Bacci diz não temer fãs histéricas na plateia do "Tá na Tela": "Eu abraço"
Felipe Pinheiro
Do UOL, em São Paulo
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Divulgação/Band
Luiz Bacci afirma que estreia novo programa com "os pés no chão"
De casa nova, Luiz Bacci está contando os segundos para entrar "para valer" no estúdio de seu novo programa, o "Tá na Tela", que começa a ser exibido na segunda-feira (4) nas tardes da Band. Tamanha ansiedade é explicada pelo próprio apresentador, que afirma "detestar" férias, em entrevista exclusiva à reportagem do UOL na Bandeirantes, no Morumbi, em São Paulo.
"Os últimos dois meses foram terríveis. Ganhei seis quilos, agora [na quarta-feira, 30] já perdi três e até segunda perco mais três. Sou muito ansioso. Nunca tinha ficado tanto tempo fora do ar porque primeiro as TVs criam o formato, montam a equipe e por último escolhem os apresentadores. Comigo foi muito diferente", compara. "No primeiro o jantar com o Diego Guebel [diretor de conteúdo] e a Denise Santana [diretora artística], eles falaram: 'A gente gostaria de ter você na Band, mas você quer fazer o quê?' Então o programa se moldou ao apresentador, e não o contrário. Essa é uma oportunidade única na minha vida porque é muito raro isso acontecer", completa.
Aos 30 anos, sendo 20 de carreira - ele começou a trabalhar com 10 anos em uma rádio em Mogi das Cruzes (SP) - , o jornalista conta que teve liberdade para escolher o horário de exibição do novo programa e que apenas depois de sua contratação o formato começou a ser pensado. Com passagens por SBT e Record, Bacci ganhou uma equipe formada por cerca de 60 pessoas, participação de praças espalhadas pelas principais capitais do País, um helicóptero à sua disposição e a realização de um sonho: um auditório.
"Me sinto muito sozinho no estúdio sem a plateia. Não gosto de plateia que está lá só para aplaudir. Vamos falar dos famosos, de casos misteriosos. Eu gostaria de saber se as pessoas estão tendo a mesma reação que a minha. Será que as pessoas têm o mesmo sentimento que o meu? Esse era o meu grande desejo. Não tem nada melhor do que quem te prestigia com o carinho da audiência estar perto de você", declarou. E se uma fã mais histérica pulasse em cima de seu ídolo? "Eu abraço, vou fazer o quê? Espero que todas elas venham", garantiu.
Atento à concorrência, Bacci, que gosta de acompanhar o minuto a minuto da audiência, aposta no jornalismo show que o consagrou para dar trabalho aos colegas Britto Jr, Ana Hickmann e Ticiane Pinheiro, no "Programa da Tarde", o apresentador Zeca Camargo, no "Vídeo Show" e às novelas mexicanas, no SBT.
"A pressão por parte da imprensa pela audiência sempre vai ter, mas eu gosto de entrar na briga e não gosto de ficar parado. Não acredito em programa sem jornalismo. O público pede por isso", disse o apresentador, relembrando um breve histórico de bons números registrados à frente do "SBT Rio", no "Cidade Alerta" e as derrotas recentemente impostas ao "Vídeo Show" com o "Balanço Geral".
Embora seja visto como trunfo pela Band, que aposta na nova estrela de seu casting para dobrar a audiência do horário, ele prefere atribuir um esperado sucesso do "Tá na Tela" ao conteúdo da atração, e não a si próprio. "Tenho muito pé no chão. Hoje não adianta ter só o apresentador se não tiver conteúdo. É diferente do passado, quando o público era mais preso ao comunicador. Tenho plena convicção de que se estiver sozinho falando as pessoas não vão se interessar, mas apensas se eu tiver o que mostrar para elas", analisa.
Ao seu lado, Bacci terá como "fiel escudeira" a jornalista Marilei Schiavi, com quem ele trabalhou quando tinha 13 anos em uma rádio de Mogi das Cruzes (SP), sua cidade natal. Ele conta que a ideia de trazê-la para comentar as notícias factuais do programa nasceu de um buchicho na cidade.
