Em "Amor à Vida", Perséfone se separa de Daniel
Do UOL, no Rio
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Divulgação/TV Globo
Enfermeira não vai mais aguentar as críticas do marido ao seu sobrepeso
O casamento de Perséfone (Fabiana Karla) e Daniel (Rodrigo Andrade) está com os dias contados em "Amor À Vida". No capítulo que vai ao ar no dia 26 de novembro, a implicância do fisioterapeuta com os quilos a mais da enfermeira acaba com o romance do casal.
Tudo começa quando Daniel pergunta à mulher por que ela não lhe avisou quando teve alta do hospital. Perséfone diz que não quis atrapalhar e pegou um carona com Patrícia (Maria Casadevall). O fisioterapeuta nota que Pê está esquisita e ela resolve desabafar sobre o que está sentindo.
PERSÉFONE — Daniel, eu quero te dizer uma coisa. Uma palavra só. Gorda.
DANIEL— Como assim?
PERSÉFONE— Gorda. Você casou comigo sendo gorda, e prometeu que seria o meu príncipe encantado. Só que os contos de fadas sempre terminam no casamento, depois a gente nunca sabe se o príncipe tem chulé, se a princesa engorda. Mas no nosso caso, Daniel, você, que era o meu príncipe, já me conheceu gorda.
DANIEL— Por que você está falando isso, Pê?
PERSÉFONE—Daniel, eu nunca tive vergonha de mim. Sabe, uma pessoa que é gorda, cresce ouvindo piada, sofrendo bullying, como se diz hoje em dia. Mas os meus pais sempre me acharam linda, uma menininha gordinha e fofinha. Então eu nunca liguei para as piadas. Porque dentro de casa eu tinha amor.
DANIEL— Eu não sei onde você está querendo chegar.
PERSÉFONE— Já vai saber. Eu era virgem e, está certo, eu pisei na jaca na história de querer arrumar alguém. Eu mesma fazia brincadeira da minha virgindade. Mas as minhas amigas, as minhas amigas de verdade, não faziam brincadeira. Até que eu casei com você. E você começou a dizer que eu era gorda.
DANIEL— Não, Pê, eu só pedi para você maneirar na comida.
PERSÉFONE— Para fazer regime. Eu posso até fazer regime por questão de saúde. Mas eu aprendi com os meus pais que eu sou bonita. Que tem gente que pode me achar bonita. E eu estava bem até você começar a me por para baixo aqui dentro de casa.
DANIEL— Eu falei com você numa boa.
PERSÉFONE— Numa boa? Eu ia tomar chocolate, você me criticava. Fazia uma comida, você dizia que engordava.
DANIEL— É que o povo fazia piada.
PERSÉFONE— Você devia ter me defendido. Tinha que ter dito, "cala a boca, não mexe com a minha mulher!". Mas não, você ficou com vergonha. Sabe, eu não preciso ter um cara que fica me infernizando para emagrecer. Eu gosto de mim, Daniel. E eu sei que tem gente que pode gostar de mim assim. Gorda.
DANIEL— Tem alguém dando em cima de você? Quem?
PERSÉFONE— Daniel, até agora a gente brincou, falou de contos de fadas. Mas toda gorda casa. Tem filho. Tem marido que gosta dela. Eu sei que, em algum lugar no mundo, tem alguém capaz de gostar de mim, porque eu sou bonita. E também não é só questão de beleza não, eu sou legal, pelo menos meus amigos dizem que eu sou legal, que eu tenho papo.
DANIEL— Pê, eu não sabia que tinha te magoado tanto...
PERSÉFONE— Por sua causa eu me meti em regimes malucos, ia acabar prejudicando a minha saúde. Daniel, eu quero que você vá embora, que tome o seu rumo.
DANIEL— O quê? Pê, eu não quero me separar.
PERSÉFONE — Então vamos dar um tempo. Mas se um dia a gente voltar, Daniel, você tem que ter orgulho de quem eu sou. É o mínimo que eu espero do meu marido.
DANIEL— Você tem certeza do que está fazendo?
PERSÉFONE — Eu já fiz até uma mochila básica para você. Se é para estar casada, eu quero ter alguém que me ame. E que me ache linda. Agora vai.
Daniel sai e Perséfone fica firme e não chora.
PERSÉFONE — Em primeiro lugar eu tenho que gostar de mim.