Suzy Rêgo lembra piadas no set de "A Viagem": "Morre e continua gravando"

Carla Neves

Do UOL, no Rio

  • Divulgação/TV Globo

    Suzy Rêgo interpretou a personagem Carmem em "A Viagem", trama exibida em 1994 na Globo

    Suzy Rêgo interpretou a personagem Carmem em "A Viagem", trama exibida em 1994 na Globo

Baseada na doutrina de Allan Kardec, a novela "A Viagem" tratou o tema da vida após a morte com seriedade. Mas, nos bastidores, o clima era de piada, lembra a atriz Suzy Rêgo, que interpretou a personagem Carmen na trama de 1994. Protagonizada por Cristiane Torloni e Antônio Fagundes, a novela está sendo reexibida no Viva, de segunda a sábado, às 14h30. 

"Foi uma experiência deliciosa. Era uma novela que se gravava com muita alegria, com muita risada, com altíssimo astral e com todas as piadas do [Miguel] Falabella, que dizia o seguinte: 'Aqui, você não se livra de jeito nenhum. Nessa novela, você morre e continua gravando. Quando você morre e é bonzinho você vai gravar em São Conrado [zona sul do Rio]. Se você morre e não é legal você vai gravar numa pedreira em Niterói [região metropolitana do Rio]. Você não pode falar: 'Quero morrer para sair da novela. Você não sai. É uma viagem sem fim (risos)'", contou, aos risos.

Suzy disse lembrar com carinho dos atores Nair Bello, John Herbert e Irving São Paulo, que já morrerem e com quem contracenou na trama. "Os três deixaram muita saudade", lamentou ela. A atriz contou que o mascarado Adonay, vivido por Breno Moroni, se tornou o frisson da criançada na época.

"Nós não sabíamos quem seria, se seria um ator conhecido ou não. E o Breno Moroni fez um sucesso gigantesco. Tanto que o personagem se desmascara e mostra que foi uma queimadura. Lembro que a Globo recebeu milhares de cartas de crianças pedindo o mascarado de volta. E o final feliz dele foi voltar a ser mascarado. Para o próprio ator foi uma vitória, já que ele conquistou tudo isso pelo gestual, pelo não verbal, com toda aquela mímica. E foi muito bacana", lembrou, acrescentando que o elenco gravava debaixo de um forte calor.

A história
Escrita por Ivani Ribeiro, a trama gira em torno de Alexandre (Guilherme Fontes), jovem barra pesada de classe média que matou um homem durante um assalto. Após tenta fugir da polícia, ele é delatado pelo irmão Raul (Miguel Falabella) e pelo cunhado Téo (Maurício Mattar).

Por conta do crime, a vida de Alexandre esbarra com a de Otávio Jordão (Antônio Fagundes), famoso criminalista que não aceita defendê-lo nos tribunais, já que a vítima era um amigo pessoal seu.

Para ajudá-lo, Alexandre conta só com a irmã mais velha, Diná (Christiane Torloni), mulher de Téo, que luta para defendê-lo. Até mesmo sua namorada, Lisa (Andréa Beltrão), o abandona. Mas Alexandre acaba condenado, e, para não passar o resto da vida na cadeia, se mata, amaldiçoando a todos que o traíram.

No Além, Alexandre é encaminhado ao Vale dos Suicidas, de onde se dedica a tentar prejudicar a vida de Raul, Téo e Otávio, que, segundo ele, são responsáveis por seus infortúnios. Sua revolta aumenta quando vê que Diná está apaixonada por Otávio.

A princípio, Diná culpa o advogado pela morte do irmão mas, com o passar do tempo, envolve-se com ele, acreditando que pode ter uma vida mais tranquila ao seu lado.

A trama ganha um novo rumo com a morte de Otávio. Diná e ele passam a viver um amor transcendental, que supera todas as barreiras.

Distante, ele manda sinais à Diná na Terra, que acaba adoecendo, morre e parte ao seu encontro.

Finalmente, juntos em outro plano, em um lugar denominado Nosso Lar, os dois agem juntos para neutralizar a má influência de Alexandre sobre os vivos.

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