.

Enfrentando os próprios preconceitos a cada missão de "O Infiltrado", Paiva elege como uma de suas preferidas aquela em que tem que se tornar um capitalista de sucesso – apesar de ser declaradamente de esquerda. "É muito provocativo você ver o que ele faz com a gente. Como a gente vende o nosso tempo, e como isso conduz a humanidade para um certo estado de coisas e espírito. É um episódio interessante, ainda mais à luz das eleições que vêm aí. É um momento de reflexão interessante".

Apesar de tratar de temas intensos na temporada, "O Infiltrado" não perde o bom humor, na opinião do jornalista. "Acho que 'O Infiltrado' produz reflexão, produz conhecimento e isso é muito legal. Mas ele também é muito engraçado. É um engraçado meio involuntário, não sou comediante, mas o meu desconforto acaba sendo quase que naturalmente engraçado. Eu sofro, mas eu dou risada", afirmou.

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