"Quase cai da esteira", diz Antonio Fagundes sobre morte de José Wilker

Do UOL, em São Paulo

Antonio Fagundes falou no "Encontro com Fátima Bernardes", nesta segunda-feira (7), sobre como tem reagido à morte do amigo José Wilker. O ator morreu aos 69 anos na casa da namorada, a jornalista Claudia Montenegro, no Rio de Janeiro, na manhã do último sábado, vítima de um infarto fulminante, enquanto dormia.

"Estava fazendo uma esteira e apareceu a imagem dele na televisão. Quando vi, quase cai da esteira. Ele era realmente muito jovem, a cabeça sempre atuante, uma pessoa ligada no seu tempo. Estávamos muito próximos nesses últimos sete meses. Está sendo realmente um baque", falou o ator.

"Gostoso era o ensaio. Que a gente pegava o texto do jeito sério e fazia do nosso jeito [sobre 'Amor à Vida']. Ele era um grande leitor, adorava cinema, tinha uma coleção de DVDs enorme", completou Fagundes.

Fátima revelou que, por "coincidência ou não", Wilker disponibilizou para a TV Globo o seu acervo com três mil DVDs dias antes de morrer. A apresentadora iniciou o programa falando sobre a morte do ator, e confessou, emocionada, que não acreditou ao saber da notícia pelo rádio.

"O som estava meio ruim e me dei o direito de não acreditar", admitiu. "Era um homem que não se valia do seu talento. Era sério, dedicado e reconhecido pela inteligência e humor afiado", citou a jornalista.

Morte de José Wilker

Pegos de surpresa, colegas e amigos de Wilker estão chocados. "O Zé é vivo ainda. Agora não adianta dizer o que fica dele. Não se pensou nisso. Ninguém pensou. Ele é muito vivo, presente, risonho, brincalhão", disse Vera Holtz ao UOL. Betty faria, Tony Ramos, Arlette Salles, Antônio Calloni e Maitê Proença também lembraram do como era a convivência com ele.

 
Nascido em Juazeiro do Norte, no Ceará, no dia 20 de agosto de 1944, José Wilker começou sua carreira como locutor de rádio no Ceará. Aos 19 anos, porém, ele se mudou para o Rio de Janeiro, onde começou a atuar. Um de seus primeiros trabalhos foi o filme "A Falecida", de 1965, protagonizado por Fernanda Montenegro. 
 
Com uma extensa carreira também no cinema, Wilker atuou em 49 filmes, como "Bye Bye Brasil", "Dona Flor e Seus Dois Maridos", "Jango" e "Giovanni Improtta" - baseado em seu famoso personagem da novela "Senhora do Destino".
 
Na TV, atuou em mais de 30 novelas, a primeira foi em "Gabriela" (1979), como Mundinho Falcão. Em 2012, interpretou o Coronel Jesuíno Mendonça no remake da novela e ficou marcado pelo bordão "vou lhe usar".

Wilker também trabalhou como diretor, tendo sido o responsável por "Giovanni Improtta" e pelo seriado "Sai de Baixo", da Globo. Ele ainda dirigiu as novelas "Louco Amor", de 1983, e "Transas e Caretas", de 1984, assim como a peça de teatro "Rain Man".
 

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