"A Marilei, que foi a minha repórter quando eu era pequeno na rádio, me ligou para saber como estava o programa porque lá na cidade (Mogi das Cruzes) estava um buchicho de que iria trabalhar comigo. Aí falei pra ela fazer um teste de comentarista quando eu estava em Los Angeles e deu certo. A direção da Band adorou. Ela vai ser o nosso 'Percival de saia'", festejou, referindo-se ao Percival de Souza, comentarista da Record. "Ela é polêmica, fala sem papas na língua. É muito duro na queda e muito engraçada quando se faz necessário. Só não tem um jato do Percival", brincou.
Além de explorar as notícias do momento, a promessa de Bacci é mostrar a que veio logo na semana de estreia, com reportagens gravadas durante o período de "férias forçadas" – que ele aproveitou para acompanhar de perto a pré-produção do programa e até mesmo ajudar na escolha dos repórteres – em Goiás, com o médium João de Deus, e com polêmicas que pretende levantar durante uma visita à casa de Whitney Houston, em Los Angeles, e no rancho Neverland, de Michael Jackson.
"Não são todas as vezes que o João de Deus incorpora espírito para fazer a 'cirurgia visível', como ele chama. Ele faz um corte de cinco centímetros sem anestesia e a pessoa diz que não dói e as dores passam. Em um momento, ele me chamou para ficar a 30 centímetros da cirurgia e disse: a sua energia é que está operando hoje. Fiquei bem balançado", lembrou, fazendo o seu papel de instigar o telespectador a não perder a reportagem.
Fim de um casamento com Record
Luiz Bacci garante que não tem rusgas de sua antiga emissora, a Record, e comparou a rescisão de seu contrato com o fim de um casamento. "Não acabei com aquele casamento porque a mulher era feia ou porque não gostava dela, mas para me casar com uma que combinasse mais com os meus sonhos. Não tenho nenhuma decepção. Foi bom enquanto durou", ponderou.
De sua trajetória no canal de Edir Macedo, o apresentador leva um amigo que foi muito importante em sua decisão de trocar de canal. "Para o Marcelo Rezende é como ver um filho que ele adotou dar certo. Ele ficou muito chateado quando sai do Cidade Alerta para o Balanço Geral. Eu chorei e ele chorava. Quando saí da Band, foi um dos primeiros a ser consultado. Ele disse: 'Vai sem pensar'", compartilhou.
"Na Record, quantas pessoas estavam na minha frente esperando uma oportunidade? Na Band apareceu. Saí super bem da Record, ao contrário de muitos boatos. Converso com todos os diretores, tenho um bom relacionamento e eles entenderam o motivo que sai que é a busca do meu sonho", disse.
Bênção do Silvio Santos
Bacci estreia na Band com os votos de sucesso de Silvio Santos. Ele destaca que foi graças ao ex-patrão que hoje está realizando um sonho.
"Como a gente corta o cabelo no mesmo cabeleireiro, que é o Jassa, tinha encontrado ele algumas vezes fora do ar [antes de ser liberado pela Band para participar do Programa Silvio Santos]. Uma vez ele até perguntou, você gostaria de voltar ao SBT? Eu falei: 'se a proposta for boa por que não, já que trabalhar com você é sempre um prazer?'. O Silvio Santos mudou a minha vida de novo quando falou para o Pânico que queria tirar eu e o Marcelo Rezende da Record. Foi aí que a Band se mexeu", diz agradecido.
Sobre a primeira visita ao SBT desde a sua saída para a Record, em 2010, Bacci contou que recebeu carta branca do animador para voltar quando quiser: "Ele deixou as portas do SBT abertas. No camarim, o Silvio disse que a Band fez a coisa certa. Ele disse: 'Nunca vi algo que você fez que não tenha dado certo, então tenho certeza que a Band deu a tacada certa'. A bênção do Silvio a gente já tem".
E não é que a torcida de Silvio Santos já fez efeito? Ao menos no quesito comercial, já se pode dizer que o "Tá na Tela" é um sucesso, com as vendas de todas as cotas de patrocínio. Na Band, o comentário é de que ele já faz jus ao apelido que ganhou do padrinho Rezende: "Menino de Ouro".